João A. Mac Dowell S.J.
Segundo a Igreja, basta arrepender-se para ser salvo por Deus. Isto não me parece justo. Eu creio que é o espírito que deve purificar-se de suas culpas para merecer a perfeição definitiva. Que acha o Sr.?
Como diz Jesus, só Deus é verdadeiramente bom. Nós queremos ser bons, mas experimentamos continuamente nossas falhas. Se Deus fosse apenas justo, ninguém se salvaria. Por isso, a sua última palavra não é justiça, mas misericórdia e perdão. Mesmo os maiores santos se consideravam pecadores, salvos pela bondade de Deus. Somos todos como o servidor da parábola do evangelho, que devia ao rei milhões e milhões. Uma dívida infinita, que jamais seríamos capazes de pagar, nem mesmo através de sucessivas reencarnações. A medida que fôssemos nos purificando de umas culpas, iríamos cometendo outras: O justo peca sete vezes ao dia, diz a Bíblia.
Por isso, Deus se compadece de nós e perdoa as nossas ofensas, com uma única condição, que nós também perdoemos aqueles que nos ofenderam. De fato, para Jesus, a realização plena do homem, em última análise, não é resultado de seus esforços e boas ações, mas um dom gratuito de Deus. Temos, sem dúvida, de colaborar com a iniciativa de Deus que quer salvar-nos. Mas nossa colaboração consiste basicamente em crer: acolher com gratidão a oferta de Deus e deixar que seu amor frutifique em nossa vida por meio de obras de misericórdia e perdão.
Esta é a diferença fundamental entre o ensinamento de Jesus e a doutrina espírita da reencarnação. Segundo ela, é o espírito humano que se purifica de suas culpas, se aperfeiçoa, se salva por esforço e mérito próprio, através de sucessivas existências. A perfeição final é conquistada por cada um, quando se libera de todos os males da vida terrena. Esta idéia tem, à primeira vista, o seu atrativo. O homem moderno aprecia a sua autonomia e não gosta que seu sucesso dependa de outros, nem mesmo, ou sobretudo, de Deus. Pensa que é contra a sua dignidade dever a sua salvação a um gesto de compaixão e perdão.
Mas esta pretensão é ilusória. Nossa realização depende dos outros em inúmeras coisas, mas principalmente numa, o amor. A Psicologia ensina que só quem faz a experiência de ser amado, é capaz de amar gratuitamente e assim chegar à madureza humana. Esta lei vale mais ainda a respeito do nosso destino final. Quem recusa a oferta do amor de Deus, pretendendo conseguir por si mesmo a própria perfeição e autolibertação, permanece eternamente frustrado. A dignidade do homem está em acolher com gratidão o dom da vida e entregá-la livremente ao outro no amor.
DO LIVRO:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE-VOLUMES 1 E 2
EDITORA SANTUÁRIO
João A. Mac Dowell S.J.
http://www.redemptor.com.br
Segundo a Igreja, basta arrepender-se para ser salvo por Deus. Isto não me parece justo. Eu creio que é o espírito que deve purificar-se de suas culpas para merecer a perfeição definitiva. Que acha o Sr.?
Como diz Jesus, só Deus é verdadeiramente bom. Nós queremos ser bons, mas experimentamos continuamente nossas falhas. Se Deus fosse apenas justo, ninguém se salvaria. Por isso, a sua última palavra não é justiça, mas misericórdia e perdão. Mesmo os maiores santos se consideravam pecadores, salvos pela bondade de Deus. Somos todos como o servidor da parábola do evangelho, que devia ao rei milhões e milhões. Uma dívida infinita, que jamais seríamos capazes de pagar, nem mesmo através de sucessivas reencarnações. A medida que fôssemos nos purificando de umas culpas, iríamos cometendo outras: O justo peca sete vezes ao dia, diz a Bíblia.
Por isso, Deus se compadece de nós e perdoa as nossas ofensas, com uma única condição, que nós também perdoemos aqueles que nos ofenderam. De fato, para Jesus, a realização plena do homem, em última análise, não é resultado de seus esforços e boas ações, mas um dom gratuito de Deus. Temos, sem dúvida, de colaborar com a iniciativa de Deus que quer salvar-nos. Mas nossa colaboração consiste basicamente em crer: acolher com gratidão a oferta de Deus e deixar que seu amor frutifique em nossa vida por meio de obras de misericórdia e perdão.
Esta é a diferença fundamental entre o ensinamento de Jesus e a doutrina espírita da reencarnação. Segundo ela, é o espírito humano que se purifica de suas culpas, se aperfeiçoa, se salva por esforço e mérito próprio, através de sucessivas existências. A perfeição final é conquistada por cada um, quando se libera de todos os males da vida terrena. Esta idéia tem, à primeira vista, o seu atrativo. O homem moderno aprecia a sua autonomia e não gosta que seu sucesso dependa de outros, nem mesmo, ou sobretudo, de Deus. Pensa que é contra a sua dignidade dever a sua salvação a um gesto de compaixão e perdão.
Mas esta pretensão é ilusória. Nossa realização depende dos outros em inúmeras coisas, mas principalmente numa, o amor. A Psicologia ensina que só quem faz a experiência de ser amado, é capaz de amar gratuitamente e assim chegar à madureza humana. Esta lei vale mais ainda a respeito do nosso destino final. Quem recusa a oferta do amor de Deus, pretendendo conseguir por si mesmo a própria perfeição e autolibertação, permanece eternamente frustrado. A dignidade do homem está em acolher com gratidão o dom da vida e entregá-la livremente ao outro no amor.
DO LIVRO:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE-VOLUMES 1 E 2
EDITORA SANTUÁRIO
João A. Mac Dowell S.J.
http://www.redemptor.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por comentar. Sua participação é muito importante para nós. Deixe seu e-mail para podermos lhe contatar.