2884. Evangelho do 5ª domingo da Páscoa (06-05-2012) - At 9, 26-31; Sl 21, 26b-28.30-32; 1Jo 3, 18-24; Jo 15, 1-8 - Disse, um dia, Jesus a seus discípulos: “Eu sou a verdadeira vide e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que, ligado a mim, não der fruto, meu Pai o limpará para que dê mais ainda.
Vocês já estão limpos pela palavra que lhes tenho falado. Permaneçam em mim como eu em vocês. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo se não permanecer unido à videira, assim também vocês, se não permanecerem em mim. Eu sou a vide, vocês são os ramos. Aquele que permanecer em mim, e eu nele, esse dá muitos frutos; porque vocês sem mim nada podem fazer.
Se alguém não permanecer em mim, será jogado fora como o ramo que não dá fruto, e secará. E o recolherão, e o lançarão ao fogo para que arda em chamas. Se vocês permanecerem em mim e minhas palavras permanecerem em vocês, peçam o que quiserem e ser-lhes-á dado. Nisto será glorificado meu Pai: em que vocês dêem muito fruto e se comportem como discípulos meus”.
Recadinho: - Quais os principais frutos que nossas atividades produzem na Igreja? - Por onde absorvemos a seiva de Deus em nós? - Quando nos sentimos mais ligados à fonte da Graça que nos alimenta? - Que sentimento domina nosso coração quando vemos ramos secos próximos a nós? - Louvemos a Deus por nos permitir ser ramo verde e ativo na vinha do Senhor.
2885. Vivendo entre índios - “Temos uma dívida social imensa com os povos indígenas pelos massacres, genocídios, inomináveis crueldades e injustiças praticadas ao longo destes 512 anos de invasão e extermínio”, disse dom Édson Tasquetto Damian, bispo de São Gabriel da Cachoeira (AM), no dia 20 de abril/2012, falando aos bispos do Brasil reunidos em Assembleia em Aparecida (SP) Dom Damian é bispo onde 90% da população é formada por povos indígenas e trabalha em profunda sintonia com o Conselho Indigenista Missionário, um dos organismos vinculados à CNBB com atuação reconhecida na história recente do Brasil.
2886. Conselho Indigenista Missionário - O Conselho Indigenista Missionário tem 40 anos de existência, que foram comparados por dom Édson Tasquetto Damian como “o tempo em que o povo hebreu andou pelo deserto rumo à Terra Prometida”. O Conselho ajuda a manter viva a esperança dos povos indígenas que aguardam o processo de demarcação de 335 territórios e de outros 348 que ainda estão em fase de reivindicação.
O bispo de São Gabriel da Cachoeira (AM) falou de suas comunidades indígenas: “Sempre me encanto com estes irmãos. Apesar de uma vida dura e penosa, nunca perdem a alegria e a fé que se expressam no sorriso límpido, espontâneo, cativante. Quando adoecem, demoram até uma semana, nas frágeis embarcações para serem transportados a São Gabriel, debaixo de sol abrasador ou de chuva torrencial. Dizia-me um médico que muitos chegam tão debilitados que o tratamento se torna difícil”.
2887. A destruição das florestas e testemunho de fé - Dom Damian contou que, na visita ao Papa Bento XVI, no Vaticano, em 2010, ficou surpreso com duas perguntas feitas pelo Papa. A primeira: “O povo da sua região está destruindo a floresta?” Dom Damian disse que teve a alegria de informá-lo que “na bacia do Rio Negro apenas 4% das florestas foram derrubadas, ao passo que em alguns Estados da Amazônia elas já foram totalmente destruídas pela ganância avassaladora das madeireiras, do agronegócio e das hidrelétricas”.
D. Erwin Kräutler, presidente do Conselho Indigenista Missionário, não se cansa de denunciar a grande destruição e os minguados resultados da faraônica hidrelétrica de Belo Monte. Os índios são nossos mestres na preservação ambiental e no desenvolvimento sustentável. “Nossa vida depende da vida da floresta”, costumava dizer nossa mártir Ir Doroty Stang.
A segunda pergunta feita pelo Papa Bento XVI a Dom Damian foi: “Os índios são bons católicos? Eles se confessam?” Dom Damian respondeu: “Todos se confessam, desde as crianças que há pouco fizeram a 1ª Eucaristia, até aos mais idosos. E com um detalhe original. A maioria começa dizendo: “Agora vou me confessar na minha língua”. E o Papa: “E você entende todas as línguas?” E o bispo respondeu: “De que jeito! São 18 línguas e tão diferentes umas das outras! Mas quem perdoa é o Pai que criou todos os povos e culturas e Ele se entende muito bem com seus filhos prediletos!”
Pe. Geraldo Rodrigues, CSSR
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