Pe. Luiz Carlos de Oliveira CSsR
"Coração Eucarístico de Jesus"
Memorial do amor.
Celebramos dia 18.06 a festa do Sagrado Coração de Jesus. Estendendo esta festa, celebramos o Coração Eucarístico de Jesus, prevista no calendário redentorista para a quinta-feira que segue ao Coração de Jesus. É um título que parece ter caído em desuso. Os Papas Leão XIII, Bento XV e Pio XII salientaram esta devoção. Leão XIII confiou aos redentoristas a bela Igreja de São Joaquim que sedia e promove este modo de compreender mais ainda as riquezas do Coração de Jesus. Não é uma devoção particular, mas o reconhecimento do “amor supremo pelo qual Cristo instituiu o Sacramento da Eucaristia para permanecer conosco. Com todo direito há de ser venerado com culto especial esse adorável desígnio do Coração de Cristo e demonstração suprema de seu amor”. Amando Jesus Cristo no símbolo de seu amor, descobrimos o quanto foi imenso, a ponto de ser para nós Eucaristia. Dizemos que a Eucaristia é memorial da Morte e Ressurreição do Senhor. Certo! Santo Afonso, contudo, afirma em seu belo livro “Pratica de Amar Jesus Cristo”, que a Eucaristia é o memorial do amor que Cristo teve para conosco ao morrer na Cruz. “Memorial do Amor”! Este amor é total, pois, por amor fez-se homem, deixando oculta a divindade. Fez-se sofredor e morto em uma cruz, perdendo sua humanidade. Fez-se alimento para ser consumido, perdendo sua realidade e transformando-se em nós. É um memorial em cascata de amor. Não se poderia amar mais do que nos amou.
Amou para atrair ao amor.
A finalidade de toda a manifestação do amor do Coração de Jesus na Eucaristia é atrair ao amor. “Eu os atrairei a mim”(Os 2,14). Jesus é fascinante. Quão agradável é sentir-se amado por Ele. Ele nos envolve nos laços de seu amor. Santo Afonso canta este amor com uma bela comparação: “Felizes vós, flores, que noite e dia, pertinho sempre estais do meu Amado [...] mais feliz sou eu quando em meu peito desce aquele que por amor de mim foi imolado”. A maior manifestação do amor é esta entrega que Jesus se faz a nós. Quando vamos entender e viver este mistério insondável do amor de atração que Jesus exerce no Sacramento da Eucaristia? Temos que ainda pensar que a profundidade das relações com Jesus não tira de nós a capacidade e a vontade de nos dedicar aos outros. Se tivermos o amor de Jesus, temos seu amor por todos os necessitados. À medida que cresce nossa experiência dEle, mais os outros O experimentarão em nós.
Fogo que consome.
O profeta Jeremias diz que havia um fogo dentro dele que o consumia e ele não conseguia freá-lo (Jr 20,9). Temos este mesmo fogo dentro de nós. Depois que Ele nos conquistou, não há como fugir ao amor. “Vós me seduzistes e eu me deixei seduzir. Foi uma luta desigual (Jr 20,7). Nós fazemos tantas coisas pelo Reino de Deus, mas falta algo: a sedução. Por isso a força principal de nosso anúncio se esvai e a gente fica derrapando e, quem sabe, colhemos tão pouco. Um dos graves problemas atuais é o desconhecimento da presença, e pior, do amor que esta presença comunica. Não podemos nos restringir ao Santíssimo do altar, mas recordar sua presença em nós, razão da sedução e do amor.
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