CONSAGRAÇÃO À NOSSA SENHORA APARECIDA NA VOZ DO PADRE VITOR COELHO CSsR

Ó MARIA SANTÍSSIMA, PELOS MÉRITOS DO SENHOR JESUS CRISTO QUE EM VOSSA IMAGEM MILAGROSA DE APARECIDA ESPALHAIS INÚMEROS BENEFÍCIOS SOBRE O BRASIL, EU, EMBORA INDIGNO DE PERTENCER AO NÚMERO DOS VOSSOS SERVOS, MAS DESEJANDO PARTICIPAR DOS BENEFÍCIOS DA VOSSA MISERICÓRDIA, PROSTRADO A VOSSOS PÉS, CONSAGRO-VOS O ENTENDIMENTO, PARA QUE SEMPRE PENSE NO AMOR QUE MERECEIS. CONSAGRO-VOS A LÍNGUA, PARA QUE SEMPRE VOS LOUVE E PROPAGUE A VOSSA DEVOÇÃO.CONSAGRO-VOS O CORAÇÃO, PARA QUE, DEPOIS DE DEUS, VOS AME SOBRE TODAS AS COUSAS.RECEBEI-NOS, Ó RAINHA INCOMPARÁVEL, QUE NOSSO CRISTO CRUCIFICADO DEU-NOS POR MÃE, NO DITOSO NÚMERO DOS VOSSOS SERVOS. ACOLHEI-NOS DEBAIXO DA VOSSA PROTEÇÃO. SOCORREI-NOS EM NOSSAS NECESSIDADES ESPIRITUAIS E TEMPORAIS E, SOBRETUDO, NA HORA DA NOSSA MORTE. ABENÇOAI-NOS Ó MÃE CELESTIAL, E COM VOSSA PODEROSA INTERCESSÃO FORTALECEI-NOS EM NOSSA FRAQUEZA, A FIM DE QUE, SERVINDO-VOS FIELMENTE NESTA VIDA, POSSAMOS LOUVAR-VOS, AMAR-VOS E RENDER-VOS GRAÇAS NO CÉU, POR TODA A ETERNIDADE. ASSIM SEJA! ...PELA INTERCESSÃO DE NOSSA SENHORA APARECIDA, RAINHA E PADROEIRA DO BRASIL, A BÊNÇÃO DE DEUS ONIPOTENTE, PAI, FILHO E ESPÍRITO SANTO, DESÇA SOBRE VÓS E PERMANEÇA SEMPRE.AMÉM!

ATUALIZAÇÃO



Em breve atualizaremos essa página.
Por enquanto, para acompanhar as atividades da UNESER, acesse nosso site: www.uneser.com.br

Agradecidos
PRÓXIMOS EVENTOS (Todos estão convidados)


II ENESER VIRTUAL
Dias 23, 24 e 25 de julho de 2021

II ERESER SACRAMENTO
Dias 28 e29de agosto de 2021






SOM NO BLOG

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29 de abril de 2009

CRÔNICAS DE UM FORMADOR - QUINTA PARTE

PADRE NEGRI CSsR
7. Mais um ano
1963 foi o segundo ano do meu diretorado no Pré-SRSA depois de reformado. Começamos o ano com 106 juvenistas, distribuídos em duas turmas e duas classes de aulas. No lugar do Frater José Estrela de Carvalho veio o Ir. Ladislau Bernardino. Ir. Lau, como era chamado, assumiu o ensino de algumas matérias, mas não se deu bem como professor.
Na véspera do dia 19 de março, uma quarta-feira, viera do SRSA o Pe. Francisco Vieira da Costa para atender as confissões dos juvenistas.
Após a assistência de um filme daqueles que o Pe. Hilton Furlani conseguia com freqüência nos consulados dos EE.UU, Canadá, França e Alemanha, em São Paulo, nós, os padres, fomos à copa para tomar um chá. Eu, então, disse aos meus colegas: Quem de vocês quer fazer o passeio, excursão, amanhã com os juvenistas? Estava planejado de ir à Cachoeira do José Pascoal, conhecida pelo povo como Roseta, no
Bairro do Taquaral. O Pe. Hilton Furlani prontamente se ofereceu para prestar este serviço. Voltei para o quarto no térreo, o último antes do cubículo onde hoje guardamos os cobertores. Todos os juvenistas já estavam dormindo. Eram 23 horas. Comecei a escutar alguém tossindo sem parar. Subi para o andar superior. Era o juvenista Sebastião Joaquim de Matos. Perguntei: “O que você tem?” Ele respondeu: “Não sei”. Desço então à cozinha, preparo uma mistura de mel com pinga e limão. Ao beber, ele pergunta: “Vou ao passeio descalço ou de chuteira?” Respeondi: “Vá com chuteira, é mais seguro”.
Esse rapaz, de 18 anos, era de Santa Mercedes-SP. Viera para o Seminário S.Geraldo, onde se formam os candidatos para missionários redentoristas, irmãos leigos da Congregação. Ele manifestou a vontade de ser padre. Veio conversar comigo. Eu lhe disse que ele iria enfrentar sérias dificuldades, pois era adulto e alto. Ia sobressair no meio da turma, mesmo no meio dos médios. Ele disse que gostaria de enfrentar
tudo. Veio, e de fato, foi um bom juvenista. As festas missionárias aconteciam aos sábados, às 20 horas. Numa dessas festinhas, pouco antes do passeio à Cachoeira, ele declamou um soneto intitulado “Círculo vicioso”. Ao terminar o soneto ele acrescentou 4 adeus: Adeus ao seminário, adeus aos colegas, adeus ao Pe. Diretor e adeus à Pedrinha.
Pe. Furlani e os seminaristas saem cedo. Ali, pelas 8:30 hs, estou sentado à mesa no meu quarto, escrevendo à máquina. Alguém bate fortemente à porta. Mando entrar. É o Milton José Modanese. Ele fala nervosa e apressadamente: “O Sebastião de Matos caiu lá na cachoeira. Está muito mal.” Levanto-me imediatamente. Pego a maleta do pronto-socorro. Pego também a maleta dos santos óleos. Vou depressa para a venda do Sr. Vicente Bittencourt. Ele pega o caminhão e juntos rodamos para o Bairro do Taquaral. Atravessamos o ribeirão e seguimos à direita. Vejo os juvenistas que voltam em grupos, cabisbaixos, tristes. Depois de deixar a estrada para os Pilões, não havia mais estrada para o caminhão. Fomos a uma casa. Lá, já havia um burro arreado. Monto e vou à cachoeira. Encontro o Pe. Furlani com alguns seminaristas. O Sebastião Joaquim de Matos já está numa maca improvisada, sem sentidos, com sangue nos ouvidos e no nariz. Dou-lhe a unção dos enfermos. Vou rezando e caminhando junto com eles. Ao chegar ao caminhão, ao depositar o corpo na carroceria, o juvenista morre. É arrasador! Mesmo assim, nós nos apressamos.
Pe.Furlani vai a Aparecida com o Sr. Vicente Bittencourt. Comunica o acidente ao Pe. Brandão e traz um médico. Enquanto isso, com o auxílio do Sr. Georgino Ribeiro, José Guerra e outros, preparamos o corpo dele. Vem o médico ali pelas 12 hs. Dá o atestado de óbito: Fratura do crânio. O corpo é colocado na sala de visitas. Os juvenistas desfilam perante o cadáver, enquanto aguardamos a chagada do caixão. À tarde é levado para o necrotério da Santa Casa de Misericórdia de Aparecida, enquanto os Srs. Lúcio Galvão e José Borges arrumam os documentos necessários
para o transporte do corpo até Santa Mercedes. Tentam até avião na Escola de Especialistas da Aeronáutica, mas não conseguem. A nosso pedido, a Rádio Aparecida avisa sobre o acidente acontecido com o Sebastião. Pede que seus pais e parentes esperem em casa. Resolvemos que era melhor o defunto seminarista ser levado à casa dos pais, porque assim, todos os familiares poderiam vê-lo e participar do seu enterro.
De fato, às 18:40 hs, saímos: Ir. João Bosco no volante, eu e o Sr.José Borges no banco da frente. O corpo do juvenista foi ajeitado na carroceria, tendo ao seu lado, sentado, o Ir. Ladislau Bernardino.Pusemos a capota e fechamos a parte de trás. Vejam o espírito de sacrifício do Ir. Bernardino. Viajamos a noite toda e o dia seguinte (20/03/63) até às 12 hs.Depois de atravessarmos Marília, ia à nossa frente um gipe dirigido por um japonês. Deu sinal de entrada à esquerda. Nosso motorista acelerou. Mas, o japonês desistiu e seguiu em frente. Ir. João Bosco brecou bruscamente e jogou a camioneta para o acostamento à direita.Por pouco o veículo não tomba. Levamos tremendo susto.
Agora me lembro, que quando estávamos na marginal do Tietê, num trecho esburacado, o fundo do caixão de despregou. Paramos numa entrada sem movimento. Com dificuldade o ajeitamos novamente. Antes de entrar para Santa Mercedes, ainda no asfalto, vimos à direita um jovem com uma mala. Pensamos que fosse um parente do Sebastião. Realmente, era um irmão dele. O pai ouvira a comunicação pela Rádio Aparecida. Mas, muito sofrido, achou que devia mandá-lo a Aparecida para ver melhor o que estava acontecendo. Depois de nos apresentarmos, pedimos-lhe que viesse conosco. Levamos o corpo até a igreja para o velório e voltamos a casa da família do falecido. Da melhor maneira possível, procuramos consolar os pais, irmãos e parentes. Fomos todos à Igreja de Santa Mercedes. Celebrei Missa de Corpo Presente. Pedi para não abrir o caixão, devido ao estado do cadáver. Felizmente o caixão tinha um vidro, através do qual se podia ver o rosto do falecido.Logo após a Missa, fizemos o enterro com acompanhamento de umas 100 pessoas. No percurso o pai dizia para a mãe: “Mulher, não chore não. Nós estamos como Maria e São João ao pé da cruz.” Quando nos despedimos dos enlutados já eram quase 15 hs.
Descansamos um pouco na casa paroquial de Tupi Paulista e fomos parar em Araraquara. Na noite seguinte, o defunto não saía da minha mente. Bastava eu fechar os olhos, o cadáver estava ao meu lado. Pe.Brandão me aconselhou: “Converse com ele corajosamente”. Foi o que fiz. Consegui dormir. Descansei. Sua visão desapareceu. Sebastião Joaquim de Matos, reze por nós, por nossos seminaristas e seus familiares. Graças a Deus, apesar de todos os sofrimentos, nisso tudo não houve transtorno maior e mais sério.
De 29 a 30 de março de 63, Pe. Henrique de Barros pregou retiro para os juvenistas. Contou muitas histórias engraçadas. Inclusive testemunhou que resolveu ser padre porque ouviu um tio chamar os padres missionários redentoristas de “urubus”, quando pregavam na praça pública de Juiz de Fora.
Celebramos o primeiro de maio de 63, São José Operário, com muita solenidade, com a participação dos juvenistas e do sindicato dos trabalhadores rurais de Guaratinguetá.
Em junho, construímos e inauguramos a calçada em torno da piscina, sob o comando e participação ativa do Pe. Hilton Furlani. Foram gastos 15 mil tijolos.
Em dezembro de 1963, começamos a construção do galpão. Iniciamos com a construção da lavanderia, o lenheiro para o fogão a lenha, a frutaria, a vassouraria e a ferramentaria.

28 de abril de 2009

Novos Links

Incluimos mais tres links:
Missões Redentoristas
Secretariado Vocacional
Caminho Catecumenal

Agradecemos a visita do Irmão Manoel, CSsR que é um exímio WebDesigner e aproveitamos para convidá-lo a participar com artigos, informações e comentários em nosso blog.

Dos amigos que frequentam nossas páginas, aguardamos também suas participações.

Esse é o nosso ponto de encontro!

REMEMORANDO REDENTORISTAS! IR.LADISLAU(IR.LAU) CSsR.

