
PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI CSsR
Quando começa a vida eterna?
A crença na vida eterna está muito ligada aos mortos, por isso é fácil imaginar que a vida eterna comece logo após a morte. Após a morte começa uma nova etapa da vida que comumente chamamos de vida eterna.
Mas lemos no Evangelho de João: “A vida eterna é esta: que eles te conheçam a ti, o Deus Único e Verdadeiro, e aquele que enviaste, Jesus Cristo” (Jo 17,3). Aqui tem início uma nova concepção de vida eterna. Há uma identidade na linguagem bíblica entre conhecer e possuir, porque aquele que conhece possui dentro de si aquilo que conheceu. Conhecer o Pai e aquele que o Pai enviou é possuir a ambos. Podemos então pensar que vida eterna é comunhão com Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo.
Essa presença de Deus em nós começa no batismo; é a vida nova significada pela água; é o primeiro dom que recebemos. O esforço daí em diante é de assumir o batismo, isto é, viver essa vida de comunhão e presença de Deus em nós. Na medida em que somos fiéis, intensificamos essa vida até a plenitude.
Na verdade já temos essa vida em plenitude, mas não conseguimos percebê-la na sua totalidade e nem nosso corpo agüentaria tamanha felicidade. Esse é o dom de Deus de que fala Jesus à samaritana quando diz: “Ah! se conhecesses o dom de Deus e aquele que te pede de beber...”.
Esse é o presente maior que recebemos, por isso Paulo comenta em Romanos 8,15: “Recebemos um espírito de filhos adotivos pelo qual clamamos Abba! Pai”. E se somos filhos, somos também herdeiros. E se Deus é Pai de todos, nós somos irmãos.
Essa vida eterna deve ser cultivada através da oração, da freqüência aos Sacramentos, da participação na comunidade, das obras da caridade. Não nos admira que alguém perca essa graça quando não faz nada para aumentá-la. Deus é uma oferta gratuita para quem quiser. Não era isso que Jesus dizia? “Se alguém quiser ser meu discípulo...”
Veja o aviso que Jesus fez à igreja de Laodicéia: “Estou à porta e bato; se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele e ele comigo” (Ap 3,20).
As realidades da fé não são palpáveis e nós gostamos de comprovar, experimentar tudo. Assim acabamos perdendo o sentido das coisas de Deus. Bem que Jesus advertiu no Evangelho: “Marta, Marta, você está preocupada com tantas coisas, uma coisa só é necessária... o Reino de Deus; e o resto lhe será dado por acréscimo”.
DO LIVRO:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE-VOLUME 6
EDITORA SANTUÁRIO
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
http://www.redemptor.com.br
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