PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI CSsR
O que pensar dos esportes perigosos?
O esporte sempre foi um meio de se construir um corpo sadio, adestrando a pessoa, educando-a e funcionando como distensor psíquico. É inegável o benefício do esporte para quem o pratica e para quem o assiste. Temos de estimular a prática do esporte, procurando mostrar a riqueza que possui e o bem que faz. São atividades altamente educativas em seu todo.
O esporte robustece o físico, educa sentimentos, recoloca em equilíbrio as energias físicas e psíquicas, favorece o sistema respiratório e dá espaço para desabafar as tensões do dia-a-dia.
Abrindo os jornais hoje, vemos as distorções provocadas pela ganância em todas as modalidades esportivas. Em primeiro lugar, o comércio que se estabelece em cada área. A seguir, vemos as manipulações da pessoa, provocando distorções e aberrações. As pessoas passam a ser mercadorias, das quais se aferem lucros exorbitantes, com prejuízo das competições e das próprias pessoas que participam diretamente. Acredito que hoje pouco interessa ao desportista o benefício físico e psíquico do esporte. Interessa o quanto vai ganhar em dinheiro. Bem poucos desportistas podem ser apresentados à nossa juventude como exemplos a serem seguidos. E coitados de nós que ficamos atrás de uma TV para sentir o prazer de ver um bom espetáculo. O desrespeito é verdadeiramente acintoso.
Em segundo lugar, temos de lamentar os esportes perigosos, que colocam em risco a vida e a integridade da pessoa. Embora gerem lucros enormes, nada os justifica.
São esportes desconcertantes, que despertam no público a procura da violência, das sensações perigosas, escondendo por baixo fortunas que correm em negociatas. Vejam as corridas automobilísticas e de motos. Veja também o pugilismo. Como podemos chamar de esporte uma atividade que é medida pela pancadaria, que sempre provoca lesões com conseqüências para a vida? O que vemos de educativo nesses esportes, cujo preço é o risco de vida a que se expõem as pessoas?
Temos de censurar esses pretensos esportes e qualificá-los imorais. Não educam, ao contrário, deformam a mente, criam no coração das crianças e dos jovens o senso da violência e alimentam em adultos, já desequilibrados, a sensação no mal feito e no perigoso.
Quantas tragédias já nasceram dessas atividades desumanas, em troca de dinheiro e de alguns anos de fama. Nada justifica o sacrifício de vidas humanas, a não ser o risco para salvar outras vidas.
Está na hora de desligarmos a nossa TV e não patrocinarmos mais esses atentados contra a vida e a dignidade humana.
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
http://www.redemptor.com.br
EDITORA SANTUÁRIO
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