PADRE WALMIR GARCIA DOS SANTOS CSsR
Não identificada: Tenho um namorado que me faz sentir como se ele dependesse de mim para viver. Quando estamos separados ele não se cuida, nem se alimenta direito. Tenho vontade de terminar com ele, mas tenho receio de que ele faça alguma bobagem. Se casarmos, será que ele melhora?
Minha amiga, jamais case com uma pessoa que você tem dúvida se ama. Se você tem vontade de terminar com ele é porque não o ama o suficiente, ainda mais para casar. Não prossiga numa relação de dependência e de instabilidade. É melhor separar agora do que depois de casados, pois a tendência é só piorar. Agora seria bom se ele aceitasse fazer uma terapia, um acompanhamento psicológico para ver essas atitudes.
Não identificada: Sou mãe solteira, tenho um filho com dois anos de idade, meus pais nunca se conformaram com esta situação, ficam jogando meu erro na cara. Estou quase indo embora de casa, só não fui ainda porque não tenho trabalho, apenas estudo. O que devo fazer?
Eu aconselho você a conversar muito com seus pais sobre esse procedimento, pois não concordo e nem você pode concordar com isso. Não é uma forma boa de educação, se você errou, você deve assumir as conseqüências de seu erro e não precisa de ninguém ficar apontando seu erro. Creio que um bom diálogo pode ajudar.
Eleusa: O que diria a uma pessoa racista? Onde na Bíblia poderíamos encontrar alguma passagem que diz respeito a isso?
Eu diria que ela é uma pessoa ignorante e insensível. Não podemos medir as pessoas pela raça, nem pela cor, nem pela religião ou classe social, pois todos somos seres humanos, ninguém é inferior a ninguém e ninguém é melhor do que ninguém, todos somos iguais perante a lei e mais ainda, perante Deus. Na Bíblia encontramos no ensinamento de Jesus que não podemos considerar ninguém menor do que nós, Ele nos diz: «Vós, porém, não quereis ser chamados Rabi, porque um só é o vosso Mestre, a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos. E a ninguém na terra chameis vosso Pai, porque um só é o vosso Pai, o Qual está nos céus. Nem vos chameis mestres, porque um só é o vosso Mestre, que é o Cristo. O maior de entre vós será vosso servo. E o que a si mesmo se exaltar será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exaltado.» (Mt 23, 8-12). Depois temos também a Carta de S. Paulo a Filêmon, que tatá do relacionamento entre patrão e escravo.
João Eurípedes: Qual o maior versículo?
A resposta habitual é Ester 8,9. Esse versículo tem 414 letras na Tradução Almeida (Bíblia protestante) e 368 na Edição Pastoral (uma das traduções Católicas). Em hebraico, língua do texto original, tem 371 letras.
Aproveito a oportunidade para fazer duas observações.
1. Confrontando os 3 dados acima, vemos que existem diferença entre eles. A Tradução do Almeida utiliza 414 letras para traduzir o texto hebraico, enquanto que a Edição Pastoral da Bíblia apenas 368. Por isso é necessário perguntar: para estabelecer o tamanho do versículo, qual parâmetro uso, as traduções ou o original hebraico? Se usamos as traduções a medida muda de acordo com a tradução, pois cada tradutor usou palavras diferentes para dizer aquilo que o hebraico escreve.
2. Quando a Bíblia foi escrita, não foi usada alguma divisão em capítulos e versículos. Nem sequer havia separação entre as palavras e sinais de pontuação. Tudo isso apareceu só mais tarde. A divisão em capítulos e versículos, muito prática para o uso da Bíblia, foi realizada há mais de mil anos depois que a Bíblia foi escrita, na Idade Média. Primeiro foi dividida em capítulos, em 1228 (Stephen Langton), e mais tarde em versículos por Robert Estienne, por volta de 1550. Faço essas duas considerações para relativizar a importância dessa indagações sobre estatísticas relativas aos versículos e capítulos bíblicos. São elementos práticos para o uso, sobretudo por que são universais, mas não são importantes, deliberados pelos autores.
Não identificada: Na minha comunidade não tem Igreja e sendo assim vamos rezar na casa de uma senhora, só que essa mulher não gosta de glória, aleluia e nem de rezar terço. O que fazer nessa situação?
