Pe. Luiz Carlos de Oliveira CSsR
"Ricos diante de Deus"
Construindo celeiros
Jesus orientava seus discípulos a partir das situações concretas em que se encontravam. Um homem lhe pede: "Mestre, dize ao meu irmão que reparta comigo a herança" (Lc 12,13). As questões de herança são foco de muita dificuldade e inimizade nas famílias. Nunca a gente vê filhos brigando para dividir as preciosas heranças que seus pais deixaram com o testemunho de vida e ensinamentos. Então Jesus tem razão em dizer: "A vida do homem não consiste na abundância de bens" (15). Jesus, que é a vida plena, e é rico em misericórdia, insiste no perigo não dos bens, mas da ganância. Ensina o equilíbrio da vida entre os bens materiais e o verdadeiro valor da vida. Ele tem um ensinamento muito claro sobre a riqueza e pobreza: "Felizes os pobres de Espírito, porque deles é o Reino dos Deus" (Lc 6,10); Diz também que dificilmente um rico entrará no Reino de Deus" (Lc 18,24); Lucas coloca o mesmo pensamento nos lábios de Maria: "Cumulou de bens os famintos e despediu os ricos de mãos vazias" (Lc 1,53). Jesus não condena a riqueza mas o uso com ganância e a absolutização dos bens materiais. O dinheirinho é bem inocente, nós não o somos tanto. Jesus conta então a parábola do homem que teve colheita boa, aumentou os depósitos. Até aí tudo bem. E depois diz a si mesmo: "Tens uma reserva para muitos anos. Descansa, come, bebe e aproveita!". A vida traz muita surpresa: "Deus lhe diz: "Louco! Ainda nesta noite pedirão conta de tua vida. E para quem ficará o que tu acumulaste?" (19-21). Ele se esqueceu do sentido de todos os bens: é ser rico para Deus. A ganância que quer sempre mais para ter mais, não condiz com o ensinamento de Jesus que nos quer felizes. É preciso administrar bem nossa vida.
Coisas do alto
O Senhor quer que tenhamos a vida voltada para os bens que duram para sempre. Não significa desprezar os bens terrenos, mas com eles adquirir os bens eternos. Tudo passa como um sonho, pois somos pó (Sl 89). Jesus diz: "Onde estiver vosso tesouro, aí estará o vosso coração". Por isso Paulo nos estimula: Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto... aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres. Podemos fazer a ligação entre riqueza e morte com pobreza e bens celestes. A vida de ressuscitados inclui a superação dos vícios que são frutos de riquezas mal administradas: "Fazei morrer o que pertence à terra: imoralidade, impureza, paixão, maus desejos e a cobiça" (Cl 3,5). Isto é "revestir-se do homem novo que se renova segundo a imagem do seu Criador" (9). Isso é ser rico diante de Deus.
O Senhor é um refúgio
A liturgia é um momento de oração em que buscamos luzes e graças espirituais para viver o que nos foi ensinado. Sabendo que somos pó, que "nossos dias passam como um sono da manhã" e que nossa vida é como a flor do campo que se seca facilmente, o salmo 89 nos leva a rezar: "Ensinai-nos a bem contar nossos dias e dai ao nosso coração sabedoria". Deus nos ajuda com sua graça na procura do bem viver na fragilidade e na riqueza da vida, por isso rezamos: "Saciai-nos de manhã com vosso amor, e exultaremos o dia todo. Que a bondade do Senhor repouse sobre nós e nos conduza. Tornai fecundo, Senhor, nosso trabalho". Não sejamos loucos, mas benditos!
Leituras: Eclesiastes 1,2;2,21-23; Salmo 89,36.1214.17; Colossenses 3,1-5.9-11;Lucas 12,13-21
1. Jesus orienta-nos sobre o valor dos bens materiais. A vida não consiste na abundância de bens. Jesus não condena os bens materiais, mas a ganância. Jesus ensina o equilíbrio entre os bens e o valor mais amplo da vida. Jesus conta a parábola do homem que tivera uma grande colheita, para ensinar que os bens servem, mas não são o tudo. Não é mau ser rico. É preciso ser rico para Deus.
