PADRE LUÍS KIRCHNER CSsR
Fala-se muito hoje em dia sobre separações e divórcios, casamentos gay, infidelidades matrimoniais etc. É uma pena, pois a união conjugal não somente é uma instituição natural, mas por Cristo, pelo Sacramento do Matrimonio, tornou-se uma grande fonte de graça para a santificação e salvação dos casais e da família. Com todas as tensões, estresses, conflitos que a vida familiar pode trazer, os membros precisam de uma ajuda extra para enfrentar e superar reações negativas.
O casamento católico é muito mais do que um contrato, com uma visão meramente jurídica: parceiros competentes, matéria apta, a intenção correta, capacidade de cumprir as cláusulas do contrato e assinatura. A união conjugal, com os filhos, é o meio normal que ensina os homens e as mulheres a amar; a sepultar seus instintos egoístas e a ser generosos; a promover o bem do outro e fazer sacrifícios e renúncias em nome de um amor mais profundo, que representa o amor eterno de Deus para conosco. Por esta razão, chamamos este sacramento de Sacramento do Amor. Matrimonio é aliança, um termo bíblico que Deus usa para descrever seu carinho e seu vínculo eterno com a humanidade. A união matrimonial tem como finalidade o amor celebrado, e é uma expressão de uma abertura à vida. Entra em jogo a dimensão unitativa, que dura toda uma vida. Matrimonio não pode ser por um dia só, nem somente por dez anos. Tem um elemento importante, o conceito de indissolubilidade como sinal da permanência. É mais que uma categoria legal, faz parte do Mistério de Deus.
Como escola de amor, o casamento ensina as quatro dimensões do amor:
1. PATERNAL - o filho não pediu nascer. Foi trazido como sinal de amor entre seus pais. Esse tipo de amor ensina-nos gratuidade. O filho não fez nada. É bondade pura dos pais, que assumem todo o trabalho de não somente dar vida mas criar e cuidar do filho durante vinte anos ou mais. Não é somente o dinheiro e a parte financeira envolvida, mas as preocupações e esforços que esse amor representa. Doa-se, não esperando nada em troco.
2. FILIAL. Diante da generosidade dos pais, o bom filho sente uma enorme gratidão para com os pais que lhe deram a vida, fazendo muitos sacrifícios pessoais a fim de sustentá-lo. Não é uma obrigação. Mas um desejo e sentimento que leva o filho querer agradecer tanto carinho e afeto. Ninguém é independente. Precisa dos outros para sobreviver.
3. FRATERNAL. Dentro da natureza humana, não santificada nem transformada pela graça de Deus, existe o egoísmo, que pensa só em si. Coitado do filho único, sem irmão. Os outros ensinam virtudes como a partilha dos bens. Esse amor ensina serviço. Não sou o centro do universo. Vivo em função dos outros. Se irmãos têm a tendência de brigar entre si, existe também o instinto natural de defesa do irmão quando atacado por outros de fora do seio familiar. Todos se unem numa defesa comum. Por extensão, esse amor ensina que todos nós somos membros de uma grande família internacional, todos responsáveis uns pelos outros. Ninguém é uma ilha, à parte.
4. CONJUGAL. A Aliança que Deus fez com a humanidade é permanente. Sobrevive às nossas infidelidades e pecados. O amor entre pai e mãe mostra aos filhos que o amor é fidelidade, na saúde e na doença, na riqueza ou na pobreza, nos bons tempos e nos ruins, todos os dias de nossa vida. A minha avó disse-me uma vez: “Luis, se um casal diz que nunca brigou, está mentindo!”. É o amor conjugal que ajuda os cônjuges a superar as feridas e as falhas, as tristezas e as decepções. Nos dias da chuva fria, ou nos dias brilhantes de sol e alegria, o amor conjugal é o grude que sela a união e ensina que certos compromissos são para sempre, não sujeitos aos sentimentos e emoções da hora.
Que Cristo abençoe todos os casais com a alegria que ele permitiu.
Se você conhece um casal católico não casado na igreja, sem o Sacramento do Matrimonio, faça uma catequese sobre a beleza e riqueza desse grande Sacramento do Amor.
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