ANTÔNIO BICARATO |
ARRIBA, Pe. LIBARDI
Quero cantar com você, a partir de agora, seu festivo "arriba, abajo, al centro, al dentro", mas mudando um pouco a ordem.
Abajo, Libardi, todos os nossos maus sentimentos, invejas, intrigas, ciúmes doentios, traições, infidelidades. Abajo nossas lutas por dinheiro, poder, nossos individualismos, egoísmos, desejos de aparecer fazendo sumir o outro. Abajo nosso consumismo desregrado, nossa busca do prazer pelo prazer, nossa inversão de valores, nossa troca do Deus único por dezenas de ídolos que nossa sociedade vai fabricando à medida que fabrica necessidades. Abajo o barulho em que cada dia mais nos deixamos envolver, a poluição que criamos com nossos restos, os gases tóxicos que lançamos no ar, os detritos que entopem bueiros e sujam as águas, o lento envenenamento das fontes de vida na terra. Abajo nossos pedestais de fama e glória, porque no dia em que escutamos o chamado definitivo e baixamos ao túmulo, tudo isso vai pra debaixo da terra e nunca ressuscitará. E que saibamos, Libardi, trazer abajo nossos intelectualismos e, como você, fazer doutrinamento "pé no chão", para chegar àqueles a quem ninguém dá a mão e vivem nos baixios da sociedade.
Al centro, Libardi, das coisas que verdadeiramente alimentam não só o corpo, mas também o espírito. Al centro dos problemas que nos rodeiam ou que nos são trazidos, para que os resolvamos com sabedoria para o bem de todos. Al centro das ideias que merecem ser concebidas, dos ideais que merecem ser perseguidos, das metas que merecem ser alcançadas, não em proveito só próprio, mas da coletividade. Coloquemos al centro o bem comum, deixando em segundo plano o intereese particular, principalmente se alguma tarefa nos foi delegada pela comunidade, quer seja um pequeno grupo, uma paróquia, uma entidade, um município, um estado ou uma nação inteira.
Al dentro, Libardi, do íntimo de cada um de nós. Só ali, no silêncio de cada coração, nossos olhos são capazes de se abrir para horizontes insondáveis de verdadeiro e constante crescimento. Al dentro de nosso interior, onde o grão de trigo encontrará o silêncio fértil do útero da terra, para poder germinar e produzir espigas douradas que nutrem o corpo e a vida. Al dentro do escuro de nossos quartos, para onde nos podemos retirar e encontrar o Deus que em vão buscamos em outras partes. Al dentro da quietude e silêncio das capelas de nossas igrejas onde, escondido, vela continuamnete e está à nossa espera o Cristo da Eucaristia.
E finalmente, Libardi, arriba com os sentimentos mais nobres de que é capaz o coração humano. Arriba nossa busca contínua das "coisas do alto", não menosprezando as terrenas e com as quais temos de conviver todo dia, mas valorizando-as e fazendo delas caminho para o que verdadeiramente conta. Arriba nossa humildade e não nosso orgulho, nossa autosuficiência, porque só quem é de fato humilde será exaltado. Arriba a bondade em nosso coração, para que contagie quem nos rodeia. No trato com os outros, arriba nossa paciência, nossa compreensão, mansidão e prudência, para que vejamos em todos, além das aparências, filhos queridos de Deus, dignos de todo nosso amor. Arriba a alegria pura que brota dos corações verdadeiramente sábios porque sabem que nada sabem. Arriba nossa "miseri-cordia", para que saibamos descer ao nível dos que não conseguem erguer-se na vida, e tratemos a todos com os mesmos sentimentos de Deus. Arriba a unidade interior de cada um de nós para que frutifique na unidade com os que convivem conosco, na unidade dos "credos" políticos, sociasi e religiosos, na unidade das diversidades das raças, línguas, povos, continentes. Arriba a paz, a concórdia que todos almejamos, mas a paz deixada por Cristo e não a que o mundo dá. A paz que brota dos verdadeiros valores buscados e vividos por todos. Arriba, Libardi, todo o amor que você teve e continua tendo por nós, todo o amor que temos por você. Amém!
Bicarato
LINDAS PALAVRAS!! TEXTO MARAVILHOSO...... vania telles
ResponderExcluirDO NOSSO COLEGA THOZZI:
ResponderExcluirFratelli Tutti,maravilhoso texto,Bicarato... só o Libardi,para -na hora triste da despedida-juntar-nos todos alegremente... enquanto dizíamos adeus,rememorávamos,abraçávamo-nos... a presença dele nos reunia
bem dito,Toninho:Arriba Libardi...e levantemo-nos nós todos com você! obrigado,Toninho,essas palavras calarão...abraços...
DO NOSSO COLEGA LUIZ SILVÉRIO:
ResponderExcluirArriba, Pe. Libardi.
Ora pro nobis, caríssimo, como você sempre fez.
Luiz Silvério