PADRE LUÍS KISCHNER CSsR
Durante este tempo pascal, gostaria de compartilhar com você minha história de ressurreição.
Em agosto de 2007, foi descoberto um trombo perto de meu coração, que batia irregular. Como? Eu estava com apenas 66 anos, ocupado realizando muitas coisas importantes. Imediatamente fiquei parado. Fui proibido de celebrar missas em publico. Nem poderia dar aulas ou dirigir reuniões. Minha paróquia foi confiada a outro padre.
Toda a minha vida ficou bagunçada. Todas as coisas que faziam parte do meu dia-a-dia foram tiradas, de um minuto para outro. Já não poderia cumprir os compromissos que sempre gostei de realizar. Um dia, enquanto estava numa capela rezando, fiz uma lista de seis opções para meu futuro. A primeira era que eu me recuperaria por completo e voltaria a funcionar como antes. A sexta e ultima opção era que morreria. Antes disso, somente velhos e anciãos morreriam. Eu ainda estava cheio de entusiasmo e vigor, com muitas ambições. Num momento de fervor ou piedade, eu disse: Senhor, eu entrego minha vida nas vossas mãos. O que quiseredes, eu aceito. Seja feita a vossa vontade.
Imediatamente senti uma grande paz entrar em meu interior. Eu tinha pregado milhares de vezes sobre a Ressurreição e a alegria e felicidade de voltar para a casa do Pai. Agora, essa realidade era minha. Quando revi minha vida, lembrei tantas graças que tinha recebido. Gratidão e ação de graças inundaram meu coração. As palavras de São Paulo tornaram-se vivas para mim: “se não há ressurreição de mortos, também Cristo não ressuscitou. E se Cristo não ressuscitou, logo é vã nossa pregação, e também é vã a vossa fé. (Cf. 1Cor 15,12-14). Mas a minha vida não tem sido inútil ou em vão. Tenho atingido e ajudado muitas pessoas. O meu Senhor e Salvador vive. Esta não era uma fantasia, mas o chão da minha existência. Imaginei a alegria de Maria Madalena quando reconheceu o Senhor Ressuscitado no jardim. Como devia ter sido emocionante. Claro que vou morrer um dia. Saber, porém, que Jesus, com o Pai e com o Espírito Santo, além da Virgem Maria e tantos outros santos e parentes meus estarão lá me esperando, isso me enche de alegria. É como ter ganho o prêmio de passar duas semanas em Paris. O medo não desaparece totalmente. Há lagrimas quando uma pessoa amada, especial na minha vida, morre. Dizem que a cultura romana era basicamente triste, porque, depois de uma taça de vinho, um banquete e sexo, que mais espera no futuro? É verdade que qualquer vida sem um futuro é deprimente.
Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá... Crês isto? (Jo 11,25-26). O bom Pastor deu sua vida para que eu possa encontrar a minha. Nos primeiros séculos da Igreja, Tertuliano escreveu, “A confiança dos cristãos é a ressurreição dos mortos; acreditando nisso, viveremos”. Nossa virtude da esperança está baseada nessa crença. Ela me tem sustentado mais de uma vez. Desde o inicio, porem, houve aqueles que acharam difícil aceitar tal crença (Atos 17,32). Não sei como seria lidar com minha situação sem a confiança que uma vida nova em Cristo é possível e à nossa disposição, agora e depois da minha morte. Lembro-me de minha avó, sentada numa cadeira no hospital, enquanto seu marido estava num estado crítico. Ela me disse que o que a sustentou foi sua fé no Cristo Ressuscitado.
Teólogos dizem que iniciamos nosso céu ou inferno já aqui na terra. Penso que quem está feliz e contente com o que tem (não infeliz com o que não tem), quem ajuda seu vizinho, quem não procura recompensas e pagamento por suas boas ações é um sinal vivo da ressurreição e da nova vida em Cristo presente aqui e agora. Muitas mansões estão cheias de pessoas preocupadas com a possibilidade de lhes serem tiradas as coisas que possuem.
Cada vez que participo da Eucaristia e recebo meu Senhor que vive, seu corpo e seu sangue, sou lembrado que alguém está comigo, caminha comigo e vela sobre meus legítimos interesses. É por isso que cada domingo a liturgia repete a liturgia de Páscoa, pois reencontramos o Senhor Ressuscitado. Cada domingo é uma pequena Páscoa. Um momento de confiança numa jornada frenética. Nossa confiança repousa sobre uma promessa duradoura, que a ferrugem não pode corroer. ”Se nossa esperança em Cristo é só para esta vida, somos as pessoas mais infelizes do mundo (1Cor 15,19).
