Pe. Luiz Carlos de Oliveira CSsR
Aprendendo a amar Maria.
Na escola de Jesus.
Neste mês de maio pudemos manifestar de muitos modos o amor a Nossa Senhora. Certamente isso encheu nosso coração de alegria e esperança. Notamos também que cresceu muito, nestes últimos tempos, a devoção e o amor a Nossa Senhora. É um bom sinal, pois, amando a Mãe, chegamos facilmente a amar o Filho. As historinhas contam quanto bem fez às pessoas uma simples expressão de devoção a Nossa Senhora. Quando queremos falar sobre Maria, sobre sua vida, missão na Igreja, deparamos com um problema que me angustia no momento: como lidar com uma Nossa Senhora que é uma mulher do povo de Deus e o mesmo tempo, elaborar uma reflexão teológica. Maria não é uma idéia, uma reflexão, um esquema de ensinamento sem referência a uma pessoa. Por outro lado ela não pode ser reduzida a uma simples mortal como outra qualquer, mesmo sendo a maior. Há algo mais. Creio que partindo do humano, podemos chegar ao conceito. O humano de Maria está direcionado ao seu Filho Jesus. Maria aprendeu a ser o que Jesus era e com Ele está a Ele na redenção do mundo.
Aprendizado lento e constante.
O primeiro aprendizado nesta escola de Jesus para Maria foi a capacidade de ser humana. Tirar o aspecto humano de Maria é transformá-la em uma idéia, uma teoria espiritual. Mesmo estando glorificada ela permanece a Maria de Nazaré, como Jesus. Isso nos ensina a viver intensamente a vida humana como primeiro caminho de redenção. O segundo momento da escola de Maria, que é nossa escola, é o aspecto de assimilação transformante de sua vida na vida Filho. Houve entre Maria e Jesus uma contínua troca de ensinamentos. Jesus aprendeu a ser humano e Maria aprendeu dEle a construir em si a vida de Deus. Ela estava unida a Jesus pelos laços da maternidade e pelos laços da fé. Por estes laços pode adquirir os sentimentos de Cristo e com eles, continuar a missão de Cristo. Os grandes privilégios de Maria não lhe tiram a humanidade, mas levam-na a colocá-los inteiramente a serviço da humanidade. Por aí podemos chamá-la de Imaculada, Mãe, Virgem e Assunta ao Céu. Unindo-nos a Maria pelo afeto e pela fé em seu Filho Jesus, justificamos nossa oração a ela, nosso pedido de graça, nosso agradecimento.
Escola de redenção.
Maria, unida ao Filho torna-se co-redentora, participa da redenção que Ele nos traz. Nós também, nos tornamos com ela participantes da redenção de Cristo, sendo redimidos e anunciando a redenção. Estamos unidos a ela também através de nossa unidade no Corpo de Cristo. Nossa união de afeto nos introduz nessa mesma vida e por isso recebemos dela os imensos favores. É bom que sejamos devotos de Maria e tenhamos sempre em nossa vida sua presença. Viveremos a vida de Cristo e participaremos de seu mistério de redenção. Nossa união a Maria se faz pelos simples gestos de piedade, pelas orações que aprendemos desde pequenos, pela flor que levamos ao seu altar, pela medalhinha que trazemos com carinho, pela novena, pela súplica de uma graça, pela leitura de um livro sobre ela, por um estudo apaixonado de seus dons e privilégios. Sem Maria jamais entendemos Jesus.
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