Posted: 04 Jul 2014 02:28 PM PDT
Evangelho: Mateus 11,25-30
Naquele tempo, Jesus pôs-se a dizer:
25 “Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra,
porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos
e as revelaste aos pequeninos.
26 Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado.
27 Tudo me foi entregue por meu Pai,
e ninguém conhece o Filho, senão o Pai,
e ninguém conhece o Pai, senão o Filho
e aquele a quem o Filho o quiser revelar.
28 Vinde a mim todos vós que estais cansados
e fatigados sob o peso dos vossos fardos,
e eu vos darei descanso.
29 Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim,
porque sou manso e humilde de coração,
e vós encontrareis descanso.
30 Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.”
25 “Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra,
porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos
e as revelaste aos pequeninos.
26 Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado.
27 Tudo me foi entregue por meu Pai,
e ninguém conhece o Filho, senão o Pai,
e ninguém conhece o Pai, senão o Filho
e aquele a quem o Filho o quiser revelar.
28 Vinde a mim todos vós que estais cansados
e fatigados sob o peso dos vossos fardos,
e eu vos darei descanso.
29 Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim,
porque sou manso e humilde de coração,
e vós encontrareis descanso.
30 Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.”
JOSÉ ANTONIO PAGOLA
TRÊS CHAMADOS DE JESUS
O
evangelho de Mateus recolheu três chamados de Jesus que seus seguidores
devem escutar com atenção, pois podem transformar o clima de desânimo,
cansaço e tédio que, às vezes, respira-se em alguns setores de nossas
comunidades.
“Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados. Eu vos aliviarei”.
Esse é o primeiro chamado. É dirigido a todos aqueles que vivem sua
religião como uma carga pesada. Não são poucos os cristãos que vivem
sobrecarregados pela sua consciência. Não são grandes pecadores.
Simplesmente, foram educados para ter sempre presente seu pecado e não
conhecem a alegria do perdão contínuo de Deus. Se encontrarem-se com
Jesus, se sentirão aliviados.
Há,
também, cristãos cansados de viver sua religião como uma tradição
desgastada. Se encontrarem-se com Jesus, aprenderão a viver
confortavelmente com Deus. Descobrirão uma alegria interior que hoje não
conhecem. Seguirão Jesus, não por obrigação, mas por atração.
“Tomai o meu jugo, porque é suportável e meu fardo é leve”.
Esse é o segundo chamado. Jesus não sobrecarrega ninguém. Ao contrário,
libera aquilo de melhor que existe em nós, pois nos propõe viver
tornando a vida mais humana, digna e saudável. Não é fácil encontrar um
modo mais apaixonante de viver.
Jesus
liberta de medos e pressões, não os introduz; faz crescer nossa
liberdade, não nossas servidões, desperta em nós a confiança, jamais a
tristeza; nos atrai para o amor, não para as leis e preceitos.
Convida-nos a viver fazendo o bem.
“Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso”.
Esse é o terceiro chamado. Temos de aprender de Jesus a viver como ele.
Jesus não complica a nossa vida. Torna-a mais clara e simples, mais
humilde e mais saudável. Oferece descanso. Ele não propõe, jamais, aos
seus seguidores algo que não tenha vivido. Convida-nos a segui-lo pelo
mesmo caminho que ele percorreu. Por isso, pode entender nossas
dificuldades e nossos esforços, pode perdoar nossos enganos e erros,
incentivando-nos sempre a levantar.
Devemos
concentrar nossos esforços em promover um contato mais vital com Jesus
em tantos homens e mulheres necessitados de ânimo, descanso e paz.
Entristece-me ver que é, precisamente, o seu modo de entender e viver a
religião aquilo que leva a não poucos, quase inevitavelmente, a não
conhecer a experiência de confiar em Jesus.
Penso
em muitas pessoas que, dentro e fora da Igreja, vivem "perdidas", sem
saber em que porta bater. Sei que Jesus poderia ser uma grande notícia
para elas.
A ARTE DE DESCANSAR
São
muitos os que vivem submetidos a um ritmo duro de trabalho que nos vai
desgastando ao longo dos meses. Por isso, ao chegar o verão, todos
buscamos, de uma maneira ou outra, um tempo de descanso que nos ajude a
liberar-nos da tensão, da sobrecarga e do desgaste que acumulamos ao
longo dos dias.
Porém,
o que é descansar? É suficiente recuperar nossas forças físicas,
tomando sol durante horas e mais horas junto à praia de algum mar? É
suficiente esquecer nossos problemas e conflitos afogando-os no ruído de
nossas festas e festivais? Ao retornar das férias, mais de uma pessoa
sente a sensação de tê-las perdido. Pois, também nas férias, podemos
cair sob a tirania da agitação, do barulho, da superficialidade e da
ansiedade do prazer fácil e estressante. Nem todos sabem descansar. E,
talvez, o homem moderno necessite, urgentemente, iniciar-se na arte do
verdadeiro descanso.
Precisamos, antes de mais nada, encontrarmo-nos, mais profundamente, com nós mesmos e buscar o silêncio, a calma e a serenidade que, tantas vezes, nos faltam durante o ano, para escutar o melhor que há dentro de nós e ao nosso redor.
Precisamos recordar que uma vida intensa não é uma vida agitada.
Queremos ter tudo, agarrar e desfrutar tudo. Assim, nos rodeamos de mil
coisas supérfluas e inúteis que sufocam nossa liberdade e
espontaneidade.
Precisamos
descobrir a natureza, contemplar a vida que brota perto de nós,
deter-nos diante das coisas pequenas e das pessoas simples e boas. Experimentar que a felicidade tem pouco a ver com a riqueza, os sucessos e o prazer fácil.
Precisamos recordar que o sentido último da vidanão se esgota no esforço, no trabalho e na luta. Pelo contrário, ele revela-se mais claramente na festa, na alegria compartilhada, na amizade e na convivência fraterna.
Porém,
precisamos também, enraizar nossa vida nesse Deus “amigo da vida”,
fonte do verdadeiro e definitivo descanso. O coração do ser humano pode
descansar sem encontrar-se com Deus?
Escutemos, com fé, as palavras de Jesus: “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados. Eu vos aliviarei”.
Traduzido do espanhol por Telmo José Amaral de Figueiredo.
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