Pe. Luiz Carlos de Oliveira CSsR
“A Igreja somos nós”
Um corpo vivo.
Celebramos São Pedro e S.Paulo, colunas da Igreja. Deus quis precisar dos homens para que continuassem a obra de salvação que o Filho realizou. Nos seus inícios, Igreja precisou das pessoas para realizar sua missão. Hoje continua precisando. Ela é um corpo vivo onde Cristo é a cabeça. E nós somos os membros. O Espírito faz a junção destes membros em um único corpo, distribui os dons e ministérios. A Igreja não é um conceito, um ser ‘aéreo’, somente espiritual. Ela é feita de pessoas concretas. Ela é uma comunidade viva, uma união espiritual de todas as comunidades. Jesus já define: “onde dois ou três estão reunidos em meu nome, eu estou no meio deles” (Mt 18,20). Ali está a Igreja. Infelizmente a Igreja passou a ser uma idéia, um conceito, uma instituição. Sendo corpo, funciona a partir das pessoas que são responsáveis por sua vida juntamente com o Espírito que a anima. Por isso elas têm direito a participar, ser responsáveis, ter sua contribuição. Houve alguém importante que disse que a Igreja é o Papa e os bispos mandando e o povo obedecendo. É um modelo de Igreja. Contudo, todos são de igual importância para a vida do corpo. Assim na Igreja. Paulo já escrevia que “os membros do corpo que parecem ser mais fracos são necessários, os membros do corpo que reputamos serem menos honrados, a esses revestimos com muito mais honra” (1Cor 12, 22-23). Sabemos respeitar os que, pelo ministério, são mais destacados. Mas isso não lhes dá direito de considerar os outros inferiores. O que faz grande uma pessoa na Igreja é sua capacidade de servir. Jesus foi claro: “Aquele que quiser tornar-se grande entre vós seja aquele que serve, e aquele que quer ser o primeiro, seja vosso servo” (Mt 20,26-27). Ele foi assim. A Igreja não é poder. Seu poder é o serviço. No corpo vivo todos estão a serviço uns e outros.
O senhor padre é quem sabe!
Muitos do povo, achatados pelo poder, dizem: o padre é quem sabe. A Igreja é diálogo. Nela todos têm o Espírito Santo que ilumina e ensina. Pelo ministério alguns possuem maior necessidade de dons, o que não tira aos humildes a capacidade de poder dialogar pela sabedoria. Diálogo ajuda a encontrar os verdadeiros caminhos e descobrir a vontade de Deus. Mas a escolha pelo voto não é a primeira maneira de conhecer a decisão do Espírito Santo. A capacidade de ouvir é que levará a encontrar o Espírito Santo. É preciso criar o hábito de todos buscarem a vontade de Deus e se deixarem guiar. Dizemos que o povo não sabe nada, não sabe teologia, não tem estudos, mas temo Espírito da sabedoria
O maior inimigo da Igreja:
Vou ser o maior inimigo da Igreja quando deixar que ela permaneça em erros e até graves. O Papa pediu perdão. Ainda falta muito perdão a ser pedido no interior da Igreja. Há um direito de todos os fiéis de alertar para os erros humanos que a Igreja comete. Se à época houve mais diálogo e se o povo fosse mais ouvido, tais erros não teriam sido cometidos. Há um hábito de pensar que o cargo superior dá toda a sabedoria. Por aí matamos todas as possibilidades que temos de ser corpo, pois, a vitalidade e a realização são fruto da participação de todos os seus componentes. Quanto mais formos membros a serviço, mais úteis seremos.
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