CONSAGRAÇÃO À NOSSA SENHORA APARECIDA NA VOZ DO PADRE VITOR COELHO CSsR

Ó MARIA SANTÍSSIMA, PELOS MÉRITOS DO SENHOR JESUS CRISTO QUE EM VOSSA IMAGEM MILAGROSA DE APARECIDA ESPALHAIS INÚMEROS BENEFÍCIOS SOBRE O BRASIL, EU, EMBORA INDIGNO DE PERTENCER AO NÚMERO DOS VOSSOS SERVOS, MAS DESEJANDO PARTICIPAR DOS BENEFÍCIOS DA VOSSA MISERICÓRDIA, PROSTRADO A VOSSOS PÉS, CONSAGRO-VOS O ENTENDIMENTO, PARA QUE SEMPRE PENSE NO AMOR QUE MERECEIS. CONSAGRO-VOS A LÍNGUA, PARA QUE SEMPRE VOS LOUVE E PROPAGUE A VOSSA DEVOÇÃO.CONSAGRO-VOS O CORAÇÃO, PARA QUE, DEPOIS DE DEUS, VOS AME SOBRE TODAS AS COUSAS.RECEBEI-NOS, Ó RAINHA INCOMPARÁVEL, QUE NOSSO CRISTO CRUCIFICADO DEU-NOS POR MÃE, NO DITOSO NÚMERO DOS VOSSOS SERVOS. ACOLHEI-NOS DEBAIXO DA VOSSA PROTEÇÃO. SOCORREI-NOS EM NOSSAS NECESSIDADES ESPIRITUAIS E TEMPORAIS E, SOBRETUDO, NA HORA DA NOSSA MORTE. ABENÇOAI-NOS Ó MÃE CELESTIAL, E COM VOSSA PODEROSA INTERCESSÃO FORTALECEI-NOS EM NOSSA FRAQUEZA, A FIM DE QUE, SERVINDO-VOS FIELMENTE NESTA VIDA, POSSAMOS LOUVAR-VOS, AMAR-VOS E RENDER-VOS GRAÇAS NO CÉU, POR TODA A ETERNIDADE. ASSIM SEJA! ...PELA INTERCESSÃO DE NOSSA SENHORA APARECIDA, RAINHA E PADROEIRA DO BRASIL, A BÊNÇÃO DE DEUS ONIPOTENTE, PAI, FILHO E ESPÍRITO SANTO, DESÇA SOBRE VÓS E PERMANEÇA SEMPRE.AMÉM!

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25 de fevereiro de 2013

Reflexão sobre o Concílio Vaticano II


Ficha 13: A Revelação Divina (1ª DV)