Ir. Ladislau Bernardino

11 de fevereiro de 2004+

Nasceu em Natércia MG (antigamente chamava-se Santa Catarina), dia 1 de dezembro1930. Eram seus pais: José de Sousa Campos e Deolinda Olympia de Jesus. Entrou para o Seminário S.Afonso, em Aparecida, em 09.08.1944. Terminou o Seminário em dezembro de 1950. Fez o Noviciado em Pindamonhangaba, durante o ano de 1951, e afez a Profissão Religiosa na C.SS.R. dia 02.02.1952. O Seminário Maior foi feito em Tietê SP. Em 02.02.1955 renovou os votos por 1 ano. Saiu da Congregação Redentorista dia 01.02.1956, voltando para a casa de seus pais, em Natércia MG. No mesmo ano, pediu para reingressar na C.SS.R., agora como Irmão Leigo. O documento da Sagrada Congregação dos Religiosos, dando a permissão, de 12.05.1956 e o documento do Pe. Geral de 16.05.1956. Entrou em Pindamonhangaba, como Postulante para Irmão, dia 03.07.1956. Ali iniciou seu Noviciado no dia 15.10.1956, fazendo sua Profissão Religiosa na C.SS.R., agora como Irmão Leigo, em 16.10.1957. Após a Profissão, sua primeira transferência foi para o Seminário S.Geraldo, no Potim, ali permanecendo até 1962. Morou depois nas seguintes comunidades : 1963 e 1964: Pré Seminário S.Afonso, no Bairro da Pedrinha; 1965: Seminário S.Afonso, em Aparecida; 1966 e 1967: em Cachoeira do Sul RS; 1968 a 1973: no Alfonsianum, na Rodovia Raposo Tavares, em São Paulo; 1974: no Seminário do Santíssimo Redentor, em Sacramento MG; 1975 e 1976: Seminário S. Afonso, em Aparecida; 1977 e 1978: no Jardim Paulistano, em S.Paulo; 1979: em São João da Boa Vista; 1980 a 1984: no Seminário do Santíssimo Redentor, em Sacramento; 1985 a 1987: em Araraquara; 1988 a 1990: em Tietê; 1991 a 1995: no Seminário do Santíssimo Redentor, em Sacramento MG; 1996: No Convento do Santuário, em Aparecida; 1997: Seminário S.Geraldo, no Potim; Em 2003, com a saúde bem combalida, voltou novamente a morar na Comunidade do Santuário.

Faleceu na madrugada do dia 11.02.2004, na santa Casa de Guaratinguetá SP.

A missa de corpo presente foi nesse mesmo dia, às 16 horas na Basílica Nova.

Estava com 74 anos de idade e 47 de Vida Religiosa.

27 de abril de 2009

CRÔNICAS DE UM FORMADOR - QUARTA PARTE

PADRE NEGRI CSsR
5. O Sindicato rural
Em julho de 62 vieram as férias como de costume. Os médios e menores se juntaram às respectivas turmas do SRSA para passar 15 dias em Aparecida e 15 dias na Pedrinha, com programação especial para um tempo de descanso. Eles eram chefiados pelo diretor e prefeito do SRSA. Eu aproveitei esse tempo para percorrer umas 5 fazendas no espaço entre a Pedrinha e o Rio Paraíba no município de Guaratinguetá. Fiz desobriga com Missa, pregação e atendimento de confissões. Aproveitei para explicar aos empregados, peões e também para alguns fazendeiros a importância do sindicalismo rural cristão, e as novas leis que estavam sendo preparadas para os trabalhadores rurais. De fato, já em 1962, comecei junto com o José Adolfo Guerra, da Pedrinha, e Sebastião Moreira de Melo, do Gomeral, e mais alguns trabalhadores, o Sindicato de Trabalhadores Rurais de Guaratingüetá.
Até 1964 conseguimos expandir o movimento para outras cidades do Vale, como Lorena, em Canas, Jacareí e Pindamonhangaba. Estávamos unidos à Federação dos Trabalhadores Rurais do Estado de SP. Tínhamos ligação com André Franco Montoro, Hélio Damante e outros líderes cristãos de São Paulo. É claro, junto com a extensão das leis trabalhistas aos trabalhadores do campo, fazíamos um trabalho de esclarecimento e apoio ao estatuto da terra. Apoiávamos a reforma agrária, assunto muito mais explosivo que hoje. Combatíamos o sindicalismo comunista e o sindicalismo atrelado ao governo (pelegos).
Em julho de 1962, os médios e maiores sucessivamente, comandados pelo Pe. Pieroni, fizeram as lajes das garagens do SRSA.Peguei no serviço junto com eles, depois que voltei do giro pelas fazendas.

6. E a vida continua ...
Em agosto, voltamos à Pedrinha com um novo reforço. Pe. José Ribolla (provincial) nos mandou o que já prometera: O Frater Roberto Estrela de Carvalho CSSR, teólogo. Vinha para fazer um estágio como professor temporário para tomada de opção definitiva para os votos perpétuos e a recepção dos sacramento da Ordem. Ele ensinou música e formou um corinho com 10 juvenistas selecionados. Cantaram na Igreja de Nossa Senhora da Piedade, da Pedrinha, e numa festa no SRSA. Ele assumiu também as aulas de História Sagrada, Geografia e História do Brasil. Sua presença entre nós foi boa. Pena que tão curta. A 19/10/62, o Provincial, Pe. José Ribolla, veio nos visitar (visita canônica). Ouviu todos os padres e rapidamente todos os seminaristas. Deixou por escrito alguns elogios e algumas recomendações. O juvenista João Antônio Colinos escreveu uma crônica sobre este evento. Alguns pediram um dia de recreio. Ele atendeu. Foi o dia 20 de outubro de 1962. Assim escreveu o Colinos: “Não pense o leitor que se ele não dispensasse, o dia deixaria de ser alegre. Sim, seria alegre porque estávamos fazendo a vontade de Deus”.
Em novembro, afinal, veio a máquina da Prefeitura de Guaratinguetá para fazer o aterro atrás da casa e preparar o terreno para a construção do futuro galpão com palco para as festas missionárias para os jogos dos seminaristas e para as confraternizações.
Ainda no segundo semestre, com licença do Sr. Geraldo Caltabiano, jogamos a terra tirada do barranco no terreno dele, acima do lago, e criamos o açude que lá está até hoje (1998). Assim protegemos melhor uma das fontes alimentadoras do nosso lago.
Fizemos também, sempre sob orientação do Pe. Archimedes Zulian, o jardim na frente da casa, acima do campo de bocha, à esquerda de quem desce. Conservamos o pomar que o Pe. Brandão tinha plantado no lugar do bananal do Pe. Sônego.
No dia 25/11/62 tivemos uma grande tristeza! Morreu o seminarista aparecidense Reginaldo Silva, filho de Luís Oliveira Silva e Maria Mercedes Silva. Durante a semana santa ele tivera um ataque convulsivo. Foi mandado para a sua casa para tratamento. Após algum tempo, Dr. Sigaud deu um atestado declarando que podia voltar aos estudos. Segundo o doutor, era problema de vermes. Reginaldo era alegrinho, bom cantor, bom jogador de futebol, bem comportado. Em setembro de 62 seus pais foram avisados que ele não podia continuar no seminário em 63 por causa da sua dificuldade nos estudos, apesar de boas qualidades. Não foi logo para casa para não perder o ano. Ele mesmo foi preparado por mim para enfrentar essa dura realidade. Chorou muito. À noite de 24/11, após um filme no refeitório, sofreu outra convulsão. Socorrido, ele se recuperou. Foi dormir. Mas, já na cama, um colega notou que ele não estava bom. Chamou o Diretor, Pe. Negri, Pe. Vieira e o Pe. Zulian. Imediatamente eu e o Pe. Furlani pegamos a condução, que estava na Pedrinha para levar no dia seguinte o Pe. Vieira para Aparecida, e fomos atrás do doutor e dos pais do Reginaldo. Estava chovendo muito. Tivemos que parar um bom tempo na passagem de um córrego transbordante logo após o Fazendão. Rezamos um terço. A chuva parou. Arriscamos atravessar e conseguimos. Acordamos primeiro o doutor em Guaratinguetá. Depois fomos ao Bairro de Santa Teresinha, em Aparecida, buscar o Sr. Luís Oliveira. Nesse meio tempo, Reginaldo piorou. Pe. Furlani deu ao menino a unção dos enfermos. Pe. Francisco Vieira ficou ajudando, junto com alguns seminaristas. Ele faleceu serenamente às 0:10 do dia 25/11/62, disse-nos o Pe. Zulian. Ao chegar, ali pela uma hora o médico, constatou que havia morrido de edema pulmonar. Veja a crônica escrita pelo juvenista Antônio Benedito Martins, colega de curso do falecido: “Georgino Ribeiro (Zoza) nosso cozinheiro, Pe. Vieira e outros amigos da Pedrinha ajudaram a preparar o corpo. Às 5 horas da manhã o corpo de Reginaldo já estava na capela do SRSA. O velório se estendeu até as 16 horas. Durante todo o dia muitos amigos da família desfilaram diante do caixão rezando e trazendo as condolências. Pe. José Oscar Brandão, Pe. José Rodrigues de Souza, os prefeitos e professores do SRSA prestaram total solidariedade. José Borges Ribeiro e outros amigos de Aparecida ajudaram demais, nos preparativos do funeral e dos papéis necessários. Às 16 horas houve Missa de Corpo Presente (em latim) celebrada pelo Pe. Silvério Negri e assistida pelos padres, irmãos coadjutores e muitos parentes e amigos da família enlutada. Carregamos o féretro em procissão com todos os seminaristas do Pré e do SRSA. Os pais do Reginaldo, no dia do enterro, mostraram muita conformidade, embora com muita dor. Entretanto, alguns dias depois, apareceram algumas críticas sobre o diagnóstico do Dr. Sigaud e sobre o modo como ele cuidou do caso, justamente por ser um médico muito respeitado em Guaratinguetá e em Aparecida."

(Para abrir, clique na foto)

Chegaram as férias de fim de ano, passadas, como de costume, no SRSA e na Pedrinha. Os menores e médios do Pré-Seminário se juntaram aos menores e médios do SRSA. Cada turma passou 10 dias na Pedrinha e 20 dias no SRSA, incluindo o maiores.

REMEMORANDO REDENTORISTAS! PE.INOCÊNCIO CSsR.