Por isso proclamo com Paulo: ó morte, onde está tua vitória? ó morte onde está teu aguilhão?
http://www.redemptor.com.br
Durante este tempo pascal, gostaria de compartilhar com você minha história de ressurreição.
Em agosto de 2007, foi descoberto um trombo perto de meu coração, que batia irregular. Como? Eu estava com apenas 66 anos, ocupado realizando muitas coisas importantes. Imediatamente fiquei parado. Fui proibido de celebrar missas em publico. Nem poderia dar aulas ou dirigir reuniões. Minha paróquia foi confiada a outro padre.
Toda a minha vida ficou bagunçada. Todas as coisas que faziam parte do meu dia-a-dia foram tiradas, de um minuto para outro. Já não poderia cumprir os compromissos que sempre gostei de realizar. Um dia, enquanto estava numa capela rezando, fiz uma lista de seis opções para meu futuro. A primeira era que eu me recuperaria por completo e voltaria a funcionar como antes. A sexta e ultima opção era que morreria. Antes disso, somente velhos e anciãos morreriam. Eu ainda estava cheio de entusiasmo e vigor, com muitas ambições. Num momento de fervor ou piedade, eu disse: Senhor, eu entrego minha vida nas vossas mãos. O que quiseredes, eu aceito. Seja feita a vossa vontade.
Imediatamente senti uma grande paz entrar em meu interior. Eu tinha pregado milhares de vezes sobre a Ressurreição e a alegria e felicidade de voltar para a casa do Pai. Agora, essa realidade era minha. Quando revi minha vida, lembrei tantas graças que tinha recebido. Gratidão e ação de graças inundaram meu coração. As palavras de São Paulo tornaram-se vivas para mim: “se não há ressurreição de mortos, também Cristo não ressuscitou. E se Cristo não ressuscitou, logo é vã nossa pregação, e também é vã a vossa fé. (Cf. 1Cor 15,12-14). Mas a minha vida não tem sido inútil ou em vão. Tenho atingido e ajudado muitas pessoas. O meu Senhor e Salvador vive. Esta não era uma fantasia, mas o chão da minha existência. Imaginei a alegria de Maria Madalena quando reconheceu o Senhor Ressuscitado no jardim. Como devia ter sido emocionante. Claro que vou morrer um dia. Saber, porém, que Jesus, com o Pai e com o Espírito Santo, além da Virgem Maria e tantos outros santos e parentes meus estarão lá me esperando, isso me enche de alegria. É como ter ganho o prêmio de passar duas semanas em Paris. O medo não desaparece totalmente. Há lagrimas quando uma pessoa amada, especial na minha vida, morre. Dizem que a cultura romana era basicamente triste, porque, depois de uma taça de vinho, um banquete e sexo, que mais espera no futuro? É verdade que qualquer vida sem um futuro é deprimente.
Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá... Crês isto? (Jo 11,25-26). O bom Pastor deu sua vida para que eu possa encontrar a minha. Nos primeiros séculos da Igreja, Tertuliano escreveu, “A confiança dos cristãos é a ressurreição dos mortos; acreditando nisso, viveremos”. Nossa virtude da esperança está baseada nessa crença. Ela me tem sustentado mais de uma vez. Desde o inicio, porem, houve aqueles que acharam difícil aceitar tal crença (Atos 17,32). Não sei como seria lidar com minha situação sem a confiança que uma vida nova em Cristo é possível e à nossa disposição, agora e depois da minha morte. Lembro-me de minha avó, sentada numa cadeira no hospital, enquanto seu marido estava num estado crítico. Ela me disse que o que a sustentou foi sua fé no Cristo Ressuscitado.
Teólogos dizem que iniciamos nosso céu ou inferno já aqui na terra. Penso que quem está feliz e contente com o que tem (não infeliz com o que não tem), quem ajuda seu vizinho, quem não procura recompensas e pagamento por suas boas ações é um sinal vivo da ressurreição e da nova vida em Cristo presente aqui e agora. Muitas mansões estão cheias de pessoas preocupadas com a possibilidade de lhes serem tiradas as coisas que possuem.
Cada vez que participo da Eucaristia e recebo meu Senhor que vive, seu corpo e seu sangue, sou lembrado que alguém está comigo, caminha comigo e vela sobre meus legítimos interesses. É por isso que cada domingo a liturgia repete a liturgia de Páscoa, pois reencontramos o Senhor Ressuscitado. Cada domingo é uma pequena Páscoa. Um momento de confiança numa jornada frenética. Nossa confiança repousa sobre uma promessa duradoura, que a ferrugem não pode corroer. ”Se nossa esperança em Cristo é só para esta vida, somos as pessoas mais infelizes do mundo (1Cor 15,19).
Por isso proclamo com Paulo: ó morte, onde está tua vitória? ó morte onde está teu aguilhão?
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