Ela deveria ver o porque não gosta dessas expressões de nossa liturgia, pois são expressões de louvor ao nosso Deus. É bom e necessário dar glória e erguer hinos de louvores ao nosso Deus. A oração do terço é uma devoção tipicamente cristã católica e é bom esclarecer para ela o como rezar bem o terço, que é um reflexão dos mistérios de nossa salvação. Agora é muito estranho uma atitude assim, como a dessa senhora, acho que está faltando a ela uma boa catequese.
Valdeci Ribeiro: Por que no Natal as pessoas não se lembram do verdadeiro aniversariante no Natal só querem comer e beber?
É porque ainda não compreenderam o verdadeiro sentido desta festa. Infelizmente a figura do Papai Noel, que é tipicamente comercial está tomando o lugar do verdadeiro dono da festa que é Jesus. Precisamos sempre nos conscientizar do verdadeiro sentido do Natal, começando em nossas casas.
Angélica: Dizem que o Natal, essa data em dezembro, que comemoramos o nascimento de Jesus, não é a verdadeira. Existe algum outro registro sobre a data verdadeira do aniversário de Jesus?
Jesus nasceu durante o reinado de Herodes, o Grande, que os romanos haviam designado para governar a Judéia. Os calendários são contados a partir do ano em que se supõe ter nascido Jesus, mas as pessoas que fizeram essa contagem equivocaram-se com as datas: Herodes morreu no ano 4 a.C., de modo que Jesus nasceu 3 anos antes, a quando dos censos do povo Judeu, que ocorreu, exatamente, 1 ano após os censos dos outros povos também subjugados ao poder Romano. Estes censos ocorreram para facilitar aos Romanos a contagem do povo e a respectiva cobrança dos impostos. Os Judeus sempre se opuseram a qualquer tentativa de contagem, por essa razão, esta ocorreu um ano depois de ter ocorrido nos povos vizinhos. Desde o século IV, os cristãos festejam o Natal, ou nascimento de Cristo, no dia 25 de Dezembro. Esta foi uma adaptação das festas ao deus Sol dos povos pagãos, adquirida pelos Romanos. A data real ainda é incerta. A data de nascimento de Jesus é muito discutida. Devido a falhas do calendário há quem diga que Jesus teria nascido por volta do ano 6 d.C. . Porém, considerando que Jesus nasceu pouco tempo antes da morte de Herodes isto coloca-nos numa data anterior a 4 a.C. Outra ajuda que temos para facilitar a localização da data do nascimento de Jesus foi que este ocorreu a quando José foi a Belém com sua família para participar do recenseamento. Os romanos obrigaram o recenseamento de todos os povos que lhes eram sujeitos a fim de facilitar a cobrança de impostos, o que se tornou numa valiosa ajuda na localização temporal dos fatos, uma vez que ocorreu exatamente 4 anos antes da morte de Herodes, no ano 8 a.C.. Entretanto, os Judeus tomaram providência no sentido de dificultar qualquer tentativa por parte dos ocupantes em contar o seu povo, pelo que, segundo a história, nas terras judaicas este recenseamento ocorrera um ano depois do restante império romano, ou seja no ano 7 a.C.. Em Belém, o recenseamento ocorrera no oitavo mês, pelo que se concluiu que, Jesus nascera provavelmente no mês de Agosto do ano 7 a.C.. Outros fatos também ajudam a estimar a data exata. Conforme é relatado pelos textos bíblicos, no dia seguinte ao nascimento de Jesus, José fez o recenseamento da sua família, e um dia depois, Maria enviou uma mensagem a Isabel relatando o acontecimento. A apresentação dos bebês no templo, bem como a purificação das mulheres teria de ocorrer até aos vinte e um dias após o parto. Jesus foi apresentado no templo de Zacarias, segundo os registos locais, no mês de Setembro num sábado. Sabe-se que Setembro do ano 7 a.C. teve quatro sábados: 4, 11, 18 e 25. Como os censos em Belém ocorreram entre 10 e 24 de Agosto, o sábado de apresentação seria o de 11. Logo Jesus teria nascido algures depois de 21 de Agosto do ano 7 a.C..
Maria Epifania: Explique-me, por favor, a Parábola onde fala “não dê comida aos cães”.