Pe. Luiz Inocêncio Pereira
10 de janeiro 2009+

Pe. Luiz Inocêncio nasceu em 22/06/1914, no Bairro do Brás, em São Paulo (SP). Eram seus pais: Maximiano Bonifácio José Pereira e Maria Batista de Souza Pereira.
Entrou para o Seminário Redentorista Santo Afonso, em Aparecida, em 17.02.1932, com dezoito anos, terminando o curso em dezembro de 1935. Fez o Noviciado em Pindamonhangaba, durante o ano de 1936, onde fez a Profissão Religiosa na CSSR, no dia 02.02.1937.
O Seminário Maior foi feito em Tietê (SP) onde fez a Profissão Perpétua, em 02.02.1940.
Foi Ordenado Sacerdote em São Paulo (SP), na Igreja de Santa Efigênia (Catedral Provisória), em 08.12.1941, por Dom José Gaspar de Fonseca e Silva, então Arcebispo de São Paulo. Celebrou a Primeira Missa Solene, na Igreja Matriz da Penha, no dia 14.12.1941. Em 17.01.1943 começou seu apostolado como Vigário Cooperador em Aparecida (SP), onde ficou até julho de 1945.
Em 1946 foi transferido para o Rio Grande do Sul, como Vigário Cooperador nas cidade gaúchas de Pinheiro Marcado, Carazinho e Ijuí. Em 1948 retornou a Aparecida, como Vigário Cooperador, aí ficando até fim de 1950.
Em dezembro de 1950 foi transferido para a Comunidade do Seminário Santo Afonso, o chamado Colegião, e foi o encarregado da construção do novo Seminário. Foi a alma da construção! Aí ficou até janeiro de 1953.
Em janeiro de 1953 foi para Passo Fundo (RS), como encarregado da construção do novo Seminário Redentorista de Passo Fundo (RS). Aí ficou até fevereiro de 1956.
Voltou então para São Paulo (SP), morando na Penha e no Jardim Paulistano, como Vigário Cooperador. Desde 16.01.1967 até agora morava no Convento do Santuário Nacional, em Aparecida (SP).
Pe. Inocêncio foi um excelente agrimensor e topógrafo. Mediu e fez plantas de todos os terrenos da Congregação nos Estados de São Paulo e de Goiás, bem como da Diocese de Rubiataba-Mozarlândia. Pe. Inocência gostava e entendia muito de física, matemática e astronomia. Durante muitos anos ele pessoalmente controlava as estatísticas sobre o fluxo de romeiros em Aparecida (SP). O sistema de controle do movimento de pessoas, ônibus, carros etc. em Aparecida é iniciativa dele.
Como religioso, Pe. Inocêncio levava uma vida humilde e silenciosa e procurava servir na­quilo que podia. Uma ocasião, em uma visita do Superior Provincial, disse que sua ocupação e preocupação era "fazer as coisas pequenas que ninguém faria"... Faleceu no dia 10 de ja­neiro de 2009, às 16 horas, com 94 anos de idade, quase 72 anos de vida religiosa e quase 58 anos de sacerdócio. No dia seguinte, às 16h00, no Santuário Nacional foi celebrada a Missa Exequial, e o sepultamento fez-se logo após.
Servo fiel, perseverou até o fim, e temos certeza que recebe a coroa eterna, junto de Deus, a quem serviu com sua vida, e junto de sua querida Mãe Aparecida.

25 de abril de 2009

O EVANGELHO DE HOJE

Evangelho segundo S. Marcos 16,15-20.

E disse-lhes: «Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda a criatura. Quem acreditar e for baptizado será salvo; mas, quem não acreditar será condenado. Estes sinais acompanharão aqueles que acreditarem: em meu nome expulsarão demónios, falarão línguas novas, apanharão serpentes com as mãos e, se beberem algum veneno mortal, não sofrerão nenhum mal; hão-de impor as mãos aos doentes e eles ficarão curados.» Então, o Senhor Jesus, depois de lhes ter falado, foi arrebatado ao Céu e sentou-se à direita de Deus. Eles, partindo, foram pregar por toda a parte; o Senhor cooperava com eles, confirmando a Palavra com os sinais que a acompanhavam.

Esse é o evangelho de hoje!

Daí a importância de nossa responsabilidade no ecumenismo!

Quando amamos ao nosso próximo, temos a incumbência divina de providenciarmos que todos se tornem crentes e batizados!

24 de abril de 2009

Participação no blog

Aos poucos nossos colegas vão utilizando o blog para postar comentários e trocar informações...

Continuo convidando todos a se manifestarem. Se tiver alguma dúvida de como postar, mande um e-mail para a gente auxiliar.

Quem já participa e inscreveu seu nome como participante, pode alterar a configuração e receber no seu e-mail cadastrado informação de quando alguém posta algum comentário em algum texto.

Agradeço ao Ierardi que tem postado artigos e fotos nesse período em que estou sem internet.

Um abraço a todos.

"UMA VEZ REDENTORISTA, SEMPRE REDENTORISTA"

CRÔNICAS DE UM FORMADOR - TERCEIRA PARTE




4. Na Pedrinha, de novo Pelo fim de 1961, comecei a escutar alguns sussurros que eu iria voltar a ser diretor do pré-seminário da Pedrinha. Mas como era costume na época, só fiquei sabendo da minha nomeação quando vi a lista circular do Pe. José Ribolla publicada no mural de avisos da Comunidade.
Apesar da responsabilidade, fico contente, porque gosto de trabalhar na formação. Logo após o Natal, recebo do Pe. Ribolla a seguinte carta:


“S.Paulo, Natal de 1961. 


Caro Pe. Negri CSSR.

LJM. 



Aí vão dois presentinhos: Diretor e superior da Comunidade do pré-seminário, que o Pe. Geral lhe envia e que eu tenho a satisfação de lhe enviar. Boas festas. 



Não deixará de ser um sacrifício, talvez bem grande para a V.Revma. Mas é o bem da Congregação e da Província. As casas de formação em primeiro lugar. Terá dois ótimos auxiliares. Na Pedrinha estará também um clérigo estudante que, a par do descanso-saúde, poderá também auxiliar nas aulas, talvez de modo especial na música. Peço-lhe entender-se com o Pe. Brandão e Cia. a respeito da Pedrinha. 

Tempore oportuno conversaremos. Coragem in Domino. Com sua dedicação muito bem fará em prol da formação dos nossos futuros confrades. Que N.Sra. Aparecida o assista. Servus! Pe. José Ribolla, Provincia SP.”


A nomeação de diretor do juniorato, feita pelo Pe. Gaudreau,superior geral, está datada de 08/12/61.

De 1956 a 1962, Pe. Vítor Coelho de Almeida CSSR foi um dos meus confrades na Comunidade da Basílica. Quando soube da minha nomeação para Diretor do Pré-SRSA, ele me incentivou. Dali para frente, até 1972 senti muito de perto o seu interesse e a sua preocupação pelo bom andamento da formação em nossos seminários.
Pe. Vítor às vezes era turrão na defesa das suas idéias. Mas sabia reconhecer os seus erros. Era simples, humilde. Algumas vezes ele me pediu para substituí-lo no programa da Consagração a Nossa Senhora Aparecida. Algumas vezes, se confessou comigo sempre de joelhos. Nos recreios após o almoço ele jogava bilhar. Lá, alguma vez, jogava também canastra.

Eu ia assumir a direção do Pré-SRSA num tempo muito difícil. A 25/12/61 João XXIII convocou o Concílio Vaticano II que já vinha sendo preparado desde janeiro de 59. Como conseqüência desse novo Pentecostes ocorrido na Igreja, eu sabia que a formação ia passar também por sérias e profundas transformações. Nossa tarefa era além das nossas forças. Mas sempre confiamos na ação do Espírito Santo,na ação de Jesus, de Maria, Afonso, Clemente, Geraldo e de outros santos redentoristas. Entretanto, João XXIII em escala imensamente maior diante de obstáculos tremendamente dolorosos, escreveu:
“Confiando, pois, no auxílio do Divino Redentor, princípio e fim de todas as coisas, de sua Mãe e de São José, a quem desde o início, entregamos um tão grande acontecimento, parece chegada a hora de convocar o Concílio Vaticano II.”

Muitas vezes durante os anos de formação percebi a minha fraqueza, o despreparo intelectual, para enfrentar cargos tão importantes. Entretanto, carece de saber, com toda honestidade, que comecei a freqüentar escola de roça, montada numa tulha de café, em 1938, quando tinha 10 anos, com o professor Deoclécio Adami que tinha apenas ginásio. Depois de dois anos de roça, ele morou em Jacutinga. Exerceu a profissão de barbeiro e fazedor de caixão de defunto. Antes de 1938, estudei também na casa do Sr. Albino, na fazenda do Sr. Martins, na Serra Morena. Nós levávamos tinteiro para dois e caneta com pena de ferro. A luz era de lamparinas de querosene.
Depois de trabalhar o dia todo na enxada, íamos enfrentar a alfabetização à noite. Em 1940 (segundo semestre) meu pai me levou a cavalo para Jacutinga (19 Km). Passei a freqüentar o Grupo Escolar Júlio Brandão, sem base suficiente. Repeti o terceiro ano em 1941.
Mas, a 17 de abril, a convite do Pe. Luís Pessi CSSR, entrei para o SSA no Colegião em Aparecida. Fui matriculado no curso preparatório para o ginásio. Não tinha, sem dúvida, base suficiente para enfrentar o nível freqüentado e exigido pelo programa de estudos daquele tempo.
Tirei notas ruins, especialmente em português e aritmética, no primeiro trimestre, abril a junho, da minha estadia no seminário. No segundo semestre eu me adaptei ao sistema e à metodologia. Melhorei.
Dali para frente, passei de ano sempre com notas boas. Fui aluno de capacidade média como atestam os meus boletins que tenho ainda comigo. Durante os 7 anos de seminário menor tive pouca atividade, porque embora os estudos e o ambiente fossem muito bons, eu tinha medo do Diretor, Pe. Pedro Henrique Fleschinger, sem falar da disciplina que era rígida, severa, muito bem detalhada, exageradamente coibidora, como era costume na época também nas escolas públicas que freqüentei e que conheci em Jacutinga e Aparecida.
Quando comecei como Diretor no Pré-SRSA e durante os anos posteriores, em todos os cargos nos quais fui investido, sempre tive presente minhas limitações e minha inteligência mediana. Mas minha fé esteve sempre ancorada em Deus, em Jesus Cristo, o Santíssimo Redentor, no Espírito Santo, em Maria nossa Mãe. Por temperamento sempre fui otimista. Recebi excelente saúde dos meus pais. Sem dúvida, as preocupações com os cargos apressaram as safenas e troca de válvulas duas vezes. Entretanto, acima de tudo, agora quando escrevo esta crônica, devo dizer com Maria: “Minha alma engradece o Senhor e meu espírito se alegra em Deus, meu salvador”.
Durante os anos de 62 a 64 estava ainda em pleno vigor o regulamento do SRSA, da Vice-Província germano-brasileira.
Usávamos muitas práticas devocionais do Manual do Juvenista, editado pelas Escolas Profissionais Salesianas em 1935, em São Paulo-SP. Então eu sabia que devia me guiar pelas normas do regulamento,pelas tradições de muitos anos, pelos conselhos de meus colegas formadores, do governo provincial, pelo recebido já dos meus pais,da minha família, mas acima de tudo pela luz do Espírito Santo.
O superior vice-provincial, Pe. José Francisco Wand, a 26-04-35, ao preparar o livrinho do regulamento, escrevia: “Este regulamento é o fruto da experiência de quase 40 anos no Brasil acrescida ao que a prudência ditaram aos juvenistas de outras províncias: Regras que já nos deram um bom punhado de valorosos missionários, cujo número esperamos que vá em progresso ascendente para o bem da religião na
terra de Santa Cruz.”
Dois seminaristas na “Pedra Grande”
Então, mãos à obra! Logo após o Natal fui para o SRSA para ficar perto do Pe. Oscar Brandão, diretor do SRSA. Queria aprender com sua experiência, antes de ir para a Pedrinha.
A sete de janeiro de 1962 tivemos uma reunião, Pe. Humberto Rafael Pieroni, Pe. Amador Leardini, prefeito dos estudantes e eu. A finalidade desse encontro foi convencer o Pe. Amador Leardini que deixasse um grupo de estudantes redentoristas na Pedrinha para ajudar na reforma e melhoria do rego que durante muito tempo levou água para a usina elétrica e a piscina.
A 26/01/62, finalmente, num caminhão repleto de seminaristas, fomos definitivamente para a Pedrinha. A turma dos médios, que muito ajudara também no término do novo rego, voltou para Aparecida.
O Sr. Geraldo Caltabiano, dono das terras que cercavam a nossa chácara, afinal chegara a um acordo sobre a água que fora captada por primeiro e por iniciativa dos nossos padres missionários antigos desde a época da compra do terreno. Desistiu também de um rego que ele já fizera paralelo e abaixo do nosso. Aceitou a situação já costumeira: A água, depois de servir a nossa chácara (piscina e usina),
continuaria correndo para ele, aquilo que sobrasse. Entrou em acordo sobre os limites atuais. E entrou em acordo também para que fosse cedido o terreno para a escola pública da Pedrinha na área que vai desde a divisa da nossa chácara até a rua ou estrada que corta o bairro da Pedrinha, incluindo, o rego d’água.O relacionamento com o Sr.Geraldo Caltabiano começou quente (difícil). Aos poucos se normalizou. A conselho o Pe. Pieroni, coloquei marcos de cimento nos limites do terreno. Pe. Oscar Brandão, Pe. Archimedes Zulian, Pe. Hilton Furlani haviam sofrido muito por causa das pretensões do Sr. Geraldo Caltabiano que queria mandar e desmandar sobre a água.
Ele queria também proibir a passagem dos juvenistas por um caminho já antigo que passava pela usina e saía na estrada. No começo de 1962 fiz-lhe uma visita quando ele morava ainda na sede da fazenda, casarão que existe ainda hoje (1998) à esquerda de quem sai da Pedrinha para Guaratinguetá, entre o bairro e o clube. Ele me recebeu muito bem. Pediu que me assentasse. Tratamos de vários assuntos, entre eles, o do terreno para a escola. A certa altura, ele gritou para a esposa: “Prepare um café para o padre”. Ela respondeu: “Não! Não dou café para “esses” padres”.Eu acrescentei: “Não tem importância, Sr. Geraldo.” Abreviei a conversa e me despedi.  
Ainda em janeiro de l956, fizemos um passeio ao Pirutinga que ficava logo depois de passar pela Fazenda Monte Verde, antes de iniciar o zig-zag para São Lázaro, ou para a “Pedrona”, como dizíamos. Escolhemos o lugar para o acampamento. Muitos foram tomar banho no ribeirão. De repente alguém me avisa: “Didi saiu nadando para a caverna debaixo da pedra e não tem mais coragem de voltar. A água caía em abundância em forma de cachoeira na frente dele. De fato, lá estava o menino, encolhidinho, com medo! Vários seminaristas e eu fomos para a saída do poço na parte mais rasa. Fizemos sinal para que viesse nadando pela correnteza. Ele não quis de jeito nenhum.
Então, saímos, cortamos vários cipós “S.João”, fizemos uma corda bem forte e jogamos da parte de cima para dentro da caverna. Ele corajosamente a agarrou. Nós o suspendemos. Foi um alívio. Trata-se do ex-seminarista Dirceu Tesoto. Esse mesmo Didi, um dia, estava trabalhando com o Pe. Furlani, abrindo o rego que traz a água do Geraldo Caltabiano (atualmente é do Carlos Bartelega, casado com o filha do Geraldo) para a nossa casa (água potável). Ambos estão descalços; Pe. Furlani, com a batina arregaçada. Um caboclo da redondeza se achega devagarinho, fica observando. Passado pouco tempo, exclama: “Puxa, seu Furlani, esse seu “filho” é bom no enxadão, hein?”
Em março de 1962 fizemos um passeio ao Fazendão. Acampamos perto do Ribeirão. Almoçamos. Fizemos café para todos, uns 100 seminaristas. Tomamos banho, pescamos e até caçamos. À tarde visitamos o casarão com o andar térreo e o superior. Um velhinho (caseiro) nos mostrou tudo e nos falou do tempo dos escravos, da senzala, do tempo do café (fim do século XIX) e da fabricação de açúcar mascavo, da rapadura e do melaço. Não faltou também a prosa sobre assombração.
No começo de abril de 1962, formamos 9 equipes de trabalho; 5 dos médios e 4 dos menores. Cada equipe escolheu democraticamente os seus chefes e sub-chefes. Isso, foi uma novidade. Enfrentei até estranheza por parte de alguns, tão acostumados com o costume do tempo, de receber tudo marcado, de cima para baixo. As equipes escolheram também os seus patronos: Santíssimo Redentor, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, São José, Santo Afonso, São Clemente, São Geraldo, São Tarcísio, São Domingos Sávio e São Luís de Gonzaga.
Nesse primeiro semestre de 1962 já começamos, sob a supervisão do Pe. Archimedes Zulian, o aproveitamento máximo do terreno.
Saneamos o brejo, à direita de quem sai para o bairro. Cortamos os eucaliptos, arrancamos os tocos e plantamos diversas árvores frutíferas, especialmente cítricos, entre elas as famosas mexericas “poncan”. Ainda hoje, 1998, lá estão as mangueiras ao longo da estrada, os pés de caqui e as jabuticabeiras.
Pe. Hilton Furlani era um trator. Além disso zelava com muito carinho da usina para a luz elétrica, cujos dínamos, gerador e queda d’água ficavam à direita de quem olha para a casa da Pedrinha. Ainda há por lá (1998) a caixa para a captação de água que gerava a força.
Em 1962, fui pregar a semana santa em Virgínia-MG. Foram comigo os padres Izidro de Oliveira Santos e Conrado Gagliardi. Preparei os sermões, como de costume, por escrito. Já estava acostumado a fazer isso. No Domingo de Ramos, após o sermão pregado por mim, eu me acheguei de um coroinha miúdo, tímido, sentadinho num canto, e perguntei:
-Como você se chama?
-Joércio.
-Você quer ser padre?
-Quero.
Pedi para que ele me levasse à sua casa. Conheci os seus pais.
Expliquei como poderiam entrar em contato com o secretariado vocacional. Desde esse tempo ele passou a se corresponder com o Pe. Rodolfo Gherard Anderer. Passados alguns anos, ele entrou para o pré-SRSA.
É o Pe. Joércio Gonçalves Pereira CSSR. (Hoje Dom Joércio!)

