Pe. João A. Mac Dowell S.J
Pondo sua esperança na ressurreição depois da morte, os cristãos não acabam se resignando com as misérias e injustiças desta vida, em vez de procurar melhorar o mundo?
É verdade que a idéia de uma salvação depois da morte levou muitas vezes os cristãos a aceitar passivamente as dificuldades desta vida. Alguns pensavam mesmo que quanto mais sofremos agora tanto mais méritos teremos para a vida eterna. Não sabiam dar valor aos bens deste mundo, vendo neles um impedimento para chegar a Deus. Mas esta resignação e atitude de suspeita em relação às coisas deste mundo é uma deformação da mensagem de Jesus.
Segundo a Bíblia, o nosso mundo, criado por Deus, é basicamente bom. Contém tudo o que é preciso para sustentar e desenvolver a vida de cada pessoa e da humanidade toda. O casamento e a família, o trabalho e o progresso econômico, a ciência, a arte, a cultura, são valores positivos, que engrandecem e dignificam a pessoa humana. Cabe a nós a responsabilidade de utilizar os recursos da natureza e organizar as relações sociais, de tal modo que os seres humanos possam sentir-se bem e conviver pacificamente na terra.
Entretanto, as coisas aqui da terra jamais podem saciar completamente o nosso coração. É para esta limitação que aponta Jesus quando diz: Que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro se vier a perder a sua alma? O que faz a grandeza e a felicidade do homem não é ter mais, mas ser mais, pela doação de si mesmo ao outro no amor. Tudo o que podemos possuir aqui na terra termina com a morte. Só o amor permanece para sempre. Por isso as coisas desta vida só adquirem um valor definitivo à medida que são postas a serviço do amor.
É justamente a fé na ressurreição de Jesus que nos permite viver o amor. De fato, a esperança na vida eterna liberta do apego aos bens deste mundo. Não se trata de desprezá-los. São um dom precioso de Deus. Mas o próprio Deus vale muito mais que os seus dons. Por isso, quem crê na ressurreição está disposto, como Jesus, a qualquer sacrifício para ser fiel ao amor. Longe de afastar o cristão de sua responsabilidade para com o mundo presente, esta certeza lhe dá a força de comprometer-se para melhorar a sorte de seus irmãos e irmãs. Movido pelo amor, ele é capaz de partilhar o que possui, de renunciar a qualquer privilégio, a entregar a própria vida, para ajudar os outros a viver mais plenamente. Ele valoriza assim a vida presente. Mas sabe que ela é apenas o caminho para chegar a nosso destino eterno.
DO LIVRO:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE-VOLUMES 1 E 2
EDITORA SANTUÁRIO
João A. Mac Dowell S.J
http://www.redemptor.com.br
Pondo sua esperança na ressurreição depois da morte, os cristãos não acabam se resignando com as misérias e injustiças desta vida, em vez de procurar melhorar o mundo?
É verdade que a idéia de uma salvação depois da morte levou muitas vezes os cristãos a aceitar passivamente as dificuldades desta vida. Alguns pensavam mesmo que quanto mais sofremos agora tanto mais méritos teremos para a vida eterna. Não sabiam dar valor aos bens deste mundo, vendo neles um impedimento para chegar a Deus. Mas esta resignação e atitude de suspeita em relação às coisas deste mundo é uma deformação da mensagem de Jesus.
Segundo a Bíblia, o nosso mundo, criado por Deus, é basicamente bom. Contém tudo o que é preciso para sustentar e desenvolver a vida de cada pessoa e da humanidade toda. O casamento e a família, o trabalho e o progresso econômico, a ciência, a arte, a cultura, são valores positivos, que engrandecem e dignificam a pessoa humana. Cabe a nós a responsabilidade de utilizar os recursos da natureza e organizar as relações sociais, de tal modo que os seres humanos possam sentir-se bem e conviver pacificamente na terra.
Entretanto, as coisas aqui da terra jamais podem saciar completamente o nosso coração. É para esta limitação que aponta Jesus quando diz: Que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro se vier a perder a sua alma? O que faz a grandeza e a felicidade do homem não é ter mais, mas ser mais, pela doação de si mesmo ao outro no amor. Tudo o que podemos possuir aqui na terra termina com a morte. Só o amor permanece para sempre. Por isso as coisas desta vida só adquirem um valor definitivo à medida que são postas a serviço do amor.
É justamente a fé na ressurreição de Jesus que nos permite viver o amor. De fato, a esperança na vida eterna liberta do apego aos bens deste mundo. Não se trata de desprezá-los. São um dom precioso de Deus. Mas o próprio Deus vale muito mais que os seus dons. Por isso, quem crê na ressurreição está disposto, como Jesus, a qualquer sacrifício para ser fiel ao amor. Longe de afastar o cristão de sua responsabilidade para com o mundo presente, esta certeza lhe dá a força de comprometer-se para melhorar a sorte de seus irmãos e irmãs. Movido pelo amor, ele é capaz de partilhar o que possui, de renunciar a qualquer privilégio, a entregar a própria vida, para ajudar os outros a viver mais plenamente. Ele valoriza assim a vida presente. Mas sabe que ela é apenas o caminho para chegar a nosso destino eterno.
DO LIVRO:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE-VOLUMES 1 E 2
EDITORA SANTUÁRIO
João A. Mac Dowell S.J
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