Bíblia

Constituição Dogmática DEI VERBUM
Sobre a Revelação Divina

Esta décima terceira Ficha dá início ao estudo da Constituição Dogmática Dei Verbum (DV) e aborda o Proêmio e o Capítulo I que se refere à Revelação de Deus à humanidade, em Cristo Jesus.
Esta Constituição foi um dos últimos documentos a serem aprovados, e a terceira Constituição promulgada pelo Concílio Vaticano II, assinada pelo Papa Paulo VI  e pelos Bispos Conciliares a 18 de novembro de 1965. É o mais breve documento, porém o que foi mais longamente discutido.
Como já refletido, anteriormente, na Ficha 1 – História: O que é um Concílio?, o  tema Revelação  e Sagrada Escritura despertou muito interesse na Igreja desde o início do século passado, de forma que no Concílio Vaticano II houve calorosos debates, que geraram 102 “proposições” agrupadas inicialmente em dois capítulos que foram desmembrados em ‘um Proêmio e seis capítulos’: I – A Revelação; II – A Transmissão da Revelação Divina; III – A Inspiração Divina e a Interpretação da Sagrada Escritura; IV – O Antigo Testamento; V – O Novo Testamento; e VI – A Sagrada Escritura na vida da Igreja. Em síntese, pode-se afirmar que a DV trata da relação entre Revelação, Tradição e Escritura, isto é, a forma como historicamente a comunidade eclesial percebeu a Revelação de Deus e a perpetuou.
Ao dedicar uma Constituição Dogmática [1] sobre a Revelação de Deus, o Vaticano II quis mostrar, como já  o fizera na Sacrossanto Concílio (SC), que tudo na Igreja ‘gravita’ em torno de seu Senhor e que ela existe em função Dele; e que a Revelação de Deus é dinâmica, pois a cada dia Ele se revela à humanidade. Com isso, o Concílio quis ‘dizer’ ao mundo que a Igreja não anuncia a si mesma e tampouco é a Revelação. Ao debruçar-se sobre a relação entre Sagrada Escritura e a Tradição da Igreja, os padres conciliares quiseram dialogar com a sociedade e as ciências modernas e mostrar que a Igreja se atualizava, todavia, a DV insistiu em que a interpretação da Bíblia, fosse feita sempre em comunhão com a Igreja.
A centralidade cristológica da SC já indicava que a Constituição sobre a Revelação de Deus traria ‘novas luzes’ que ‘iluminariam’ a Igreja, e a principal mudança pastoral ocorrida foi ‘colocar a Bíblia na mão do povo’, o que muito contribuiu para o fortalecimento das comunidades e paróquias, alimentando uma espiritualidade centrada na Palavra de Deus.A partir da DV houve um grande incentivo ao estudo da Sagrada Escritura, à tradução da Bíblia dos originais hebraico, aramaico e grego, e à sua divulgação, que fez da Bíblia o livro mais conhecido no ocidente.
Segundo palavras do então Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro (2008), Dom Eusébio Scheid, ‘a DV é um dos Documentos mais usados, devido ao avanço dado sobre a Palavra de Deus, seja no seu estudo científico, seja na sua vivência prática, na vida das comunidades, baseada especialmente nos pequenos círculos fundados na Palavra de Deus, e mesmo na própria pregação, a homilia com mais enriquecimento e mais serenidade’. [2]
 Proêmio
O Concílio Vaticano II, vem mostrar, através da Constituição Dei Verbum, que a bússola que orienta a Igreja é a Palavra de Deus, o Verbo de Deus, Aquele que pela Encarnação traduz, revela o Pai e se faz Deus-conosco. De fato, a Igreja funda-se sobre a Palavra de Deus, nasce e vive dela.
Para o cristianismo, Jesus Cristo é a Revelação, o rosto e a palavra de Deus, cheio de graça e de verdade que continua a se revelar no tempo presente. E mais, não é um Jesus qualquer, e não se trata de um personagem histórico, mas o Jesus Cristo real, vivo e vivificante: aquele crido, adorado, vivido e testemunhado pela Igreja. É Ele a Revelação!
Através da DV, o Concílio deseja que as palavras de Jesus Cristo ressoem, assim como ressoou nos apóstolos, em todas as pessoas de boa vontade que acreditam na possibilidade de um mundo melhor ou seja, a  Igreja entende que tem como missão tornar esta mensagem compreensível ao homem moderno (DV1).