2. Os bens servem para adquirir os bens eternos. Tudo passa. Onde estiver nosso tesouro, aí estará nosso coração. Paulo estimula a buscar as coisas do alto, porque ressuscitamos com Cristo. A vida de ressuscitados inclui a superação dos vícios que são resultados da riqueza mal administrada. É preciso revestir-se de Cristo e assim ser rico para Deus.
3. A liturgia é o momento de oração em que buscamos luzes e graças para viver o que foi ensinado. Conhecendo a fragilidade de nossa vida, pedimos para Ele que nos ensine e bem contar nossos dias e que nos sacie com seu amor. Que sua bondade repouse sobre nós.
Os pés do pavão
Jesus contou uma parábola a um que estava pedindo ajuda para uma questão de herança. Para isso há quem cuide, responde. Jesus chama a atenção para se tomar cuidado com a ganância dos bens terrenos que levam à vaidade.
O livro do Eclesiastes contrasta com a idéia de que a riqueza é sinal de bênção de Deus. Vejam os pedidos que se fazem aos santos e a pregação em outras igrejas. A riqueza é vazia e tem um fim, como explica Jesus. A vaidade da riqueza é como o pavão: Bonito, mas com pés feios.
Jesus não condena o homem por ter tido uma boa colheita, mas por ser ignorante e não amontoar tesouros para o céu. Caixão não tem gaveta. A única gaveta que podemos encher e levar é o bem que fazemos aos outros com os bens que possuímos. É preciso entesourar -separa o céu.
Jesus chama este rico de sem inteligência pois não investe no que dura para sempre. Tudo é bom, tudo concorre para a vida eterna, desde que usados com a inteligência espiritual.
São Paulo diz que fomos ressuscitados com Cristo. Esta é a maior riqueza. Por isso: "Buscai as coisas do alto". E continua: "Já vos despojastes do homem velho e de sua maneira de agir e vos revestistes do homem novo que se renova segundo a imagem de Jesus Cristo..." Rezamos: "Fazei morrer o que em nós pertence à terra" (Cl 3,5). Não é moralismo, é moral, quer dizer, um bom modo de viver porque já estamos ressuscitados.
"Ricos diante de Deus"
Construindo celeiros
Jesus orientava seus discípulos a partir das situações concretas em que se encontravam. Um homem lhe pede: "Mestre, dize ao meu irmão que reparta comigo a herança" (Lc 12,13). As questões de herança são foco de muita dificuldade e inimizade nas famílias. Nunca a gente vê filhos brigando para dividir as preciosas heranças que seus pais deixaram com o testemunho de vida e ensinamentos. Então Jesus tem razão em dizer: "A vida do homem não consiste na abundância de bens" (15). Jesus, que é a vida plena, e é rico em misericórdia, insiste no perigo não dos bens, mas da ganância. Ensina o equilíbrio da vida entre os bens materiais e o verdadeiro valor da vida. Ele tem um ensinamento muito claro sobre a riqueza e pobreza: "Felizes os pobres de Espírito, porque deles é o Reino dos Deus" (Lc 6,10); Diz também que dificilmente um rico entrará no Reino de Deus" (Lc 18,24); Lucas coloca o mesmo pensamento nos lábios de Maria: "Cumulou de bens os famintos e despediu os ricos de mãos vazias" (Lc 1,53). Jesus não condena a riqueza mas o uso com ganância e a absolutização dos bens materiais. O dinheirinho é bem inocente, nós não o somos tanto. Jesus conta então a parábola do homem que teve colheita boa, aumentou os depósitos. Até aí tudo bem. E depois diz a si mesmo: "Tens uma reserva para muitos anos. Descansa, come, bebe e aproveita!". A vida traz muita surpresa: "Deus lhe diz: "Louco! Ainda nesta noite pedirão conta de tua vida. E para quem ficará o que tu acumulaste?" (19-21). Ele se esqueceu do sentido de todos os bens: é ser rico para Deus. A ganância que quer sempre mais para ter mais, não condiz com o ensinamento de Jesus que nos quer felizes. É preciso administrar bem nossa vida.