A SAGA DOS GERALDINOS -


NA ETERNIDADE

Faleceu nesta segunda-feira, dia 20 de abril de 2009, às 00h50, no Rio de Janeiro, o Irmão Afonso Lopes da Silva, C.Ss.R. O Redentorista estava internado desde o dia 16 de abril no Hospital São Lucas, vítima de um derrame cerebral. O corpo será velado na Paróquia Santo Afonso (RJ) com missa de corpo presente às 19h. Na terça-feira, dia 21, seguirá para a Paróquia da Glória, em Juiz de Fora (MG), onde será realizada às 15h a missa de exéquias, juntamente com a novena de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Conforme costume de nossa Província, o confrade será sepultado no Jardim da Ressurreição do Cemitério da Glória, às 16h.

Há 41 anos na Congregação Redentorista, Ir. Afonso Lopes trabalhou em todas as casas da Província, sendo sua última morada a Paróquia Santo Afonso, no Rio de Janeiro, onde realizava seus trabalhos missionários, apoiando pastorais e coordenando a Obra Social Santo Afonso e São Geraldo.

Natural de Caraí (MG), Ir. Afonso faleceu aos 69 anos de idade, completados no último dia 17 de abril. Ele realizou sua Profissão Religiosa em 02/08/1967 e a Profissão Perpétua no dia 01/08/1976.

Um dia antes de sofrer o derrame, Ir. Afonso Lopes escreveu o artigo “Pistas para se viver melhor”, que compartilhamos com você:


PISTAS PARA SE VIVER MELHOR


'O ser humano, na era atual, freqüentemente tem a sensação de que não sabe o que fazer, porque vive no dia a dia em busca daquilo que os outros fazem, a sociedade dita, a mídia apresenta como chances imperdíveis, tentadoras. Pessoas não aderem essas ofertas, se consideram, ou são consideradas desatualizadas, arcaicas etc.

Tropeçamos com seres humanos sem objetivo e até sem identidade; aborrecidos, ignorando o que se passa dentro de si. Seres humanos conhecedores de grande parte da mídia, da tecnologia, da ciência, mas sem se conhecerem; experimentando profundos sentimentos de tédio, vazio, depressivo. Essas pessoas são convidadas para uma caminhada humana cristã, a darem espaço à reflexão e ao silêncio, a entrarem em si, pondo de lado o ruído e a confusão e entrarem em si para irem à procura daquele doce recanto da alma onde as espera, silencioso e sereno, o verdadeiro rosto da sua vida, da sua identidade, do seu eu, para descobrir o segredo de uma existência livre e harmoniosa, que a chamamos começo do Paraíso'.

Ir. Afonso Lopes, C.Ss.R.
(15 / 04 / 09)

Do site http://www.uneser.com.br

23 de abril de 2009

CRÔNICAS DE UM FORMADOR - SEGUNDA PARTE


Pe. Silvério Negri C.Ss.R.


2. Diretor da Pedrinha
Começamos 1956 com 19 padres na Comunidade do SRSA, incluindo os 3 que foram designados para a Pedrinha.
O cronista de 1956 anota: “Pe. Negri foi feito diretor da Pedrinha”.
De fato, “foi feito”. Quanto me consta, todos os apontados para esse cargo tiraram o corpo, inclusive o nosso querido e competente Pe.José Oscar Brandão que lá estivera em 1955 em substituição ao Pe.Guilherme Sônego. A verdade é que o Pe. José Ribolla apreciava o meu bom senso e otimismo. Lá fui eu, então, a 19/02/56, junto com os padres Antônio Borges de Sousa e Maurílio Fernandes de Castro,para o Pré-SRSA, com 66 seminaristas. Casa velha! Aperto! Sem veículo de transporte. Não havia ônibus para Guaratinguetá. Estrada de terra, com passagem por dentro d’água num dos córregos. No tempo da chuva, de outubro até março, alguns trechos ficam intransitáveis.
Há porém em nós muito idealismo, baseado na fé, na confiança e no amor a Cristo, na vocação redentorista. Uma palavra de ordem ecoa a toda hora pela casa: Ser Padre Missionário Santo.
Chegamos nesse ano ao impressionante número de 218 seminaristas, com os 66 do pré na Pedrinha. Pe. Borges é o diretor espiritual e vigário coadjutor da paróquia de Roseira, com os cuidados da Capela de Nossa Senhora da Piedade, da Pedrinha, e de São Lázaro, do Bairro Gomeral, e da Fazenda Monte Verde. Viajava a cavalo. Pe. Fernandes era prefeito, professor e ajudava na disciplina. Era escrupuloso. Homem
de Deus, honesto e exigente. Antes da meia-noite, várias vezes eu o escutei de fora de quarto declarando a intenção de celebrar a Missa de modo válido: “Vollo celebrare”: Eu quero celebrar. Falava em latim as palavras da consagração do pão e do vinho.
No fim de abril de 1956, eu me submeti a uma operação na garganta.
Tive de ficar silencioso durante uns 10 dias. Mesmo tomando cuidado, percebi que a dor continuava. Resolvo então voltar a Aparecida para procurar o Dr. Sigaud em Guaratinguetá. Aproveito a visita do ecônomo e confessor do SRSA, Pe. Balduino Birk, para pegar uma carona. De noite, lá pelas 21 horas, quando estávamos perto do Fazendão do Sr.Caltabiano, de repente o pneu da roda esquerda dianteira se solta e rola para frente. A camioneta estaca e bate o eixo na terra. Com o baque,acontece uma emorragia na garganta. Procuro fazer o que posso para segurar o sangue. Chove bastante. Pe. Balduino está sem o “macaco”.Busca na fazenda alguns homens. Eles levantam a frente da camioneta no muque, com alguns paus compridos e fortes, apoiando-os nos barrancos. Trocam o pneu com muita dificuldade. Chegamos ao SRSA
após a meia-noite. No dia seguinte, telefono ao Sr. João Zamboni, primeiro tenente e dentista da Escola de Especialistas da Aeronáutica e meu ex-colega de seminário. Ele me indica um cirurgião dentista, o Primeiro Tenente Dr. Sá, otorrino e anestesista. Esse especialista cauterizou a veia em hemorragia, após a aplicação, é claro, de anestésico. Esse cirurgião, ateu, trabalhou com muita competência. Fiquei bom
em pouco tempo. Fez tudo gratuitamente. Não tive mais problemas na garganta até hoje. Minha voz foi sempre boa. Um grande dom de Deus para um missionário redentorista.
A 23/06/56, começaram as férias mais cedo do que o costume, porque havia plano de reformar a casa da Pedrinha, segundo projeto do Pe. Humberto Rafael Pieroni CSSR.
A 7ª série, futuros bacharéis de 1956, foram passar as férias com seus pais. Mas alguns não puderam ir. Então, por intermédio do Pe.Aristides de Menezes Pedro, a 05/07/56, o Sr. Alberto Chad os levou a passear de automóvel ao Parque do Itatiaia. Pe. Fernandes e eu vamos juntos. Ficamos num barraco de madeira do Parque Nacional,
a mais de 2000 metros de altitude. Ele tem frestas, de maneira que o frio invade todo o espaço. Não conseguimos dormir, não obstante os muitos cobertores. Andamos, de madrugada, de cá para lá, para espantar o frio. Encontramos placas de gelo no riacho que passa perto.
No dia seguinte vamos escalar o Pico de Agulhas Negras. No outro, visitamos o Pico das Prateleiras. Um guia nos acompanha em ambas as excursões. Fazemos muitas “aventuras” como costumávamos nos expressar. Vencemos obstáculos difíceis para alcançar as alturas de mais de 3000 metros. Mas valeu a pena! Deu pano para muita
conversa.

