
Pe. Raimundo (Francisco) Bergmans, CSsR
Falecido em Roermond, Holanda - 17/04/1976 (56 anos)
Este missionário viveu e trabalhou entre nós, no Nordeste brasileiro, de 1949 a 1974. Podemos resumir a sua vida missionária com as seguintes palavras: Pe. Raimundo possuía um zelo apostólico ardente, que até se tornava, de vez em quando, um tanto impetuoso. Mas, tudo fazia em íntima e contínua união com Deus, rezando incessantemente. No entanto, na convivência do dia-a-dia, era um homem descontraído, que sabia apreciar as coisas boas da vida. Ele era muito estimado por causa da sua cordialidade e do modo simpático como se aproximava das pessoas.
Foi Mestre dos noviços de 1962 a 1963 e em 1965. Temos alguns testemunhos bastante positivos de ex-noviços que demonstraram a sua capacidade para dar direção espiritual sadia e realista, criando um clima de muita confiança. Um ex-noviço me dizia: “Para mim, o Pe. Raimundo foi um guia espiritual muito seguro e humano e nunca me esquecerei dele. Serei sempre muito grato para com ele”.
Na sua atividade missionária, o Pe. Raimundo era um apóstolo de mão cheia e este espírito se manifestava, também, em tudo que fazia, na sua função de Vigário de Juazeiro da Bahia, Arcoverde e Campina Grande-PB. Verdade é que lhe custava muito aceitar as mudanças na Igreja, na Congregação e no mundo.
Seguia com todo o rigor os princípios da moral aprendidos no Seminário Maior, especialmente na moral sexual e em relação aos problemas matrimoniais. Não conseguia enxergar as mudanças da vida real e humana e, neste ponto, fechava-se dentro de uma mentalidade estreita.
Para mostrar a profunda seriedade do Pe. Raimundo nas Missões dou apenas um exemplo relevante: Em 1950, os Pes. Victor Rodrigues, Raimundo e Adriano pregaram uma missão na cidade de Barreiros-PE. Uma noite, o Pe. Victor dirigiu-se ao povo, numa palavra inflamadíssima, chamando a atenção dos homens casados degenerados, adúlteros e desgraçados, que tinham duas mulheres e até três. No fim deste sermão vibrante, houve um aplauso espontâneo e estrondoso das mulheres presentes, e das esposas legítimas dos censurados. Mas, então Pe. Raimundo subiu ao Púlpito, com cara muito séria, e dirigiu-se ao povo, dizendo: “A Santa Missão é um tempo forte de penitência e não de anarquia e de bater palmas”. Depois entoou com voz forte: “Perdão, meu Jesus! Perdão, Deus de amor” e quando chegou a estrofe: “Eis-me aos vossos pés, grande pecador...Uma nuvem de seriedade cobria a praça toda!...Mas, aqui, devemos notar também, que o Missionário Raimundo era o mais zeloso de nós todos, inclusive no confessionário e em seus contatos com o povo mais simples.
Agora, em relação ao pagamento da espórtula da Missão, era um pouco exigente, pois quando um ou outro Vigário pagava menos do que estava determinado, então o colocava simplesmente na “lista negra”. O adágio dele era: “os nossos, também, têm que viver”.
Como Superior das Comunidades de Juazeiro da Bahia e Arcoverde-PE, o Pe. Raimundo, apesar da sua rigorosa insistência na observância da Santa Regra, era uma pessoa de comunicação boa e agradável e de disponibilidade incrível quando se tratava de ajudar os confrades. Para ele nada era demais, até o maior sacrifício.
Nas reuniões dos Capítulos, não se sentia à vontade por causa dos assuntos muito pesados e de certas colocações e atitudes modernas e atualizadas. De vez em quando, ele me dizia: “Adriano aos nossos deverá ser dada uma boa cervejinha para acalmar os Ânimos e para que fiquem quietinhos”. No entanto, apesar do seu agarrar-se a certas coisas do passado, que para ele eram tão importantes, as suas palavras, gestos e reações tinha sempre algo de cativante.
Em 1974 o nosso Pe. Raimundo foi acometido de uma doença gravíssima (um tumor maligno no estômago). Muito contra a vontade, retornou para a Holanda. Os dois últimos anos da sua vida viveu no nosso Convento de Roermond, onde o irmão dele, Pe. Afonso era Vigário.
Por sua entrega total a Deus, por sua aceitação positiva de todo sofrimento e dor, tornou-se para todos os confrades um modelo autêntico de uma despedida grandiosa desta vida terrestre. Numa atitude simples e sincera, assim como fora toda a sua vida, o Pe. Raimundo entregou-se ao Pai Eterno com plena confiança na misericórdia infinita do seu Criador.
Nós todos e também o povo de Arcoverde sentimos muito a morte deste homem de Deus e, para que o povo de Arcoverde sempre se lembrasse dele, uma rua do Bairro São Cristóvão foi denominada “Rua Padre Raimundo”.
“Desempenhou sua função com temor de Deus, dentro da verdade e de coração íntegro” (2 Cor. 19, 9).
