OS ARREIOS TAMBÉM ENTRAM NA APOSTA?
Esta história é muito conhecida. Mas nem todos sabem com quem aconteceu. São Francisco de Sales gostava de visitar as comunidades da sua diocese. Só podia ser a cavalo, pois viveu no século XVI. Caminhando pelos campos, cumprimentava os campônios, reunia-os e dava conselhos de vida cristã. Um dos seus temas favoritos era a fé e a oração na vida diária.
Certa vez, após ter falado sobre a oração freqüente, perguntou a um roceiro se rezava sempre, e se o fazia com atenção. Seu Juvenal respondeu na hora, com aquele vozeirão de matuto:
— Rezar é comigo, senhor bispo. Quando rezo, nem pisco os olhos. Meu pensamento fica preso na oração.
— Quero ver se é verdade. Reze um pai-nosso sem distração, aqui na minha presença. Se rezar inteirinho, sem pensar em outra coisa, dou-lhe o meu cavalo.
O roceiro olhou para o belo cavalo do bispo e não esperou outro convite. Persignou-se e começou. Parecia correr tudo bem. Mas quando chegou na metade do pai-nosso, o matuto deu uma olhada no cavalo, outra nos arreios e perguntou:
- Vou ganhar os arreios também?
O povo riu gostosamente. E o bispo também. Nem cavalo e nem arreios. O Juvenal foi aplaudido, ao menos pela coragem que demonstrou.
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