PADRE FLÁVIO CAVALCA DE CASTRO
Não me esqueci que neste ano (2007) o tema da Campanha da Fraternidade é a Amazônia. Tema que merece todo o nosso interesse. Mas, percorrendo jornais, vendo e ouvindo noticiários, não pude evitar um pensamento: talvez fosse bom parar para pensar um pouco antes do tema. Para pensar simplesmente numa “Campanha da Fraternidade”.
Se começamos pelo que está mais próximo e mais nos espanta, ai está a violência desenfreada, brutal. Se fosse violência marcada pelo ódio, não espantaria tanto como essa violência fria, gratuita. Essa violência pela violência, desapiedada, marcada pelo desprezo e pelo pouco caso. Como poucas vezes antes o homem está sendo lobo para o homem, como diziam os antigos. Se olhamos para o mundo, temos o vendaval da violência armada dos exércitos da revolução e da repressão, a truculência orgulhosa e tola da grande potência que se crê divinamente investida como polícia do mundo, o sacrilégio do terror em nome de Deus. No mundo falta fraternidade.
Falta fraternidade no mundo governado pelo mercado, pelos expedientes, pelas chicanas e tramóias, manobrado pelos mais fortes e mais espertos, com violência não menor do que a dos assaltantes e seqüestradores. Mundo cheio de tribunais de exceção, com leis manipuladas, em que sofismas subvertem a justiça. A fraternidade anda longe, exilada do mundo da política e da administração pública, do mundo do direito, dominado pelo positivismo jurídico e pelo relativismo.
Desculpe, não quis trazer sombras para seu fim de semana. Quis apenas lembrar, para mim e para você, que podemos começar a mudar o mundo vivendo nós mesmos a fraternidade. Começando em casa, como dizia uma campanha de anos atrás.
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