(Do arquivo da Província Redentorista de Recife)
Falecido em Roermond, Holanda - 17/04/1976 (56 anos)
Este missionário viveu e trabalhou entre nós, no Nordeste brasileiro, de 1949 a 1974. Podemos resumir a sua vida missionária com as seguintes palavras: Pe. Raimundo possuía um zelo apostólico ardente, que até se tornava, de vez em quando, um tanto impetuoso. Mas, tudo fazia em íntima e contínua união com Deus, rezando incessantemente. No entanto, na convivência do dia-a-dia, era um homem descontraído, que sabia apreciar as coisas boas da vida. Ele era muito estimado por causa da sua cordialidade e do modo simpático como se aproximava das pessoas.
Foi Mestre dos noviços de 1962 a 1963 e em 1965. Temos alguns testemunhos bastante positivos de ex-noviços que demonstraram a sua capacidade para dar direção espiritual sadia e realista, criando um clima de muita confiança. Um ex-noviço me dizia: “Para mim, o Pe. Raimundo foi um guia espiritual muito seguro e humano e nunca me esquecerei dele. Serei sempre muito grato para com ele”.
Na sua atividade missionária, o Pe. Raimundo era um apóstolo de mão cheia e este espírito se manifestava, também, em tudo que fazia, na sua função de Vigário de Juazeiro da Bahia, Arcoverde e Campina Grande-PB. Verdade é que lhe custava muito aceitar as mudanças na Igreja, na Congregação e no mundo.
Seguia com todo o rigor os princípios da moral aprendidos no Seminário Maior, especialmente na moral sexual e em relação aos problemas matrimoniais. Não conseguia enxergar as mudanças da vida real e humana e, neste ponto, fechava-se dentro de uma mentalidade estreita.
Para mostrar a profunda seriedade do Pe. Raimundo nas Missões dou apenas um exemplo relevante: Em 1950, os Pes. Victor Rodrigues, Raimundo e Adriano pregaram uma missão na cidade de Barreiros-PE. Uma noite, o Pe. Victor dirigiu-se ao povo, numa palavra inflamadíssima, chamando a atenção dos homens casados degenerados, adúlteros e desgraçados, que tinham duas mulheres e até três. No fim deste sermão vibrante, houve um aplauso espontâneo e estrondoso das mulheres presentes, e das esposas legítimas dos censurados. Mas, então Pe. Raimundo subiu ao Púlpito, com cara muito séria, e dirigiu-se ao povo, dizendo: “A Santa Missão é um tempo forte de penitência e não de anarquia e de bater palmas”. Depois entoou com voz forte: “Perdão, meu Jesus! Perdão, Deus de amor” e quando chegou a estrofe: “Eis-me aos vossos pés, grande pecador...Uma nuvem de seriedade cobria a praça toda!...Mas, aqui, devemos notar também, que o Missionário Raimundo era o mais zeloso de nós todos, inclusive no confessionário e em seus contatos com o povo mais simples.
Agora, em relação ao pagamento da espórtula da Missão, era um pouco exigente, pois quando um ou outro Vigário pagava menos do que estava determinado, então o colocava simplesmente na “lista negra”. O adágio dele era: “os nossos, também, têm que viver”.
Como Superior das Comunidades de Juazeiro da Bahia e Arcoverde-PE, o Pe. Raimundo, apesar da sua rigorosa insistência na observância da Santa Regra, era uma pessoa de comunicação boa e agradável e de disponibilidade incrível quando se tratava de ajudar os confrades. Para ele nada era demais, até o maior sacrifício.
Nas reuniões dos Capítulos, não se sentia à vontade por causa dos assuntos muito pesados e de certas colocações e atitudes modernas e atualizadas. De vez em quando, ele me dizia: “Adriano aos nossos deverá ser dada uma boa cervejinha para acalmar os Ânimos e para que fiquem quietinhos”. No entanto, apesar do seu agarrar-se a certas coisas do passado, que para ele eram tão importantes, as suas palavras, gestos e reações tinha sempre algo de cativante.
Em 1974 o nosso Pe. Raimundo foi acometido de uma doença gravíssima (um tumor maligno no estômago). Muito contra a vontade, retornou para a Holanda. Os dois últimos anos da sua vida viveu no nosso Convento de Roermond, onde o irmão dele, Pe. Afonso era Vigário.
Por sua entrega total a Deus, por sua aceitação positiva de todo sofrimento e dor, tornou-se para todos os confrades um modelo autêntico de uma despedida grandiosa desta vida terrestre. Numa atitude simples e sincera, assim como fora toda a sua vida, o Pe. Raimundo entregou-se ao Pai Eterno com plena confiança na misericórdia infinita do seu Criador.
Nós todos e também o povo de Arcoverde sentimos muito a morte deste homem de Deus e, para que o povo de Arcoverde sempre se lembrasse dele, uma rua do Bairro São Cristóvão foi denominada “Rua Padre Raimundo”.
“Desempenhou sua função com temor de Deus, dentro da verdade e de coração íntegro” (2 Cor. 19, 9).
(Do arquivo da Província Redentorista de Recife)
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