3. Transferido
No fim do mês de julho, fiquei sabendo que eu e o Pe. João Edu dos Santos iríamos ser transferidos para a Basílica de Nossa Senhora Aparecida, o Santuário Nacional. Pessoalmente, fico frustrado. Penso que os meus poucos meses no Pré-SRSA tinham sido um fracasso. Não entendo bem por que, entre 19 padres, tinham sobrado eu e o
Pe. Edu. Mas obedeço com alegria. E, sem dúvida, foi o Espírito Santo que guiou os meus superiores. Foi bom para mim trabalhar 6 anos na Comunidade Redentorista da Basílica e da paróquia. Foram destinados para mim diversos trabalhos com os paroquianos de Aparecida e com os romeiros. Atendia os romeiros em confissão todas
as noites, e durante o dia quando marcado. Celebrava e pregava na Basílica. Assumi a direção da Cruzada Eucarística Infantil, a Capelania da Guarda Mirim que apenas tinha sido fundada pela Professora. Da.Conceição Borges Ribeiro e outros idealistas. Celebrava todos os domingos às 16 horas na Igreja de São Benedito.
Em 1959 houve uma divisão de trabalhos pastorais na Basílica.
Pes. Pedro Fré, Aloísio Schneider e eu ficamos encarregados da pastoral da paróquia, morando na mesma comunidade que os encarregados da pastoral do santuário. Nosso reitor era o Pe. José Ferreira Neto.

A SAGA DOS GERALDINOS -


São Geraldo Majela nasceu no sul da Itália, na cidade de Muro Lucano, no dia 06 de abril de 1726. De origem pobre, foi batizado logo ao nascer, devido à fragilidade de sua saúde.


Na infância Geraldo destacava-se pela inteligência e capacidade de ensino aos colegas da escola. Sua afinidade pela partilha é percebida desde cedo, nos lanches que ele repartia com os mais pobres. Apesar de ser um menino franzino, mirrado e pálido, Geraldo sabia repartir e, com consciência, era dado à prática do jejum.

Aos doze anos perde o pai e, para ajudar a sustentar a família, emprega-se numa alfaiataria. Já nessa idade bate-lhe o desejo de se consagrar a Deus, mas recebe três respostas negativas, quando manifestado o desejo de ser consagrado. O argumento de todos era o mesmo: sua fraqueza física e inaptidão para a dureza da vida religiosa.

Após muita insistência e sob condição, recebeu autorização para ingressar na Congregação Redentorista. Tornou-se irmão leigo no dia 16 de julho de 1752, provando que, pela insistência e paciência, o projeto de Deus é possível.

Como religioso não foram poucas as provações e calúnias sofridas. Dedicou-se em especial à pastoral com doentes e pobres, dando os mais belos exemplos de virtudes cristãs, especialmente a obediência e a caridade. Participou de missões com os padres, ajudando na preparação dos homens para o sacramento da Penitência.

Geraldo faleceu no dia 16 de outubro de 1755, aos 29 anos, após ter ficado muito doente. Sua canonização ocorreu em 11 de dezembro de 1904, pelo Papa Pio X.

Vários fatos interessantes e incomuns marcaram a vida de São Geraldo, como o episódio em que o Menino Jesus deixou os braços da Imagem de Nossa Senhora para dar-lhe um paõzinho branco e brincar com ele. Outro caso é o da chave da casa do bispo da Lacedônia, que Geraldo retirou de um poço de água amarrando a imagem do Menino Jesus a uma corda e descendo-a até o fundo do poço.

No Brasil, existe um belo santuário de São Geraldo em Curvelo - MG, atendido pelos missionários redentoristas. No Santuário de Bom Jesus da Lapa - Bahia, uma das grutas está sendo dedicada a esse humilde irmão missionário, que se tornou grande santo por amar a Jesus e aos irmãos. São Geraldo é o santo redentorista mais conhecido e admirado no Brasil.

REMEMORANDO REDENTORISTAS! IR.ALTINO CSsR.




Ir. Altino Alves de Souza


15 de maio de 2001+

Nasceu em Nova Granada SP, dia 07 de fevereiro de 1932. Seus pais: Manoel Alves de Souza e Jerônima Jácomo de Souza Entrou para a Vida religiosa em São Paulo, em nosso Convento do Jardim Paulistano, em 24.07.1967. Fez o Postulantado, em Aparecida, em 1967. Dia 01.02.1968 recebeu a batina redentorista e começou sua experiência religiosa no Seminário São Geraldo no Potim. Fez o Noviciado em Aparecida, de 01.02.1969 a 02.02.1970, dia em que fez sua Profissão Religiosa na Congregação do Santíssimo Redentor. Em Tietê formou-se na Escola Técnica de Comércio. Morou em várias comunidades da Província. Fez sua Profissão Perpétua na Congregação Redentorista, em São João da Boa Vista em 01.08.1977. Em 1979, por, pediu dispensa dos votos, para poder ajudar sua família e resolver problemas familiares. Em 21 de setembro de 1994 pediu o retorno à Congregação Redentorista. Foi aceito. Depois de um ano de experiência, fez novamente sua Profissão Religiosa na Congregação Redentorista. Isto aconteceu dia 24.09.1995, em Tietê Dia 31.08.1997, em Aparecida, fez sua Profissão Perpétua na Congregação do Santíssimo Redentor. Durante os anos de sua Vida Religiosa, Ir. Altino, por ser formado em Comércio, sempre trabalhou na contabilidade das comunidades onde morou. Sempre foi um religioso piedoso e correto em seu servi. Era de fácil comunicação. Infelizmente sua saúde logo comeu a manifestar problemas pulmonares. A falta de ar o fazia sofrer muito. Estava morando ultimamente no Convento do Santuário, quase que preso ao balão de oxigênio.

Nos timos dias, esteve internado na UTI do Hospital Frei Galvão, em Guaratinguetá. A faleceu, no fim da tarde do dia 15 de maio de 2001. Sepultado em Aparecida, no dia 16 de maio de 2001.

22 de abril de 2009

O EVANGELHO DE HOJE












Evangelho segundo S. João 3,16-21.

Tanto amou Deus o mundo, que lhe entregou o seu Filho Unigénito, a fim de que todo o que nele crê não se perca, mas tenha a vida eterna. De facto, Deus não enviou o seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele. Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no Filho Unigénito de Deus. E a condenação está nisto: a Luz veio ao mundo, e os homens preferiram as trevas à Luz, porque as suas obras eram más. De facto, quem pratica o mal odeia a Luz e não se aproxima da Luz para que as suas acções não sejam desmascaradas. Mas quem pratica a verdade aproxima-se da Luz, de modo a tornar-se claro que os seus actos são feitos segundo Deus.»

Quem crê e quem não crê em Jesus Cristo?

A referência deste trecho do evangelho de São João deve ser entendida de uma forma ampla e bastante compreensiva!
Cristo veio para redimir a humanidade. As pessoas que vêem a luz...As pessoas que crêem de verdade...As pessoas que amam na obra, no pensamento e na alma...
Portanto, preferem as trevas e desdenham a dádiva divina aqueles que fazem o mal, sabem que o estão fazendo e não o deixam de fazer...Estes sim são os inimigos de Deus...e que ousadia!

CRÔNICAS DE UM FORMADOR - PRIMEIRA PARTE


CRÔNICAS DE UM FORMADOR


Pe. Silvério Negri C.Ss.R.

Nas vésperas do Natal de 1954, foi publicada pelo prefeito dos estudantes do Seminário Santa Teresinha, Pe. Geraldo Pires de Sousa CSSR, a lista das transferências. Eu fui mandado para o SRSA para ser auxiliar (prefeito) do diretor, Pe. José Ribolla CSSR, no SRSA, em Aparecida. Pe. Pires reuniu a todos nós padres estudantes (Pe. Renato Tonon, Pe. Virgíneo De Carli e eu) para nos dar algumas recomendações. Aproveitou para recolher os relógios que cada um tinha recebido dos padrinhos da primeira Missa. Fez um sorteio. O meu foi para o De Carli. O dele veio para mim. O Pe. Tonon ficou com o dele mesmo.  No dia 30/12/54, sem despedidas quanto me lembro, mas com a bênção do Pe. Pires, viajei para São Paulo e Aparecida.  Além dos estudos normais de filosofia e teologia, em não tinha conhecimentos especiais sobre pedagogia. Tinha lido alguns livros sobre o assunto, entre eles, “O Professor” de Backheuser.
1. No Seminário Redentorista Santo Afonso
Chegando ao SRSA, fui colocado num quartinho que hoje é a sala de estar. Fica de fronte à cabine de telefone, no primeiro andar, à esquerda de quem sobe a escada partindo do térreo, na frente do refeitório.
Metade das três turmas dos seminaristas estava na casa de férias, no Pré-SRSA, na Pedrinha, e a outra no SRSA. O seminário era dividido em três turmas: maiores, médios e menores. Uma turma não podia conversar com a outra, a não ser por sinais, e com muita parcimônia. Passar dos menores para os médios e destes para os maiores, era uma sensação emocionante, uma promoção! Fui nomeado prefeito dos menores. Pe. Francisco Vieira da Costa CSSR era o prefeito dos maiores; Pe. Ângelo Licati, dos médios. O Pe. José Ribolla era o diretor; Pe. José Pereira Neto era o reitor (superior da comunidade). Ao todo, éramos 14 padres professores e 3 irmãos coadjutores, só no SRSA. Mas, no Pré-SRSA na Pedrinha, havia mais 3 padres: Guilherme Sônego, Antônio Borges e Maurílio Fernandes. Em janeiro, eu passei para um quarto no terceiro andar, com vista para o horta e para a Basílica Velha. Duas coisas me tocam o coração, entre outras, nesse tempo: primeira , o bimbalhar dos grandes sinos da Basílica Velha. Eles soam sem falta às 6, 12 e 18 horas. Fazem-me lembrar a Mãe, Nossa Senhora Aparecida. Segunda, era o soar do relógio alemão, trazido do Colegião, que ficava na sala de estudos. Ele batia de 15 em 15 minutos e o chefe entoava: “Omnia ex amore Iesu et Mariae”. Em 1941, quando, garoto, entrei para o seminário, eu saí da Penha ao som dos sinos, às 6 horas da manhã, em companhia do Pe. Luís Pessi CSSR e do meu futuro colega Leopoldo, da Freguesia do Ó-SP. Viajamos de ônibus da Pássaro Marron pela estrada de terra, via S.Miguel Paulista, Itaquá, Mogí das Cruzes, Jacareí, São José dos Campos, Caçapava, Taubaté, Pinda, Roseira Velha. Passamos pelo Itaguaçu, Volta da Pedra e chegamos a Aparecida às 12 horas, ao som dos sinos, à Praça do Centro Velho. Após o almoço no Convento Velho, os seminaristas do segundo colegial, Antônio Borges, Moacyr Bossay e Cid vieram buscar nossas malas e nos acompanharam até o SRSA, descendo pelo trilheiro ao lado das Oficinas Gráficas, atravessando a chácara. Ao chegar à sala dos professores (12:30h), o Pe. José Pereira Neto CSSR, prefeito, me acolheu e disse aos 3 mal o sol esquentava escorria de novo o piche liqüefeito. Essas manchas de piche podem ser vistas ainda hoje em nossos dias.A 29/11/55, a convite da Comunidade da Basílica, preguei na abertura da novena para a festa da Imaculada Conceição. Foi emocionante falar na Basílica repleta de romeiros. As pregações eram feitas no ambão do lado direito de quem olha para o povo. O pregador pregava vestido com batina redentorista, com sobrepeliz e com barrete. O barrete era levado nas mãos. Depois da saudação ao povo, era colocado na cabeça. Alguns tinham o costume de tirá-lo quando pronunciavam o nome de Jesus. Durante a leitura do Evangelho, os sacerdotes ficavam com a cabeça descoberta. Os padres novos tinham obrigação de escrever o sermão e apresentá-lo ao Pe. José Pereira. Ele devolvia os meus, com a nota: “Vi mas não li.” Pela primeira vez, a 19/12/55, 25 juvenistas, assim eram denominados os seminaristas menores da Congregação, vão passar o Natal com os pais. Foi um acontecimento fora de série, bastante contestado por alguns, que viam nisso um perigo para a perda da vocação religiosa e sacerdotal.

