PADRE LUÍS KIRCHNER CSsR
O Que Vem por ái?
Em 1983, a Igreja do Brasil publicou um grande documento para orientar o estudo da catequética. Marcou uma ou outra geração de padres e catequistas. Depois de 24 anos, entretanto, é necessário incluir outros itens? Em primeiro lugar, precisamos lembrar o que CATEQUESE RENOVADA nos trouxe. Quais tem sido as suas principais características?
O novo DIRETÓRIO NACIONAL DE CATEQUESE, (CNBB, no 84) faz resgate da historia para nós. Veja:
1.) Catequese como processo de iniciação à vida de fé: houve um deslocamento de uma catequese simplesmente doutrinal para um modelo mais experiencial, e da catequese das crianças para a catequese com adultos. Tanto a dimensão doutrinal quanto a da experiência estão integradas no processo do tornar-se discípulo de Jesus. Agora tem de haver um trabalho que promova uma experiência de Deus, que se expresse sobretudo na vida litúrgica e orante. Quem só estuda sábado à tarde e não vai a missa no domingo não está vivendo o novo espirito da Catequese.
2.) Iniciação à vida de fé em comunidade: conforme sua pedagogia, Deus revela-se no dia-a-dia das pessoas que vivem em comunidade. A catequese é concebida como uma iniciação à fé em sua dimensão pessoal e comunitária. Eis a importância da família e da comunidade paroquial. O “colégio” pode suplementar, reforçar, mas nunca substituir os outros dois.
3.) Processo permanente de educação da fé: se a catequese é o momento da iniciação da fé, a formação cristã prolonga-se pela vida inteira. Além das crianças, os adultos começam a merecer maior atenção. Que tristeza que, depois do curso de Crisma, a maioria acha que já estão formados para o resto da vida. Acabou o estudo e a reflexão da fé.
4.) Catequese cristocêntrica: conduz a pessoa ao centro do Evangelho (querigma), à conversão da vida, à opção por Jesus Cristo que nos revela o Pai, no Espirito Santo (dimensão trinitária), e ao seu seguimento. A catequese está a serviço da pessoa humana em sua situação concreta (dimensão antropológica). Por isso ela educa para a vivência do ministério daquele que revelou o homem ao homem, o novo Adão, Jesus Cristo. É uma catequese cristológica com dimensão antropológica, que leva a uma antropologia com dimensão cristológica.
5.) Ministério da Palavra: a catequese é considerada anúncio da Palavra de Deus, a serviço da qual se coloca. O verdadeiro catequista tem a convicção (mística) de que é profeta hoje, comunicando a Palavra de Deus com seu dinamismo e eficácia, na força do Espirito Santo. A Bíblia é considerada o livro da fé, por isso mesmo, o texto principal da catequese. O princípio da interação fé e vida, aplicado à leitura da Biblia, gera um tipo de leitura vital e orante da Palavra de Deus.
6.) Coerência com a pedagogia de Deus: a removação da catequese assume a doutrina sobre a Revelação, contida no documento de Vaticano II, chamado Dei Verbum, com todas as suas conseqüências. O modo de educar a fé segue o mesmo “processo e pedagogia” que Deus usou para revelar-se, isto é, Revelação progressiva através de palavras e acontecimento, por dentro da vida da comunidade, o respeito pela caminhada da comunidade, o amor pelos pobres e a conseqüente paciência (em sentido bíblico) no processo de educação da fé.
(Fim da primeira parte.)
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