Em Mt 15, 26 Jesus fala assim: “ Não fica bem tirar o pão dos filhos para jogá-los aos cachorrinhos”. Isso ele falou à uma mulher Cananéia (estrangeira) que pediu a Jesus que libertasse sua filha de um demônio. Jesus respondeu assim, pois na sua época os estrangeiros, ou seja, quem não fazia parte do povo judeu, eram considerados cães e ele disse que não estava certo privilegiar uma estrangeira, pois ele tinha vindo para os da casa de Israel. Mesmo assim a mulher insiste e dá uma prova de fé muito grande quando responde para Jesus que concordava com isso, mas que “os cães se alimentam das migalhas que caem da mesa dos donos”. Diante disso Jesus a atendeu, pois grande foi a sua fé.
José Pereira: Quem já foi casado na Igreja e se separou, pode casar de novo?
O casamento religioso é indissolúvel e quem se casa está definitivamente casado e não se pode casar novamente na Igreja, a não ser que o casamento seja anulado, coisa que não é fácil e simples de conseguir.
Lorena: Quem foi o Arcanjo Miguel?
A maioria das denominações cristãs entendem que o nome deverá ser traduzido em forma inquisitiva, tal como "Quem é como Deus?" ou "Quem é semelhante a Deus?". Outros defendem que seja uma afirmação: "Aquele que é como Deus", argumentando que o sufixo "el", que significa "Deus", é usado em outros nomes bíblicos em forma de afirmação, tal como em Daniel ("Meu juiz é Deus"), Emanuel ("Conosco está Deus"), Ezequiel ("A força de Deus"), Samuel ("Nome de Deus") ou Gamaliel ("Recompensa de Deus"). Esta última interpretação é, segundo distintos peritos, tal como se refere mais acima, posta em causa pela própria Bíblia, quando a mesma nega que haja quem seja como Deus (cf., por exemplo, Salmo 35:10; 89:8), donde, pela própria configuração do nome "Miguel", o mais certo é que o mesmo deva ser traduzido como sendo uma questão. Miguel, o Arcanjo, é considerado o chefe dos exércitos celestiais e o padroeiro da Igreja Católica. É o anjo do arrependimento e da justiça. É comemorado pela Igreja Católica sob o nome de São Miguel Arcanjo em 29 de setembro. O Catolicismo mantém uma considerável devoção por São Miguel Arcanjo, especialmente demonstrada nas situações em que são efetuados pedidos de livramento dos seus fiéis contra ciladas do demônio e dos espíritos maléficos. Acredita ainda que, durante as orações, e quando o nome do arcanjo é invocado, este defenderá os crentes, com o grande poder que Deus lhe concedeu, protegendo-os contra os perigos, as forças do mal e os inimigos.
Elisângela: Como acontecem os milagres? Geralmente a gente pede para o nosso santo de devoção e ele realiza o milagre. É um tipo de mágica celestial?
Milagres são graças que Deus concede aos que têm fé. Quando tudo parece impossível humanamente falando, Deus intervém. Não é o santo de nossa devoção que faz o milagre, mas somente Deus. A intercessão dos santos é muito importante e, muitos milagres nós os conseguimos pela intercessão dos santos ou e Maria. Não é mágica celestial, mas graça de Deus concedida.
Leila Rosa: Por que não se sabe nenhum relato sobre determinado tempo da vida de Jesus? Que mistério é esse?
Não é mistério nenhum, só que os autores dos evangelhos não escreveram nada do período de 12 até os 30 anos de Jesus. O porque disso não sabemos, foi opção dos evangelistas. Mas é certo que neste tempo ele viveu como qualquer outro judeu, freqüentou a escola da sinagoga de Nazaré, exerceu a função do seu pai José, que era carpinteiro e viveu uma vida comum, até começar a anunciar o Reino, aí sim Ele se torna diferente dos outros, por sua pregação e ação em prol do Reino.
Ana Rita: Muitas pessoas não acreditam que Deus existe e que Jesus Cristo foi apenas um revolucionário da época. Que tudo que existe é criação do acaso. Como podemos provar aos ateus a existência de Deus?
Não temos condições de provar a existência de Deus, isso se dá pela fé e é só pela fé que podemos demonstrar a existência de Deus que age no mundo. Nós precisamos viver de tal modo nossa fé, que mostremos Deus em nossas atitudes e palavras. Eu creio que devemos demonstrar a existência de Deus pelas atitudes de coerência de vida, pela honestidade, pela retidão, pela bondade, pelo amor que podemos demonstrar em gestos de solidariedade. Enfim podemos “provar” a existência de Deus pela observação da natureza e diante da grandeza do universo perguntar: “De onde surgiu tudo isso?” Só pode ser de uma força inimaginável e de um ser potente como Deus.
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