Pedrinha-1965-Foto de Marcos Theodoro Moser (+)

REMEMORANDO REDENTORISTAS!DOM MACEDO CSsR.


DOM ANTÔNIO FERREIRA

DE MACEDO
28 de fevereiro 1989+

Nasceu na Fazenda Natal, em Guaratinguetá, aos 21 de outubro de 1902.Teve 12 irmãos. Foi batizado em Aparecida, aos 04 de janeiro de 1903, ingressou no juvenato em Aparecida em 1916. De 1923 até 1928 estudou Filosofia e Teologia na Alemanha,
tendo sido ordenado pelo Cardeal Faulhaber, em 1928.
Entre os anos de 1931 e 1942 Dom Macedo trabalhou como missionário, passando então a ocupar cargos de reitor, nas casas de Tietê e São Paulo, de Cachoeira do Sul (RS) e novamente na Penha, em São Paulo. De 1948 a 1955 foi Superior Provincial.
Em 1955 foi eleito Bispo Auxiliar de São Paulo por Pio XII. Ao ser criada a Arquidiocese de Aparecida, em 1958, Dom Macedo recebeu a incumbência de pô-la em andamento e passou a residir aqui como representante de seu administrador, o Cardeal Mota.
Em 1964, quando Dom Carlos Carmelo Cardeal Mota veio para Aparecida, trouxe-o consigo, para ser seu auxiliar, tendo-o consigo até sua morte, em 1982. Ele foi elevado ao título de Arcebispo Auxiliar - Sedi datus. Participou de algumas sessões do
Concílio Vaticano II.
Dentre as obras que o destacaram, três aparecem com grande mérito: o prédio do Seminário Santo Afonso, a fundação da Rádio Aparecida e a construção da Basílica Nova.
Em 1950, tendo o Cardeal pedido o Colegião, onde estavam instalados os Seminaristas menores redentoristas, O Pe. Macedo,então Superior Provincial, construiu, em meio a grandes dificuldades,o novo Seminário de Santo Afonso. Durante todo seu episcopado manteve uma bolsa de estudos para formação de um
de nossos seminaristas.
Em Aparecida, foi nomeado administrador do Santuário Novo e, apesar da luta incansável para ver erguida a nova igreja, não se descuidou de suas atividades pastorais. Uma delas foi a peregrinação que fez com a verdadeira imagem de Nossa Senhora Aparecida, com a qual visitou centenas municípios de vários Estados
brasileiros.
Com sua saúde definhando lentamente, consumido por uma artrite dolorosa, faleceu ao lado de seus confrades, pois voltara a residir no convento da comunidade do Santuário, aos 28 de fevereiro de 1989. “Talvez nem se imagine quanto esse homem de Deus fez por Aparecida e por esta Arquidiocese”, palavras de Dom Geraldo Penido, Arcebispo de Aparecida.
(Arquivo Provincial

18 de abril de 2009

OS DIAS NA PEDRINHA! - ÚLTIMA PARTE


E as tardes de domingo....Formavam-se grupos de 5 ou 6 que saíam para as famosas pescarias...Alguns iam pescar lambaris na sensibilidade do peixe no anzol ao deixar seguir a isca na correnteza. Outros iam debaixo de uma ponte e pescavam carás. Aqueles que não eram tão habilidosos com as varas, deixavam a isca repousar no fundo do ribeirão e conseguiam pegar os famosos mandis de ferrão afiado. Mas havia aqueles que pegavam um saco de estopa e davam “batidas” nas margens do rio, conseguindo cascudos e camarões de água doce...Muitas vezes comíamos ali mesmo os camarões ainda crus. Uma vez pegamos uma traíra(dentuça!) que estava “dormindo”...(Não é mentira de pescador!). Depois, tudo na mão do “seu” Zosa era frito para a degustação dos pescadores.
Outra opção aos domingos era subir o Morro do Gigante que havia ao lado. (O gigante que estava deitado!)
Entretanto, às 18h todos tinham que estar na capela, devidamente banhados e trocados para a bênção do Santíssimo, ao som do Tantum Ergo!
Com a maravilha do mundo da internet hoje consigo ver mais completas as obras de Cornélio Pires. Sim, o autor das aventuras mirabolantes, destemperadas e grotescas de Joaquim Bentinho. Por que essa lembrança? Ah! O Pe.Fernandes....Ele sentava-se numa das muretas do pátio interno, ficávamos sentados no chão em sua frente, ele abria um livrinho e lia:” ...JOAQUIM QUEIMA-CAMPO. É um caboclinho mirradinho, olhinhos vivos, barbica em três capões: dois de banda e um no queixo; bigodes podados a dente, desiguais e sarrentos; nariz de bodoque, aquilino, recurvo, fino, entre bochechinhas chupadas; dois dentões amarelos, os caninos, que só aparecem quando ri, quais velhos moirões de porteira abandonados; rosto em longo triângulo; cabeçudinho; cabelos emaranhados; orelhinhas cabanas, cada qual suportando o seu toco de cigarro, amarelentos e babados.De camisa, de algodão riscado, aberta ao peito, deixa ver pendurada no magro pescoço de cordeveias salientes, uma penca de "bentinhos", favas de Santo Inácio e patuás com rezas que servem para "fechar" o corpo e evitar mordedura de cobras.Baixinho, miudinho, desnalgado, perninhas finas e canelas luzidias, brilhantes ao reflexos do fogo, ao pé do qual nós reunimos todas as noites, o Joaquim Bentinho é um serelepe, espertinho e perereca...Observei que, como os outros roceiros, traz uma das pernas da calça arregaçada mais alta que a outra. Porque será? Depois de muito maturar, descobri que é para evitar que o enrodilhado de uma perna se esfregue no outro, ao ser mudado o passo, rustindo e estragando a roupa...Mas, vamos aos "causos"...”
Era o nosso programinha de TV, ao vivo, acompanhando as mímicas engraçadas do saudoso Pe.Fernandes, quando, com muito entusiasmo nos lia aqueles trechos interessantes do autor! Quantas vezes ele leu esse trecho e para quantas pessoas!

O Pe.Brandão e os seus confrades de lá sempre temiam pela integridade física dos jovens...
Um dia veio uma gripe contagiosa contraída na região e parece-me que esteve em diversas outras partes do país...Chamamos: Gripe Espanhola! Quase todos os colegas ficaram acamados...Como não fui dela acometido, passei a ajudar os poucos, que estavam sãos, a levar remédios, comida e água aos que ardiam em febre...Foram momentos de muita apreensão....Mas graças ao bom Deus, tudo passou sem quaisquer resquícios negativos...Todos sararam...e aí caí sozinho de cama...Uma vantagem: Tive muitos colegas disponíveis para cuidar de mim!
O Pe.Furlani, dirigindo a camionete..., ali vinha o nosso sustento...O Pe.Borges, a cavalo, ora dirigindo-se à vila de São Lázaro, para rezar a missa, ora mesmo na capelinha do bairro da Pedrinha, cuidando, para as pessoas de fora, dos assuntos de Deus.
Foram momentos inesquecíveis e muito oportunos para nossa formação. Éramos do PRÉSSA e sonhávamos o SSA, em Aparecida, depois Pindamonhangaba e finalmente Tietê.

REMEMORANDO REDENTORISTAS! PE.MÁRIO BONOTTI CSsR

Pe. Mário Antônio Bonotti
1 de setembro 2008+

Mário Antônio Bonotti nasceu em Jacareí-SP, em 28 de maio de 1913, filho de André Bonotti e Genni Tommasi Bonotti. Foi batizado no Santuário da Penha (São Paulo), no dia 08 de dezembro de 1913.
Ingressou no Seminário Redentorista Santo Afonso, em Aparecida-SP, no dia 08 de dezembro de 1923, onde realizou seus estudos preparatórios até o fim de 1929.
Durante o ano de 1930, fez o noviciado redentorista, em Pindamonhangaba-SP, onde consagrou-se na vida religiosa, no dia 26 de abril de 1931. Logo viajou para Rothenfeld, na Alemanha, onde estudou Filosofia e Teologia. Fez a sua consagração perpétua na Congregação Redentorista, em 08 de setembro de 1934, aos 21 anos de idade. Foi ordenado diácono no dia 14 de julho de 1935. Ainda na Alemanha, na cidade de Munique, foi ordenado presbítero por D. Franz Xavier Eberle, no dia 21 de junho de 1936.
No início de 1937, voltou para o Brasil, sendo professor de línguas durante dois anos no Seminário Santo Afonso, em Aparecida-SP. Durante o ano de 1939, esteve trabalhando como coadjutor na Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, em Campinas-GO. De 1940 a 1945 trabalhou como professor de seminário e na pastoral, em Pinheiro Marcado-RS. De 1946 a 1955 foi professor de Teologia Moral no Seminário Maior de Tietê-SP. Voltando a Aparecida-SP, onde foi superior e professor no Seminário Santo Afonso, de 1956 a 1961.
Durante o triênio de 1960-1962, trabalhou no Santuário de Aparecida, quando também atendia diversas congregações religiosas femininas na Região do Vale do Paraíba Paulista.
Atuou como mestre-de-noviços, de 1962 a 1966, em Pindamonhangaba-SP; de 1966 a 1967, em Tietê-SP. De 1968 a 1969, novamente professor no Seminário Santo Afonso.
Durante o período do governo do Superior Geral, Pe. Tarcísio Ariovaldo Amaral, CSsR, de 1969 a 1975, o padre Mário Bonotti foi trabalhar em Roma, como secretário, devido à sua facilidade em idiomas, pois conhecia bem o latim, o italiano, o francês, o alemão e o inglês.
No final de 1975, retornou ao Brasil e residindo no Convento Redentorista anexo à “Basílica Velha”, trabalhou no Santuário Nacional, em Aparecida-SP, até 1979. Foi vigário paroquial na Paróquia de Nossa Senhora Aparecida de 1980 a 1987.
Desde 1988, portanto, há 20 anos, passou a residir no Convento do Santuário (Basílica Nova) e trabalhou, enquanto pôde, junto aos devotos romeiros de Nossa Senhora.
No dia 26 de abril de 2006, o padre Mário Bonotti celebrou 75 anos de Vida Religiosa Redentorista. E no dia 21 de junho do mesmo ano celebrou 70 anos de ministério presbiteral. Ele foi o último a falecer da família, constituída de dez irmãos, inclusive uma religiosa. Eles eram três irmãos (de sangue) padres redentoristas da família Bonotti: Mário, Artur (+ 02/06/1999) e Geraldo (+13/12/2002).

O padre Mário faleceu na madrugada do dia 1º de setembro de 2008, aos 95 anos de idade, no Convento Redentorista do Santuário Nacional, em Aparecida.

17 de abril de 2009

OS DIAS NA PEDRINHA! - SEGUNDA PARTE


continuação......


