PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI CSsR
Os Evangelhos são biografia de Jesus?
Nada nos impede de lermos os Evangelhos buscando mensagens, caminhos, como um sábio que retira de seu baú coisas novas e velhas. Nada também tão perigoso como uma leitura desavisada ou ao pé da letra.
Os Evangelhos não são uma biografia de Jesus ou uma história de Jesus, nem sequer se preocupam com a historicidade dos fatos. À medida que os fatos iam acontecendo, ninguém teve a preocupação de anotá-los, nem se podia esperar isso dos apóstolos e discípulos de Jesus. É preciso lembrar a dificuldade de recursos da época.
Os Evangelhos não são história nem escritos edificantes que apontem pistas de imitação; são um testemunho cristão. Eles não nasceram com pretensão histórica de registrar os fatos e ditos de Jesus; visam mostrar o que Jesus significava para eles e para a comunidade daquele tempo, naquele contexto.
Não era interessante dizer quem foi Jesus, mas sim dizer quem era Jesus para eles no momento, buscando nele respostas para si, para seus problemas e desafios.
A partir da experiência da ressurreição de Jesus — experiência profunda da fé em Jesus vivo e presente no meio deles — olhando como ele viveu, eles começaram a relembrar e a aprofundar o projeto de Jesus, expressando isso numa vivência de fé.
Tudo isso dentro de um contexto e das problemáticas que surgiam no seio das comunidades. Desse modo, vemos que os Evangelhos são leituras feitas de Jesus, sob a ótica de cada comunidade, de acordo com a experiência e com os problemas dessas comunidades. Por isso dizemos: Evangelho segundo Marcos, Mateus, Lucas e João. As diferentes situações deram origem às diferenças entre um Evangelho e outro. Está certo que uma base eram as testemunhas oculares, aqueles que conviveram diretamente com Jesus ou estiveram bem mais próximos, isso possibilita identificar as “palavras e ditos de Jesus”.
Os lugares também são históricos e o pano de fundo para a formação do contexto. Também é certo que os escritores sagrados usaram coletâneas de milagres e documentos mais antigos já existentes que eram resultados de narrativas orais. Mas o que interessava a eles não era o passado histórico e sim o sentido que a vida e a morte de Jesus tinha no momento para a comunidade.
São escritos básicos para nós e apresentam o modo como as primeiras comunidades viram e viveram Jesus. Não seria possível hoje fazermos uma releitura de Jesus e escrever de novo os Evangelhos que nos trouxessem a nossa experiência de Jesus Ressuscitado, uma leitura mais atual com pistas e respostas para o nosso momento? Afinal, estamos há mais de dois mil anos de distância da experiência das primeiras comunidades.
DO LIVRO:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE-VOLUME 9
EDITORA SANTUÁRIO
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
http://www.redemptor.com.br
Os Evangelhos são biografia de Jesus?
Nada nos impede de lermos os Evangelhos buscando mensagens, caminhos, como um sábio que retira de seu baú coisas novas e velhas. Nada também tão perigoso como uma leitura desavisada ou ao pé da letra.
Os Evangelhos não são uma biografia de Jesus ou uma história de Jesus, nem sequer se preocupam com a historicidade dos fatos. À medida que os fatos iam acontecendo, ninguém teve a preocupação de anotá-los, nem se podia esperar isso dos apóstolos e discípulos de Jesus. É preciso lembrar a dificuldade de recursos da época.
Os Evangelhos não são história nem escritos edificantes que apontem pistas de imitação; são um testemunho cristão. Eles não nasceram com pretensão histórica de registrar os fatos e ditos de Jesus; visam mostrar o que Jesus significava para eles e para a comunidade daquele tempo, naquele contexto.
Não era interessante dizer quem foi Jesus, mas sim dizer quem era Jesus para eles no momento, buscando nele respostas para si, para seus problemas e desafios.
A partir da experiência da ressurreição de Jesus — experiência profunda da fé em Jesus vivo e presente no meio deles — olhando como ele viveu, eles começaram a relembrar e a aprofundar o projeto de Jesus, expressando isso numa vivência de fé.
Tudo isso dentro de um contexto e das problemáticas que surgiam no seio das comunidades. Desse modo, vemos que os Evangelhos são leituras feitas de Jesus, sob a ótica de cada comunidade, de acordo com a experiência e com os problemas dessas comunidades. Por isso dizemos: Evangelho segundo Marcos, Mateus, Lucas e João. As diferentes situações deram origem às diferenças entre um Evangelho e outro. Está certo que uma base eram as testemunhas oculares, aqueles que conviveram diretamente com Jesus ou estiveram bem mais próximos, isso possibilita identificar as “palavras e ditos de Jesus”.
Os lugares também são históricos e o pano de fundo para a formação do contexto. Também é certo que os escritores sagrados usaram coletâneas de milagres e documentos mais antigos já existentes que eram resultados de narrativas orais. Mas o que interessava a eles não era o passado histórico e sim o sentido que a vida e a morte de Jesus tinha no momento para a comunidade.
São escritos básicos para nós e apresentam o modo como as primeiras comunidades viram e viveram Jesus. Não seria possível hoje fazermos uma releitura de Jesus e escrever de novo os Evangelhos que nos trouxessem a nossa experiência de Jesus Ressuscitado, uma leitura mais atual com pistas e respostas para o nosso momento? Afinal, estamos há mais de dois mil anos de distância da experiência das primeiras comunidades.
DO LIVRO:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE-VOLUME 9
EDITORA SANTUÁRIO
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
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