Pe. Luiz Carlos de Oliveira CSsR
“Pedro e Paulo, colunas da Igreja”
Participantes da missão de Cristo
A Igreja, sacramento de Cristo, está fundada sobre a profissão de fé de Pedro, como escreve Mateus: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja. E o poder do inferno nunca poderá vencê-la” (Mt 16,18). Esta afirmação de Jesus dá-nos a certeza de nossa fé e “a alegria de celebrar estes dois apóstolos que nos deram as primícias da Igreja” (oração). Pedro e Paulo são os dois pilares que, juntamente com os demais apóstolos e a comunidade que “perseverando na partilha do pão, na doutrina dos apóstolos e enraizados no amor eram um só coração e uma só alma” (pós-comunhão), edificaram a Igreja. Eles são duas luzes para a compreensão da Igreja: Essas luzes são o poder e o carisma: A Igreja é uma estrutura organizada e regida por fiéis administradores. Ela é também um mistério que dá espaço para o Reino crescer e não sabemos como (Mc 4,27). Paulo, na sua fé em Cristo, foi capaz de viver a herança dos pais numa dimensão nova. Pedro e Paulo foram capazes de sairem da prisão, não somente das correntes, mas de uma tradição que estagnou o crescimento da Igreja em sua missão universal, para um mundo novo a ser construído. Corremos o mesmo risco de bloquear o crescimento do Reino por tradições que não são suficientes para o anúncio do Evangelho. A missão de Cristo se realiza na liberdade da fé, como Ele próprio o fez, e o fizeram seus apóstolos. Poder e carisma têm que se conjugar.
Homens de fé
Contemplamos a missão destes dois homens do povo que, “por meios diferentes congregaram a única família de Cristo”(prefácio). Sua fé sustentou sua vida em Cristo. Pedro é o primeiro a reconhecer em Jesus o enviado de Deus ao dizer: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo” (Mt 16,16). Essa é a coluna base da fé. Crendo em Cristo torna-se pedra de fundamento. Paulo reconhece: “Combati o bom combate, completei a corrida e guardei a fé” (2Tm 4,7). Esta é a certeza que têm de estarem sempre protegidos pelo Senhor: “O Senhor esteve sempre a meu lado e me deu forças” (2Tm 4,17). A força de fé dos dois apóstolos está na fé em Jesus. Paulo diz: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé no filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim” (Gl 2,20).
Fé nos fracos.
Encontram sua força em sua fragilidade, pois Deus usa instrumentos fracos. É na fraqueza que se manifesta a força (2Cor, 12,9). Temos um momento de refletir sobre os homens que dirigem a Igreja. Não reconhecemos que são frágeis, como Pedro e Paulo. Por outro lado possuem o mesmo dom que possuíram para conduzir a Igreja de Deus. No momento em que nos esquecemos desta fragilidade, fazemos deles instrumento ineficientes, pois Jesus também foi frágil. É bom revisar como exercemos o poder na Igreja. Essa sede de poder e a ganância dos bens materiais tornam-se, nesta missão, um contra-testemunho que não é eficiente para a união dos cristãos. A infalibilidade está em pessoas frágeis e por isso necessitam da união de todos na fé. Na fragilidade, Deus é o socorro: “De todos os temores o livrou” (Sl 33). Em cada celebração estamos unidos aos pastores da Igreja pela oração e pela profissão da mesma fé. O poder e o carisma são para todo o povo de Deus. Quanto mais partilhado, mais firme se torna o poder e claro o carisma.
Leituras: Atos 12,1-11;Sl 33,2-9; 2Timóteo 4,6-8.17-18;Mateus 16, 13-19
1. A Igreja está fundada na profissão de fé de Pedro: “Sobre esta pedra edificarei minha Igreja”. Celebramos os dois pilares que, com os demais apóstolos e a comunidade edificaram a Igreja. A Igreja é uma estrutura de poder, mas também um carisma. Pedro e Paulo se libertaram das cadeias das tradições para a tradição da fé. Sem isso bloquearia o anuncio.
2. Pedro e Paulo são dois homens que, “por meios diferentes congregaram a única família de Cristo”. Sua fé sustentou sua vida em Cristo. Pedro reconheceu Jesus como o Messias. Paulo viveu a fé. O Senhor sempre esteve a seu lado. A força do apóstolo está em sua fé em Jesus.
3. Encontram força em sua fragilidade. Deus usa instrumentos fracos. Devemos pensar o mesmo para os administradores da Igreja. Não reconhecemos que são frágeis como Pedro e Paulo. Mas possuem o mesmo dom de conduzir a Igreja. Se esquecermos sua fragilidade, fazemos deles instrumentos ineficientes, pois Jesus também foi frágil. É bom revisar como exercemos o poder na Igreja. Deus é o socorro na fragilidade.
Lisos como o sabão
Viva S. Pedro e S. Paulo! Que beleza! Celebramos dois grandes homens com um foguetório só.
Estão juntos no sofrimento, participantes dos sofrimentos de Cristo. Lembram também que Deus sempre os ouve e os liberta: “O Senhor esteve a meu lado como um forte leão”, diz Paulo. Pedro conclui: “Agora sei que o Senhor enviou seu anjo para me libertar”. Por isso o salmo reflete bem: “Esse infeliz gritou e Deus o ouviu”.
São trabalhadores completos, verdadeiros tratores em um campo pedregoso. Pedro funda a Igreja primitiva sobre a Herança de Israel e Paulo anunciou o Evangelho às nações.
De onde tiram a força? Na fé em Cristo. Pedro é o primeiro a proclamar a fé: “Tu és o Messias, o Filho de Deus vivo”. Paulo tem a certeza: “Combati o bom combate, completei a carreira e guardei a fé”. Por isso têm a chave, quer dizer, podem conduzir para o Reino.
Seus ensinamentos continuam na Igreja. Igreja mantém a tradição guiada por Pedro na comunidade. “Que a Igreja se mantenha fiel aos ensinamentos daqueles que foram o fundamento de nossa fé”, rezamos na coleta da missa. Nós também perseveramos na fração do pão e na doutrina dos apóstolos e temos um só coração e um a só alma”(Pós comunhão).
Ensinam a capacidade de aceitar o diferente, como vemos Paulo fazer com os vindos do paganismo e Pedro com os judeus convertidos ao cristianismo. A nós, compete fazermos o que fizeram e até com maior vigor, pois temos a mesma responsabilidade.
Estes dois homens sintetizam a grande verdade: O Evangelho é para todos. A Tradição não são panos ou modos exteriores, é fé.
Eles são uma síntese de partes que se completam e não se opõem
Celebramos o dia do Papa. Mesmo na fragilidade encarna a missão que Pedro recebeu.
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