Falando em “seu” Zosa, lembro-me de da.Alzira, sua esposa, que cuidava da faxina, ajudava na cozinha e era uma “expert” em ervas...Uma vez, ao mergulhar na piscina, tive um impacto da água direto na orelha e a água entrou no meu ouvido. Este começou a doer talvez porque estava se iniciando um processo de inflamação...Era uma dor muito chata...A da.Alzira pegou umas folhas de uma plantinha que tinha ao lado de sua casa, ferveu-as, fez um caldo, embebeu o caldo num algodão e disse:
-Filho, vira a orelha!...-
Assustado, falei:
-Da.Alzira, se a dor que tenho é por causa da água que entrou, a senhora ainda vai colocar mais líquido no ouvido?
-Fica quieto menino e faça o que estou mandando...
Sem alternativa, obedeci e lá veio o caldo verde e quente...
De repente, no ato, a dor sumiu... Sumiu e não voltou mais...Os famosos chás e caldos da Da.Alzira...
Vinham os passeios pela serra....Que passeios! Naquelas mochilas de caserna iam a comida e os respectivos utensílios...Em latas grandes redondas que foram de extrato de tomate era acondicionado o arroz e o tutu de feijão feitos pelas mãos sagradas do “seu”Zoza...Uma caixa grande de marmelada ou goiabada que seriam recortados e compunham a sobremesa. Era a mochila que ninguém gostava de levar: a caixa de madeira machucava as costas.
Equipados com roupa de campanha e uma bela bota, saíamos estrada e picadas afora, logo depois da missa diária, mas ainda muito cedo, quase madrugada...
Havia os Campos, que estão cerca de 2.000mt acima do mar, era um local dos mais altos da região. Andávamos um trecho em estrada e outro bom trecho em uma picada sinuosa que parecia nunca acabar e a paisagem ficava escondida por arbustos iguais, que nos davam a sensação de não sairmos do mesmo lugar. Sentíamos alívio quando ouvíamos os mais ligeiros gritarem:
-Chegamos!
Alguns corajosos tomavam banho em águas daquele ribeirão cuja temperatura poderia ser de 6 ou 8 graus acima...Um pouco de descanso da jornada e , em seguida, formavam-se as turmas de 5 ou 6 juvenistas que iam fazer alguma aventura no local...Apenas aqueles que eram designados para a cozinha ficavam para preparar a refeição , que após abençoada pelo padre que nos liderava, era distribuída para a fila de jovens que pegavam os pratos de alumínio, os talheres e as canecas que serviam para receber a groselha geladinha, feita com água pura e cristalina do ribeirão. Um dia, nesse passeio, entrei na fila e fui pegando tudo o que havia: o arroz, o tutu, o ovo cozido, o pãozinho e a caneca de groselha.....
-Ufa, peguei quase tudo! – Assim dizendo e olhando para os demais, vi meu prato cheio escapar das mãos e emborcar no chão...Tinha de começar tudo de novo!(Ainda bem que não era necessário pagar!)
A volta era sempre mais fácil...só descida!
Na serra ainda havia os Pilões... Era um passeio que fazíamos apenas pela estrada, mas era mais longo...Até diziam que estava bem próximo da divisa de São Paulo e Minas Gerais.
Soube que em um desses passeios, um grupo de juvenistas ficou interessado em chegar à divisa, como tinha orientado o Pe.Fernandes. Esse grupo seguiu em frente em busca de um regato que atravessava a estrada que, segundo o padre, dividia os estados. O grupo foi em frente e alguns quilômetros adiante, chegaram ao “famoso” regato. Em meio a essa turminha havia um mineirinho, que passou por outro lado do riacho e começou a inspirar e expirar ruidosamente o ar...Ele sentia-se bem em estar no seu estado, Minas Gerais...
-Isto que é ar! Que ar puro! Melhor não existe! – e olhava ora o céu, ora o pessoal e batia levemente com as duas mãos socadas no seu peito...Os demais admiravam a alegria do mineirinho!
Entretanto, passou por ali um morador daquela região que, por certo, deixava a roça para o seu almoço ainda matinal. O grupo cumprimentou aquela pessoa e confirmou-lhe que eram os “fios” do padre... Ao ser perguntado sobre a divisa dos estados, ele balançou negativamente a cabeça e disse:
-Óia, menino, a divisa ainda fica a uns 10km daqui...aqui ainda é Estado de São Paulo!
E o mineirinho? Cadê?
Tinha sumido já quando o campônio havia balançado a cabeça!

segue....

REMEMORANDO REDENTORISTAS! PE.VITOR COELHO CSsR.


PE. VÍTOR COELHO DE ALMEIDA

21 DE JULHO 1987+
Nasceu o Pe. Vítor em Sacramento- MG, filho do professor Leão Coelho de Almeida e Maria Sebastiana Alves Moreira.
Era o dia 22 de setembro de 1899. Perdeu ele a mãe aos 7 anos de idade e foi criado primeiro pela avó materna, passando depois aos cuidados do tio Cônego Vítor, no Rio de Janeiro, enquanto o pai percorria cidades e fazendas no ofício de professor primário.
Cresceu sem disciplina, insubordinado.
Em 1911, entrou para o Colégio Santo Afonso, de Aparecida-SP, internado pelo tio que tentava dar-lhe uma chance de educação. Sincero, o menino declarou que não queria ser padre, mas o diretor o aceitou assim mesmo. Mais tarde, esteve a ponto de deixar o seminário. Mais uma vez foi inspirado o Pe. João Batista, o diretor que o conservou. Vítor apegou-se à Nossa Senhora Aparecida:
“Atravessei por vezes fortes tentações contra a vocação. Nestas ocasiões, para não dar passo em falso, recorria a Nossa Senhora, punha em suas mãos minha vocação e tudo passava”.
Em 1917 foi ele para o Noviciado, em Perdões-SP. Professou dia 02 de agosto de 1918.
Iniciou a Filosofia em Aparecida, mas em 1920, indo para Gars, na Baviera, ali completou os estudos filosóficos e dedicou-se à Teologia. Em 1921 a tuberculose instalou-se pela primeira vez em seus pulmões. Os estudos teológicos foram prejudicados pela doença. Assim mesmo, conseguiu terminá-los e, em 1923, foi ordenado sacerdote, celebrando a primeira missa, com muita festa e solenidade, em Forcheim, na Baviera.
De 1926 a 1930, encontramos o jovem Pe. Vítor como brilhante catequista em Araraquara. Já antes, desde sua chegada da Alemanha, ele desempenhara o mesmo ministério em Aparecida.
De Araraquara foi para a Penha, em São Paulo. Fez o Noviciado e foi para Goiás, onde foi missionário por 1 ano e meio, renovando os métodos de acordo com o aprendido com o Pe.Estêvão Maria, seu mestre. De 1936 a 1940 viveu anos de intensa atividade missionária na Penha e em Araraquara. Ao mesmo tempo, desenvolvia o papel de animador vocacional, arrebanhando para o seminário dezenas de garotos e adolescentes.
Quando estava no auge, zeloso e competente, reconhecido e famoso,
líder dinâmico e admirado das Missões, a tuberculose, mais uma vez e agora com maior virulência, obrigou-o a interromper tudo e internar-se em Campos de Jordão. De 1941 a abril de 1948 esteve internado no Sanatório Divina Providência. Apóstolo do sofrimento, foi ao mesmo tempo uma presença missionária entre as doentes. Já em pleno restabelecimento, em 1947, dedicou-se ao apostolado pela Rádio ZYL-6, de Campos de Jordão.
Com a saúde recuperada, veio o Pe. Vítor para a comunidade de Aparecida. Aí dedicou os restantes 39 anos de vida à pastoral pela Rádio Aparecida, junto aos romeiros e ocasionais saídas para diferentes cidades de vários Estados. Foi o criador da missãozinha dos Romeiros, com 2 ou 3 pregações e celebrações diárias na Basílica. Foi um pregador e catequista carismático, um homem de Deus e da Senhora Aparecida. Por alguns anos assumiu a direção da Rádio. O Clube dos Sócios, foi por ele fundado.
Um homem de fé, que viveu a fé, um homem de oração, um estudioso que procurou constantemente estar atualizado, um confrade que participou intensamente da vida comunitária, da oração, das reuniões, das recreações e dos passeios, uma presença integrada, com suas características muito próprias, trabalhou praticamente até o último dia de vida. Faleceu, de um edema pulmonar, na manhã do dia 21 de julho de 1987, lúcido e rezando enquanto era levado para o hospital. Já no carro dizia:
“Vamos rezar, é hora de rezar”.
Milhares de fiéis, religiosos, sacerdotes e bispos prestaram-lhe sua homenagem num velório, exéquias e sepultamento de homem venerado como santo.
O processo canônico de beatificação do Pe. Vítor Coelho de Almeida foi introduzido solenemente pela Arquidiocese de Aparecida na festa da Padroeira de 1998.
(Pe. Víctor Hugo)

Todos sabem que existe um processo em andamento na Santa Sé sobre sua beatificação! Portanto, neste momento lembremo-nos dele em nossas orações e se você alcançou alguma graça por intermédio do servo de Deus Pe. Vítor Coelho ou conhece alguém que foi agraciado pela sua intercessão, queira comunicar por carta, no endereço Caixa Postal 01 – Aparecida – SP – CEP: 12570-970. Ou por e-mail:
causa-vitorcoelho@redemptor.com.br.

16 de abril de 2009

OS DIAS NA PEDRINHA! - PRIMEIRA PARTE


Os dias na Pedrinha!

Que lembranças tenho daqueles dias...
Tinha vindo ao seminário para ficar internado, considerando que minha mãe precisava trabalhar após a morte de meu pai.
Fui para o PRÉSSA, PRÉ-SEMINÁRIO SANTO AFONSO, na Pedrinha.
A princípio, fiquei muito assustado por não ficar nos cômodos bem instalados do SSA, SEMINÁRIO SANTO AFONSO, em Aparecida. Temi por não conseguir acostumar-me viver num local tão isolado da cidade, meio frugal, no campo...Vi um campo de futebol com algumas árvores ao lado e uma piscina sem azulejos, com uma ilha de concreto no meio....
Dormitórios muito simples, poucos banheiros, refeitório escuro...Capela bem diferente....
Era a minha primeira impressão negativa, após ter conhecido o SSA.
De repente surge o Pe.Brandão, sisudo, circunspecto e nos fez a primeira preleção...Era o diretor!
Tudo designado, lugar na capela, no refeitório, no dormitório, no salão de estudos...comecei a ambientar-me...
Fui tomando gosto...A simplicidade de vida começou a fazer parte de meus sentimentos e o entusiasmo por isso ia brotando...PADRE,MISSIONÁRIO,REDENTORISTA,SANTO!
Era nosso ideal....Era nossa vocação....
Em seguida, conheci um padre que falava baixinho, óculos pendurados no nariz, cabelos meio encaracolados... era o confessor e orientador espiritual...o Pe.Borges....
De repente, surge um outro, um tanto discreto e até meio tímido, a princípio, seria o professor de matemática, o Pe.Fernandes....
Enfim, aparece um outro, também de óculos, meio escuros, com as mangas da batina arregaçadas e olhar muito penetrante, era o Pe.Furlani.
Esta equipe de orientadores dariam início à minha formação cristã e cultural, quando estava saindo do período de infância...Que sorte! Que “time”! Com certeza foi o início perfeito para quem estava começando a escolher o que ser na vida...Surgia a vocação religiosa naquela congregação que prima pela disciplina, obediência, pobreza e objetivo na conquista das almas, pelas missões...
Iniciamos nosso dia a dia, em meio ainda a retoques na construção e aos caminhões de areia do Sr.Geraldo, o basculante branco, que vinha ora de Aparecida, ora do Potim...Quantas vezes andamos naquela carroceria...
E assim seguiu nossa vida campestre...
No inverno era muito frio...Mas alguns tomavam banho às 5:30h da manhã na piscina e depois ficavam até de braços de fora, porque a água parecia mais quente e adaptava nosso corpo à temperatura ambiente...Mas havia um ritual para conseguir-se essa façanha...Cinco minutos antes de soar o sino que nos despertava pela manhã naquela hora, debaixo dos cobertores, trocávamos a calça do pijama pelo calção de banho...A lado, dobrada e embrulhada na toalha, sobre nosso armário, ficava a roupa que iríamos nos vestir. Ao soar o sinal de despertar, levantávamos rapidamente, jogávamos na cama a camisa do pijama, pegávamos o “pacote” das roupas, correndo pelas escadas e por aquela descidinha da entrada, dirigíamo-nos até a piscina e sem parar um segundo, jogávamos ao lado as roupas embrulhadas e mergulhávamos na água. Se alguém parasse no meio do caminho, com certeza não teria coragem de pular na piscina. Às vezes deparávamos com uma cobrinha d’água, visto que era corrente de um regato que sobre isso, nos dava energia, supria nossa sede, mantinha a limpeza e era um dos principais “elementos” do “seu” Zosa... Lembram-se do Sr.Zosa? O homem do “mata-fome”(aquele pudim de pão nutritivo e pesado!) O nosso inesquecível cozinheiro...que, por tantas vezes, estava de pé às 3h da madrugada, preparando o nosso tutu de feijão para os passeios, aos Campos, Pedrona, Pilões e quando fazíamos a pé o trajeto de 15km até o SSA, em meio aquele eucaliptal que começava, mas demorava muito para acabar...

segue......