O Documento de Aparecida (2007)  enfatiza que cada pessoa precisa ter um encontro pessoal com Jesus Cristo, o Senhor da História, e indica que a A ‘Palavra de Deus’ é um dos ‘lugares’ que possibilita este encontro e alimento, e é ela que indica a pessoa de Jesus Cristo, o Filho eterno do Pai feito Homem. Dentre as muitas formas, destaca que a Leitura orante da Bíblia, conhecida também como Lectio Divina,  conduz ao ‘encontro com Jesus-Mestre, ao conhecimento do mistério de Jesus Messias, à comunhão com Jesus-Filho de Deus, e ao testemunho de Jesus-Senhor do universo’ (DA 246-249).
Após 45 anos da promulgação da DV, a Exortação Apostólica Pós-Sinodal Verbum Domini (2010), de Bento XVI sobre “a Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja”, afirma que toda a humanidade é colocada, cotidianamente, diante do mistério de Deus que Se comunica a Si mesmo por meio do dom da Sua Palavra.
A Palavra é, para todos, motivo de grande alegria que brota da certeza de que “só o Senhor Jesus tem palavras de vida eterna” (Jo 6,68); ela é pregada pelos Apóstolos, em obediência ao pedido de Jesus : “Ide por todo o mundo e anunciai a Boa Nova a toda a criatura’’ (Mc 16,15), e continua sendo transmitida pela Tradição viva da Igreja, não como uma palavra escrita e muda, mas como o Verbo encarnado e vivo.
 A Revelação Divina
No prólogo do Evangelho de João lemos: “No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus.” O Logos (o Verbo, a Palavra) existe desde sempre (Gn 1,1) e, desde sempre, Ele mesmo é Deus, e como o Verbo é Deus, Deus se dá a conhecer no diálogo do Filho com a humanidade, e revela-Se a Si mesmo em Jesus, desejoso de que os homens se tornem participantes da natureza divina por meio d’Ele, e tenham acesso ao Pai no Espírito Santo (Ef 2,18; 2Pe 1,4).
A DV explicitou a doutrina sobre a Revelação Divina e sua transmissão,não como ‘depósito de verdades’ estático, mas como a vontade livre de Deus de revelar-se ao homem, “para que, ouvindo o anúncio da salvação, o mundo inteiro acredite, acreditando espere, esperando ame” – Final do Proêmio.
Deus invisível fala aos seus filhos, conversa com os homens como amigos e convive com eles; mostra seu coração amoroso no anseio de conduzi-los à vida eterna; e revela-se como o Deus da História, conhecido pela Palavra que se torna acessível e real na prática visível do Amor, nas obras, sinais e milagres revelados pelo Seu Filho (DV2).
Deus foi preparando Israel e a humanidade para Jesus Cristo: chamou os patriarcas Abraão – nosso pai na fé, Isaac e Jacó (Gênesis) para que neles iniciasse a formação de um povo escolhido, que seria instruído por Ele; junto a Moisés, os conduziu para a terra prometida (Êxodo); e, apontou e orientou este povo para Si, junto aos profetas. Um povo que tinha como compromisso testemunhar que Ele é o único Deus vivo e verdadeiro, Pai providente e justo juiz; e esperar Aquele que haveria de vir para salvar toda a humanidade da opressão, do medo e da escravidão do mundo, libertando-a do pecado e da morte. Ao revelar-se, Deus quis tornar os homens capazes de responder-lhe, de conhecê-lo e de amá-lo bem além do que seriam capazes por si mesmos (DV3).
No centro da revelação de Deus está o acontecimento Cristo(DV6), e este é o grande impulso dado pela DV: redescobrir a Palavra de Deus, Jesus Cristo vivo e presente na vida da Igreja.
Em síntese, a Revelação é uma iniciativa de Deus que independe dos homens e da Bíblia que, enquanto livro, tem um papel fundamental, mas não é mais importante que a Revelação do próprio  Deus, que é dinâmica e atual, e seu objetivo final é estabelecer a comunicação entre Deus e os homens. Poderíamos dizer que Deus nos deu um primeiro “livro” não escrito – a criação, a vida, a natureza, a humanidade – e, diante da dificuldade humana em interpretá-lo, Ele nos deu a Sagrada Escritura, o segundo livro, agora escrito, “um manual” para nos servir de Guia e nos revelar Sua vontade.

[1] Uma constituição Dogmática é aquela considerada com mais alto grau de importância, pois apresenta uma doutrina da Igreja que os católicos devem aceitar como autêntica e inquestionável em seus pontos fundamentais.

Para refletir:
  1. O que a Dei Verbum vem revelar na Igreja sobre a Palavra de Deus?
  2. De que forma Deus preparou a humanidade para receber o Seu Filho Jesus?
  3. Qual é o centro da Revelação Divina?
  4. O que mais lhe chamou a atenção nesta primeira ficha sobre a Palavra de Deus? Por quê?

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