Pe. João A. Mac Dowell S.J.
Um crente me disse que a confissão é uma invenção dos padres. A Bíblia fala da confissão dos pecados ao padre?
A Bíblia diz que Jesus confiou aos seus discípulos a missão de anunciar a todos os povos em seu nome o perdão dos pecados para quem se converter (Lc 24,47). S. Paulo também afirma: "Tudo isto (quer dizer: a vida nova) vem de Deus, que nos reconciliou consigo, por meio de Cristo, e nos confiou o ministério da reconciliação" (IICor 5,25). A forma concreta como a Igreja exerceu este ministério da reconciliação variou muito através dos séculos. No início o perdão dos pecados era concedido sobretudo através do batismo aos que acreditavam na mensagem do Evangelho e se convertiam.
Entretanto, a vida nova recebida no batismo não suprime as tentações do mundo nem a fragilidade do ser humano. O cristão ainda pode pecar mesmo gravemente. Lemos na carta de S. João: "Meus filhinhos, eu vos escrevo isso para que não pequeis; mas, se alguém vier a pecar, temos um advogado, Jesus Cristo, junto ao Pai" (2,1).
Assim a Igreja, de acordo com a missão recebida de Jesus, oferece a seus membros, mesmo depois do batismo, a possibilidade de reconciliar-se com Deus, especialmente àqueles que pecam gravemente. Esta nova oportunidade de conversão e perdão é o sacramento da penitência ou da confissão. O Novo Testamento mostra como se procedia com estes irmãos pecadores. Eram ajudados com exortações e advertências a abandonar o seu pecado, recebendo o perdão de Deus. Mas, se se recusavam a escutar e a converter-se, eram excluídos da comunidade, embora nunca se fechasse a porta à reconciliação.
A função de perdoar ou reter os pecados era exercida pela Igreja, primeiro através dos apóstolos, e, depois, através dos bispos, seus sucessores, e dos presbíteros, colaboradores dos bispos no serviço pastoral. Durante muito tempo só se confessavam expressamente os pecados mais graves, como a abjuração da fé, o homicídio e o adultério. Antes de ser readmitido pelo bispo à comunhão plena com a Igreja, o pecador devia provar a sinceridade de sua conversão através dum tempo geralmente longo de penitência pública. Mais tarde foi introduzida a confissão e perdão dos pecados em privado entre a pessoa e o confessor. Essa forma de confissão ao prebítero ou padre, usada até hoje, pode ser repetida muitas vezes e incluir não só os pecados graves, mas também os veniais.
Portanto, a confissão praticada na Igreja não é uma invenção dos padres. Foi Cristo quem deu à Igreja o poder de perdoar os pecados. Ele não determinou o modo de comunicar este perdão. É verdade que no princípio a confissão não era feita como hoje. Mas é guiada pelo Espírito que a Igreja adapta a forma de ministrar o sacramento da reconciliação às necessidades de cada época.
Do Livro:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE-VOLUMES 1 E 2
EDITORA SANTUÁRIO
João A. Mac Dowell S.J.
http://www.redemptor.com.br
Um crente me disse que a confissão é uma invenção dos padres. A Bíblia fala da confissão dos pecados ao padre?
A Bíblia diz que Jesus confiou aos seus discípulos a missão de anunciar a todos os povos em seu nome o perdão dos pecados para quem se converter (Lc 24,47). S. Paulo também afirma: "Tudo isto (quer dizer: a vida nova) vem de Deus, que nos reconciliou consigo, por meio de Cristo, e nos confiou o ministério da reconciliação" (IICor 5,25). A forma concreta como a Igreja exerceu este ministério da reconciliação variou muito através dos séculos. No início o perdão dos pecados era concedido sobretudo através do batismo aos que acreditavam na mensagem do Evangelho e se convertiam.
Entretanto, a vida nova recebida no batismo não suprime as tentações do mundo nem a fragilidade do ser humano. O cristão ainda pode pecar mesmo gravemente. Lemos na carta de S. João: "Meus filhinhos, eu vos escrevo isso para que não pequeis; mas, se alguém vier a pecar, temos um advogado, Jesus Cristo, junto ao Pai" (2,1).
Assim a Igreja, de acordo com a missão recebida de Jesus, oferece a seus membros, mesmo depois do batismo, a possibilidade de reconciliar-se com Deus, especialmente àqueles que pecam gravemente. Esta nova oportunidade de conversão e perdão é o sacramento da penitência ou da confissão. O Novo Testamento mostra como se procedia com estes irmãos pecadores. Eram ajudados com exortações e advertências a abandonar o seu pecado, recebendo o perdão de Deus. Mas, se se recusavam a escutar e a converter-se, eram excluídos da comunidade, embora nunca se fechasse a porta à reconciliação.
A função de perdoar ou reter os pecados era exercida pela Igreja, primeiro através dos apóstolos, e, depois, através dos bispos, seus sucessores, e dos presbíteros, colaboradores dos bispos no serviço pastoral. Durante muito tempo só se confessavam expressamente os pecados mais graves, como a abjuração da fé, o homicídio e o adultério. Antes de ser readmitido pelo bispo à comunhão plena com a Igreja, o pecador devia provar a sinceridade de sua conversão através dum tempo geralmente longo de penitência pública. Mais tarde foi introduzida a confissão e perdão dos pecados em privado entre a pessoa e o confessor. Essa forma de confissão ao prebítero ou padre, usada até hoje, pode ser repetida muitas vezes e incluir não só os pecados graves, mas também os veniais.
Portanto, a confissão praticada na Igreja não é uma invenção dos padres. Foi Cristo quem deu à Igreja o poder de perdoar os pecados. Ele não determinou o modo de comunicar este perdão. É verdade que no princípio a confissão não era feita como hoje. Mas é guiada pelo Espírito que a Igreja adapta a forma de ministrar o sacramento da reconciliação às necessidades de cada época.
Do Livro:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE-VOLUMES 1 E 2
EDITORA SANTUÁRIO
João A. Mac Dowell S.J.
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