Pe. Luiz Carlos de Oliveira CSsR
A gratidão nos faz ricos
Vamos refletir sobre a virtude da gratidão. A gratidão é uma virtude necessária para a sobrevivência humana. Sem ela somos pobres e cortamos as fontes da riqueza e da vida. É o amor que acolhe e nos enriquece. A consciência do dom recebido abre-nos à riqueza maior que é Deus e à riqueza que são as pessoas. Por isso dizemos: ‘Quem agradece, pede’. Pedir não significa esmolar, mas entrar em diálogo. A gratidão nos faz ricos, pois nos abre aos dons. O avaro e o ingrato têm riquezas, mas vivem em seu isolamento. É curioso que alguns podem dizer: ‘Por que vou ajudar os outros? Tudo o que tenho foi conquistado a custa de muito suor’. Seria verdade se nós tivéssemos feito o ar, o sol, a terra, todas as belezas do mundo, as outras pessoas etc... Vivemos num mar de dons que nos enriquecem a cada instante. Cada respiração é um ato de agradecimento a quem nos deu o ar e a capacidade de respirar. Agradecer não é só uma questão de educação. Vi povos que são agradecidos pela própria cultura. Outros são insensíveis. O que gera esta atitude é a capacidade de amar ou o egoísmo de pensar só em si. Na realidade, o que falta é a fé na bondade de Deus e em sua benevolência para com todos. Deus sempre nos supera em generosidade. Agradecer é reconhecer esta bondade divina que se manifesta no mundo criado e nas pessoas que nos servem. Quando se diz que o homem e a mulher são os reis da criação, não podemos entender somente que estão acima dos animais, mas que são objeto de contínuo benefício e estão a serviço das outras pessoas. Todos se servem mutuamente.
Tudo é dom
A gratidão abre-nos, na inteligência espiritual, à dimensão maior da vida e à percepção que tudo é dom. Jesus coloca sua própria vida como serviço à humanidade: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos” (Mc 10,45). E disse na Última Ceia: “Se compreenderdes isto e o praticardes, felizes sereis” (Jo 13,17). A própria Vida, Morte e Ressurreição de Jesus, seu Mistério Pascal, são um serviço à humanidade, serviço no qual Ele próprio é o Dom. Deus é o dom fundamental que penetra todos os dons que somos e fazemos aos outros. Esse dom é graça, é fonte de energia e nos remete à fonte do Amor. A Deus podemos somente agradecer, jamais pagar. Ao outros, podemos “pagar”, mas, jamais pagamos o dom. Por isso agradecemos. Tudo o que nos fazem, mesmo bem pago, jamais paga a vida com que foi feito e o amor que está no dom. Quando trabalhei na Angola, admirava-me ao ver que as pessoas recebiam o que lhes dávamos, fosse um garfo ou outro objeto, com as mãos em concha, como se fosse um presente. Tudo que fazemos é em primeiro lugar um dom.
Agradecer com o altar
Jesus, ao instituir o Sacramento da Eucaristia, na Ceia, quis que fosse um momento de nos reunirmos para agradecer a Deus pelos dons da Redenção. A Missa é uma oferta de agradecimento. Rezamos: “E nós vos agradecemos porque nos tornastes dignos de estar aqui, na vossa presença e vos servir” (Prece Eucarística). A vida se torna Eucarística, não tanto porque estamos unidos à Eucaristia e rezamos diante do Ssmo. Sacramento, mas porque continuamos o agradecimento a Deus e às pessoas no correr do dia. A gratidão torna-se um método de vida: agradecemos os dons da vida e os acumulamos na memória agradecida. É preciso contemplar o passado e agradecer. O agradecimento se torna uma cura das chagas do passado, pois recolhemos o que foi bom e lançamos os males no mar do amor de Deus que nos cura.
http://www.ceresp.com.br/751.htm
Outubro - 2008
A gratidão nos faz ricos
Vamos refletir sobre a virtude da gratidão. A gratidão é uma virtude necessária para a sobrevivência humana. Sem ela somos pobres e cortamos as fontes da riqueza e da vida. É o amor que acolhe e nos enriquece. A consciência do dom recebido abre-nos à riqueza maior que é Deus e à riqueza que são as pessoas. Por isso dizemos: ‘Quem agradece, pede’. Pedir não significa esmolar, mas entrar em diálogo. A gratidão nos faz ricos, pois nos abre aos dons. O avaro e o ingrato têm riquezas, mas vivem em seu isolamento. É curioso que alguns podem dizer: ‘Por que vou ajudar os outros? Tudo o que tenho foi conquistado a custa de muito suor’. Seria verdade se nós tivéssemos feito o ar, o sol, a terra, todas as belezas do mundo, as outras pessoas etc... Vivemos num mar de dons que nos enriquecem a cada instante. Cada respiração é um ato de agradecimento a quem nos deu o ar e a capacidade de respirar. Agradecer não é só uma questão de educação. Vi povos que são agradecidos pela própria cultura. Outros são insensíveis. O que gera esta atitude é a capacidade de amar ou o egoísmo de pensar só em si. Na realidade, o que falta é a fé na bondade de Deus e em sua benevolência para com todos. Deus sempre nos supera em generosidade. Agradecer é reconhecer esta bondade divina que se manifesta no mundo criado e nas pessoas que nos servem. Quando se diz que o homem e a mulher são os reis da criação, não podemos entender somente que estão acima dos animais, mas que são objeto de contínuo benefício e estão a serviço das outras pessoas. Todos se servem mutuamente.
Tudo é dom
A gratidão abre-nos, na inteligência espiritual, à dimensão maior da vida e à percepção que tudo é dom. Jesus coloca sua própria vida como serviço à humanidade: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos” (Mc 10,45). E disse na Última Ceia: “Se compreenderdes isto e o praticardes, felizes sereis” (Jo 13,17). A própria Vida, Morte e Ressurreição de Jesus, seu Mistério Pascal, são um serviço à humanidade, serviço no qual Ele próprio é o Dom. Deus é o dom fundamental que penetra todos os dons que somos e fazemos aos outros. Esse dom é graça, é fonte de energia e nos remete à fonte do Amor. A Deus podemos somente agradecer, jamais pagar. Ao outros, podemos “pagar”, mas, jamais pagamos o dom. Por isso agradecemos. Tudo o que nos fazem, mesmo bem pago, jamais paga a vida com que foi feito e o amor que está no dom. Quando trabalhei na Angola, admirava-me ao ver que as pessoas recebiam o que lhes dávamos, fosse um garfo ou outro objeto, com as mãos em concha, como se fosse um presente. Tudo que fazemos é em primeiro lugar um dom.
Agradecer com o altar
Jesus, ao instituir o Sacramento da Eucaristia, na Ceia, quis que fosse um momento de nos reunirmos para agradecer a Deus pelos dons da Redenção. A Missa é uma oferta de agradecimento. Rezamos: “E nós vos agradecemos porque nos tornastes dignos de estar aqui, na vossa presença e vos servir” (Prece Eucarística). A vida se torna Eucarística, não tanto porque estamos unidos à Eucaristia e rezamos diante do Ssmo. Sacramento, mas porque continuamos o agradecimento a Deus e às pessoas no correr do dia. A gratidão torna-se um método de vida: agradecemos os dons da vida e os acumulamos na memória agradecida. É preciso contemplar o passado e agradecer. O agradecimento se torna uma cura das chagas do passado, pois recolhemos o que foi bom e lançamos os males no mar do amor de Deus que nos cura.
http://www.ceresp.com.br/751.htm
Outubro - 2008
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