Coisas do alto
O Senhor quer que tenhamos a vida voltada para os bens que duram para sempre. Não significa desprezar os bens terrenos, mas com eles adquirir os bens eternos. Tudo passa como um sonho, pois somos pó (Sl 89). Jesus diz: "Onde estiver vosso tesouro, aí estará o vosso coração". Por isso Paulo nos estimula: Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto... aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres. Podemos fazer a ligação entre riqueza e morte com pobreza e bens celestes. A vida de ressuscitados inclui a superação dos vícios que são frutos de riquezas mal administradas: "Fazei morrer o que pertence à terra: imoralidade, impureza, paixão, maus desejos e a cobiça" (Cl 3,5). Isto é "revestir-se do homem novo que se renova segundo a imagem do seu Criador" (9). Isso é ser rico diante de Deus.
O Senhor é um refúgio
A liturgia é um momento de oração em que buscamos luzes e graças espirituais para viver o que nos foi ensinado. Sabendo que somos pó, que "nossos dias passam como um sono da manhã" e que nossa vida é como a flor do campo que se seca facilmente, o salmo 89 nos leva a rezar: "Ensinai-nos a bem contar nossos dias e dai ao nosso coração sabedoria". Deus nos ajuda com sua graça na procura do bem viver na fragilidade e na riqueza da vida, por isso rezamos: "Saciai-nos de manhã com vosso amor, e exultaremos o dia todo. Que a bondade do Senhor repouse sobre nós e nos conduza. Tornai fecundo, Senhor, nosso trabalho". Não sejamos loucos, mas benditos!
Leituras: Eclesiastes 1,2;2,21-23; Salmo 89,36.1214.17; Colossenses 3,1-5.9-11;Lucas 12,13-21
1. Jesus orienta-nos sobre o valor dos bens materiais. A vida não consiste na abundância de bens. Jesus não condena os bens materiais, mas a ganância. Jesus ensina o equilíbrio entre os bens e o valor mais amplo da vida. Jesus conta a parábola do homem que tivera uma grande colheita, para ensinar que os bens servem, mas não são o tudo. Não é mau ser rico. É preciso ser rico para Deus.
2. Os bens servem para adquirir os bens eternos. Tudo passa. Onde estiver nosso tesouro, aí estará nosso coração. Paulo estimula a buscar as coisas do alto, porque ressuscitamos com Cristo. A vida de ressuscitados inclui a superação dos vícios que são resultados da riqueza mal administrada. É preciso revestir-se de Cristo e assim ser rico para Deus.
3. A liturgia é o momento de oração em que buscamos luzes e graças para viver o que foi ensinado. Conhecendo a fragilidade de nossa vida, pedimos para Ele que nos ensine e bem contar nossos dias e que nos sacie com seu amor. Que sua bondade repouse sobre nós.
Os pés do pavão
Jesus contou uma parábola a um que estava pedindo ajuda para uma questão de herança. Para isso há quem cuide, responde. Jesus chama a atenção para se tomar cuidado com a ganância dos bens terrenos que levam à vaidade.
O livro do Eclesiastes contrasta com a idéia de que a riqueza é sinal de bênção de Deus. Vejam os pedidos que se fazem aos santos e a pregação em outras igrejas. A riqueza é vazia e tem um fim, como explica Jesus. A vaidade da riqueza é como o pavão: Bonito, mas com pés feios.
Jesus não condena o homem por ter tido uma boa colheita, mas por ser ignorante e não amontoar tesouros para o céu. Caixão não tem gaveta. A única gaveta que podemos encher e levar é o bem que fazemos aos outros com os bens que possuímos. É preciso entesourar -separa o céu.
Jesus chama este rico de sem inteligência pois não investe no que dura para sempre. Tudo é bom, tudo concorre para a vida eterna, desde que usados com a inteligência espiritual.
São Paulo diz que fomos ressuscitados com Cristo. Esta é a maior riqueza. Por isso: "Buscai as coisas do alto". E continua: "Já vos despojastes do homem velho e de sua maneira de agir e vos revestistes do homem novo que se renova segundo a imagem de Jesus Cristo..." Rezamos: "Fazei morrer o que em nós pertence à terra" (Cl 3,5). Não é moralismo, é moral, quer dizer, um bom modo de viver porque já estamos ressuscitados.
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