
PADRE LUÍS KIRSCHNER CSsR
Nossa lógica cristã nos diz que, se Deus nos criou e nos ama, Ele não nos abandonou, sem rumo, sem uma finalidade. Cada pessoa nasceu para fazer algo importante na vida. Ao realizar este plano, é alegre e encontra satisfação.
Quando Deus faz uma PROPOSTA, e o ser humano dá a sua RESPOSTA, casando o plano de Deus com os seus próprios sonhos e aspirações, chama-se isso uma VOCAÇÃO. Durante o mês de agosto, meditaremos muito sobre as diversas vocações que existem em função do crescimento do Reino de Deus e do bem estar da sociedade, pois nossa felicidade, como também, nossa salvação eterna, depende do assumir e seguir essa chamada de Deus.
Folheando as páginas da Bíblia, encontramos diversas historias sobre a vocação das pessoas. Samuel (1Sm, 3,4-10), Jeremias (Jr 1,4-10), Moisés (Ex. 3,2-10), Maria de Nazaré (Lc 1,26-38). As Sagradas Escrituras são uma chamada contínua de Deus aos homens para exercer funções importantes na vida do Povo de Deus. Já pensou o que teria sido de nós, se Nossa Senhora tivesse recusado sua vocação?
1. A VOCAÇÃO SACERDOTAL. A Igreja de Cristo precisa de um pequeno grupo de pessoas que ajam diretamente em nome e na pessoa de Jesus. São os nossos Padres. “Todo sumo sacerdote, escolhido ENTRE os homens, é constituído PARA o bem dos homens nas coisas que se referem a Deus. Sua função é oferecer dons e sacrifícios pelos pecados” (Hb. 5,1).
O Brasil sempre foi carente de um número suficiente de padres para atender às necessidades espirituais e sociais do seu povo, principalmente na área dos Sacramentos. Vieram muitos missionários de fora, dedicando e gastando suas vidas por aí. Vários foram até enterrados aqui. Agora está na hora para o surgimento de mais Padres, filhos da terra (o que acontece, já, em alguns lugares), para servir o povo. Pois o que é central a nossa fé católica é a celebração da Eucaristia. Sem padres suficientes, muitas de nossas comunidades não têm a Santa Missa com freqüência, e isto não é bom. Numa pesquisa recente entre os norte-americanos, 71% dos ex-católicos que aderiram às seitas pentecostais disseram que não receberam uma “alimentação” espiritual suficiente.
2. A VOCAÇÃO RELIGIOSA. A vocação cristã, que nasce no Batismo, já inspirou pessoas durante os séculos a se dedicar mais intensa e profundamente à vivência da fé. Põem em pratica os 3 Conselhos Evangélicos de Pobreza, de Castidade e de Obediência. Renunciam os bens materiais para ir atrás dos bens espirituais. Amam todas as pessoas em vez de se fixar num amor exclusivo. Obedecem ao plano de Deus manifestado através dos sinais dos tempos. Este grupo de consagrados faz-nos lembrar que a nossa vida aqui é passageira. Somos peregrinos. A Pátria definitiva está no além.
3. VOCAÇÃO DO LEIGO ENGAJADO. Nossa sociedade apresenta muitas necessidades. Há uma carência dos valores espirituais e eternos nas praças públicas e em muitos lares. Precisam da lembrança e da presença do amor de Deus. O leigo tem sido descrito como o Homem da Igreja no coração do mundo, e o Homem do mundo no coração da Igreja.
O leigo tem de cuidar de sua família e evangelizá-la, educar, cuidar da cultura, da política, da economia, da saúde, etc. etc. etc. São Pedro já disse que o trabalho do clero é de se dedicar à pregação da Palavra, e não se envolver em todos os assuntos seculares, materiais (cf. At 6,2). Quem se consagra às coisas ordinárias de todos os dias são os leigos que levam Jesus aos diversos lugares, transformando-as em peças para o Reino de Deus. O Brasil só se renovará na medida em que mais leigos tomarem posições de testemunho de vida.
A presença do leigo comprometido com o Reino de Deus torna a presença de Deus visível e atuante. O leigo engajado é sal de terra e luz do mundo nos ambientes que freqüentemente carecem da presença de Cristo. Uma jovem disse, “Louvo e glorifico o meu Deus pela obra de restauração que Ele operou em meu coração. Coloco toda a minha vida a serviço DELE, comprometendo-me com o seu povo, na construção de um mundo mais fraterno. Amém por isso”.
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