LEMBRAM-SE DISTO?


















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15 de abril de 2009

MEU INESQUECÍVEL DIRETOR

PADRE JOSÉ OSCAR BRANDÃO CSsR  E ANTONIO IERÁRDI NETO

MUITO OBRIGADO POR TUDO, PE.BRANDÃO!

Antônio Ierárdi Neto
(Tampinha II)

“O MEU PRÉ - SEMINÁRIO DA PEDRINHA” (MINHAS MEMÓRIAS)-2ªPARTE

PADRE BRANDÃO CSsR
6. Nossos ex-alunos redentoristas
Os jovens que foram matriculados no Pré-Seminário da Pedrinha foram muitos. É claro que nem todos chegaram ao sacerdócio, nem todos continuaram os estudos no Seminário de Santo Afonso, em Aparecida. Muitos desistiram. Outros foram aconselhados a seguir outro caminho. Porém, o Pré-Seminário procurava, dentro do possível da época, formar e educar bem todos os que por ali passavam. Embora não chegando ao sacerdócio, muitos que passaram pela Pedrinha daqueles tempos, hoje servem a Deus como cristãos conscientes e tiveram destaque na política, na medicina, na advocacia ou no magistério, aproveitando os anos de formação recebida. Para nós, constatar esta realidade é uma alegria e é um santo orgulho. - Bendito seja Deus, nosso Redentor!
Julgo muito importante também afirmar aqui que, durante todos os anos em que vivemos na Pedrinha com os confrades e com os seminaristas, outra preocupação nossa, e constante, foi deixar “as portas sempre abertas”, sem coagir ninguém, colocando todos os alunos numa situação de poder fazer sua opção livre. Ainda hoje eles guardam no coração saudades daqueles tempos felizes: “Uma vez redentorista, sempre redentorista”!
7. Nossa pedagogia
O Pré-Seminário de Santo Afonso, da Pedrinha, sempre seguia a Tradição guardada pelo Seminário de Santo Afonso, em Aparecida. Tradição segura e intocável. Além disso, havia “o Regulamento”, editado em 1935 pelo então Pe. Francisco Wand, Vice-Provincial, e reeditado em 1957 pelo Pe. José Ribolla, Provincial. Nossa disciplina era dura e firme. Sempre tivemos um objetivo: educar aquela meninada viva, esperta e irrequieta. Eu sempre acreditei na disciplina como caminho para se atingir o sacerdócio. Estava convencido do que aprendi, do que falava e do que fazia: “A disciplina educa a vontade e forma o caráter”. Por isso, a gente era severo e exigente. E tinha razão? - Eu não duvido. Hoje, eu me questiono se errei, ou não errei na forma de aplicar esta nossa disciplina... O princípio, porém, permanece sumamente válido.
Erramos muitas vezes, sem dúvida. A graça de Deus nos acompanhou. O Espírito Santo nos ajudou, nos abençoou e nos livrou de grandes problemas, naquela época. Com ajuda de meus auxiliares, embora sem preparo especial para ser formador e para ser Diretor do Seminário, eu me atirei a esse serviço “da formação de futuros padres” consciente de que estava numa das mais importantes áreas da Vida Pastoral.
Pensando bem, nem sei como eu e meus confrades conseguimos dar conta do recado...
A nossa formação alemã e rígida havia criado em nós, sacerdotes daquela geração, diversos traumas psicológicos e afetivos, e desajustes também. Contudo, os nossos educadores alemães haviam nos ensinado igualmente muitas coisas positivas, muitas qualidades e, em Vila de Santo Afonso especial, uma educação de caráter. E, assim, agora, lá no Pré-Seminário da Pedrinha, a gente eliminava o que era negativo e aproveitava o que era mais válido para a educação dos seminaristas. Todavia, não deixava de ser uma tarefa difícil, Deus bem o sabe. Naqueles anos, os tempos eram outros. Outro era o mundo. Outros já eram os métodos pedagógicos. Por essa razão, os seminaristas, que eram crianças, não guardavam ressentimento contra nós, mas pediam novos caminhos e nos forçavam a certa abertura necessária. Havia disciplina, havia Regulamento, havia Tradição, mas juntamente com meus auxiliares nós começamos, então, a criar e a viver no Pré-Seminário da Pedrinha, um clima de mais liberdade, de mais confiança, de mais responsabilidade, de menos severidade e de menos medo.
Mesmo mantendo o sistema rigoroso e duro de internato, aos poucos e timidamente eu comecei a “soltar” a disciplina. Seja como for, os alunos percebiam claramente que nós éramos seus amigos, seus irmãos e que eles eram bastante amados....
8. O presente - herança do passado
A vida do nosso Pré-Seminário de Santo Afonso, na Pedrinha, não foi muito comprida. Durou 12 anos e meio. Contudo, não é fácil colher os momentos mais significativos que marcaram sua História. Tenho e carrego comigo muitas lembranças, muitas saudades, muitas memórias... Parece até que o tempo não passou.. O tempo, porém, passa, passa depressa e a gente fica a pensar: “Como Deus é bom!”
As graças e as misericórdias do Senhor Deus são incontáveis!.
Nosso falecido confrade e Superior Geral dos Redentoristas emérito, Dom Tarcísio Ariovaldo Amaral, escreveu estas palavras: “Ninguém pode se esquecer nunca de que o presente é herança do passado... A messe de hoje é crescimento e maturação da semeadura de ontem”.
Eu não saberia citar todos os acontecimentos marcantes daqueles meus tempos passados no Pré-Seminário. Há muitos, é claro, também aqueles que não “viraram manchete”, mas ajudaram a nossa vida, o nosso crescimento, os nossos alunos.
Eu vou citar e evocar apenas os seguintes:
1º) A Visita do Pe. Geral Redentorista à “nossa pequena, mas santa” Comunidade da Pedrinha (Pré-Seminário). Padre Guilherme Gaudreau. 9 de setembro de 1961. Acompanhado do Conselheiro Geral, Pe. Afonso Schwind. Eu me lembro perfeitamente... O Geral, Pe. Gaudreau, era um homem simples, compreensivo, falando bastante em Português, embora misturasse com o Italiano, com o Espanhol e até com o Francês. Conversou comigo, com o Pe. Zulian e com o Pe.Furlani. Achou que “a Pedrinha estava fora de mão”, e que “o trabalho lá era muito”. No dia seguinte, celebrou para os seminaristas e partiu para visitar o Seminário de São Geraldo, no Potim (SP). Foi a primeira visita de Geral à Pedrinha. Fato marcante.
2º) Outro fato que muito nos marcou e nos fez sofrer (e quanto) foi a desavença, um processo entre a família Caltabiano, de Guaratinguetá e a Congregação Redentorista. Tudo por questões de divisa do nosso terreno e de terras, quando o córrego de água, que alimentava nossa usina elétrica, desmoronou. Este córrego, comum, que servia à nossa usina e à nossa piscina, servia também à fazenda e às terras da família Caltabiano. Ele foi o pivô de tudo. Ficamos sem água, sem luz e com muito incômodo para nós, para os seminaristas e para a Igrejinha do bairro. Foi uma verdadeira via-sacra! Durante bastante tempo. Outro fato marcante. Ainda bem que o Pe. Pieroni, abençoado Pe. Pieroni, assumiu “a briga”, enfrentou a causa, não teve medo nem do juiz nem dos poderosos, nem de aborrecimentos!
3º) Não posso deixar de mencionar também, como fatos marcantes, os Retiros Espirituais que anualmente eram pregados aos nossos seminaristas da Pedrinha. Geralmente, após as férias de julho. Eram três dias de absoluto silêncio, de oração e de pregação. Eram dias ansiosamente esperados, pois tudo era novidade, em especial para os novatos. Todavia, eles gostavam muito destes Retiros, que ficavam gravados nos seus corações e eram dirigidos por redentoristas convidados, como o Pe. Marino Plentz, o Pe. Artur Bonotti, o Pe.Orlando Gambi e outros. Como foram felizes, bonitos e gostosos, aqueles anos do Pré-Seminário da Pedrinha! Ao relatar aqui estas minhas memórias, eu o faço unicamente para manifestar minha gratidão aos confrades que, naqueles anos, estiveram comigo, lado a lado, no fogaréu das batalhas. E aproveito para pedir a eles perdão de minhas falhas e de meus erros.
Os primeiros 10 anos de minha vida sacerdotal foram doados à formação na Província. Houve desafios. Houve preocupações, lutas, angústias, sonhos e anseios. Houve dificuldades, houve falta de recursos, naquele início do Pré-Seminário. Confesso publicamente: -na minha caminhada de Diretor do Pré-Seminário, meu maior medo era pensar na possibilidade da morte de algum daqueles pequenos seminaristas, lá, na Pedrinha, à noite, naquelas distâncias, eu sem telefone, sem, médico, sem condução, longe das famílias dos alunos...
Deus, porém, foi o parceiro de minha vida, nunca nos abandonou.
Todos os dias, duas vezes, a gente rezava, em comum, a oração ao Santo Anjo da Guarda: “Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador...” - Conhece? Outra herança que nós recebemos dos redentoristas alemães, é o amor, o carinho, a devoção a Nossa Senhora.
Nas mãos de Nossa Senhora Aparecida nasceu o Seminário de Santo Afonso, em Aparecida, no dia 3 de outubro de 1898, exatamente há cem anos. Nas mãos de Nossa Senhora Aparecida nasceu também o nosso Pré-Seminário de Santo Afonso, na Pedrinha. Com muito ciúme, nós guardamos e transmitimos, aos nossos seminaristas, esta herança preciosa. Por isso, duas vezes por dia, em comum, os alunos se consagravam a Deus, pela intercessão de Maria, rezando aquela outra oração: “Ó Senhora minha, ó minha mãe, eu me ofereço todo a vós...”
Hoje, 1998, a Pedrinha não é mais a Pedrinha, verde, sossegada, daqueles tempos. Nossa casa não é mais Seminário. O prédio tem outra destinação. Hoje, a casa ainda é nossa, sim, mas acolhe os Capítulos, os Encontros, as Reuniões, as férias da Província e de leigos também. Hoje, as estradas, lá, rasgaram a serra da Mantiqueira. As águas diminuíram. O bairro tem telefone, médico, luz, ônibus, bar, clube, televisão, celular, asfalto e até droga, na praça...
Os tempos passaram. Recordar é viver. Mas não basta só olhar o passado. O ano 2000 está chegando. Nós temos esperança. Deus caminha conosco. Os 100 anos de existência e de caminhada do Seminário de Santo Afonso, e a História do Pré-Seminário de Santo Afonso, da Pedrinha, manifestam claramente a presença do Santíssimo Redentor no meio de nós e são um convite a caminhar, a ir adiante...e a sonhar sempre com “a Copiosa Redenção”.