APRILLIS: Homenagem à mentira e ...
Data: 01/04/2011
Aprillis
Pe. Rafael Vieira CSsR
MÊS INSTIGANTE QUE COMEÇA COM UMA INQUIETANTE
HOMENAGEM À MENTIRA E TERMINA COM A LEMBRANÇA
DO SUICÍDIO DO LÍDER DA LOUCURA NAZISTA.
Não costumo consultar datas comemorativas e me esqueço, facilmente, daquelas que por uma razão ou outra sou levado a conhecer. Não há como não reconhecer, no entanto, que abril é um mês particularmente forte em datas que tocaram na vida da humanidade. O dia da mentira já é lugar comum. No dia 30, recorda-se o trágico final de vida de um homem que sozinho tem responsabilidades graves no extermínio de mais de 6 milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Adolf Hitler continua a ser um enigma. Entre o começo e o fim do mês, no entanto, há datas mais inspiradoras. Para nós, da Igreja, é o mês no qual se marcou uma transição recente e significativa: nos despedimos de João Paulo II e acolhemos Bento XVI.
Em abril também recordamos o descobrimento dessa terra boa e nem as controvérsias dos cientistas da história podem nos tirar da cabeça aquela imagem de portugueses que se misturam com indígenas naquela paradisíaca costa do sul da Bahia. O Brasil começou ali e de um modo bem ambíguo como, de fato, continua a ser há mais de 500 anos. Um país cheio de contradições. Abençoado por Deus e bonito por natureza como dizia o poeta, esse pedaço do mundo é palco de assassinatos bárbaros que consomem a vida de crianças, adolescentes, jovens, negros e pobres. Celebrada no âmbito de governos recentes por causa do crescimento econômico, essa nação carece de respeito pelos direitos humanos básicos. Privilegiado pelo surto de sorte dos últimos anos que o conduziu a ser protagonista de oportunidades planetárias, o Brasil que vai receber a Copa do Mundo daqui a 3 anos e as Olimpíadas dois anos depois é terra de desmatamentos escandalosos, projetos megalomaníacos que devastam o planeta obedecendo um modelo de crescimento acelerado e pouco sustentável.
Também neste mês se faz homenagem a um herói da liberdade. Cercado também de contrastes que a revisão história ainda não esclareceu, Tiradentes continua a ser um ícone da luta por um mundo melhor. Morto e esquartejado, sua figura continua a suscitar reflexões necessárias. Ainda que os epítetos ligados a ele e aos inconfidentes, mesmo adotados da oratória romana e tenham recebido uma saraivada de críticas, permanecem sendo tochas. De seus corações de sonhadores teria nascido a afirmação: “libertas quae sera tamen”, liberdade ainda que tardia. E outro: “se dez vidas eu tivesse, dez vidas eu daria”. Palavras cheias de generosidade e de amor pelo Brasil.
Em latim, aprilis quer dizer abrir e faz referência ao germinar das sementes. Este ano de 2011, a Páscoa ficou quase no fim do mês. No dia 24, vamos celebrar o maior mistério da nossa fé. A Páscoa do Senhor é a semente de uma vida nova plantada, definitiva e carinhosamente, no chão do coração humano. Na paixão, morte e ressurreição de Jesus estão os mais ricos conteúdos da nossa salvação. Ao celebrar o mistério da Páscoa, neste mês de abril, passamos pela profunda experiência de abertura de alma. Uma experiência que se podia chamar, legitimamente, de experiência de abril. E nessa renovação pascal somos como que convocados a observar essas datas e retirar delas o que nos faz crescer em consciência cristã. Renovar nossa indignação pelo holocausto produzido pela liderança de Hitler nasceu em 20 de abril de 1889 e se matou em 30 de abril de 1945. Refazer nossas contas com a verdade e combater a mentira que se celebra, jocosamente, no dia 1º. Louvar e agradecer a Deus pela história e o ministério de Karol Woytila, nosso querido João Paulo II que será beatificado em 1º. de maio. E para agradecer temos muito o que fazer em abril: a vida de Jospeh Ratzinger, nosso Bento XVI; a criação da Organização Internacional do Trabalho em 11 de abril de 1919. E não nos esqueçamos de uma data inquietante para esses tempos de hoje nos quais o Brasil quer ser grande, muito grande: foi no dia 14 de abril de 1912 que um verdadeiro totem da ousadia humana chocou-se com um iceberg e levou para o fundo do mar cerca de 1.500 pessoas. O Titanic afundou em sua viagem inaugural.
http://www.orapidinho.com.br/
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