Pe. Luiz Carlos de Oliveira CSsR
“O Espírito dado sem medida”
A ser conhecido
Na Igreja Ocidental, no caso a nossa Romana, e mesmo entre os evangélicos, houve um desconhecimento bastante grande do Espírito Santo. Com o surgimento dos pentecostais, mesmo carismáticos católicos, cresceu um conhecimento maior e uma vivência mais clara do Espírito Santo. A teologia das Igrejas Orientais é muito mais pneumática (pneuma significa espírito), aprofunda muito mais a ação do Espírito Santo. Temos muito que aprender deles. Por que este desconhecimento? Imagino que o pensamento romano antigo sendo mais intelectualista dificultou conhecer o Espírito que, como o vento, não pode ser controlado. O oriental é mais aberto à poesia, ao misticismo e ao simbolismo. Não podemos, contudo, ter o Espírito Santo como “fazedor” de milagres, doador de dons especiais que satisfazem nossa vaidade espiritual. Jesus, ao prometer o Espírito indica-nos a missão: “Ele dará testemunho de mim” (Jo 15,26); “Ele arguirá o mundo a respeito do pecado, da justiça e do julgamento”(16,8); “Ele vos conduzirá à verdade plena” (16,8); “Ele me glorificará” (16,14). Nestas poucas palavras Jesus nos mostra sua missão: Conduzir ao conhecimento de Jesus, à vida no mundo, ao conhecimento da verdade. Esta não é um punhado de palavras, mas a vida por inteiro. Ele nos colocará em culto a Cristo, reconhecendo-o como Senhor. O Pai nos dá o Espírito em toda sua plenitude e não o divide, diminuindo sua “quantidade”. Em Pentecostes todos tinham o mesmo fogo (At 2,3). “Tal como o sol ilumina ao mesmo tempo os cedros e cada florinha como se ela fosse a única na terra, assim também Nosso Senhor se ocupa particularmente de cada alma, como se não houvesse outra semelhante a ela” (S.Terezinha). Cada um recebe-O em totalidade, mas cada um de modo diferente para uma obra diferente, assim como uma flor difere da outra. Cada uma tem sua missão para o bem comum. Podemos compará-lo com a chuva: a água é igual a todos e se produzem frutos e flores diferentes!
Ele vos ensinará
Se contemplarmos a ação de Jesus junto aos apóstolos, perceberemos que não teve sucesso, pois até depois da Ressurreição ainda tem que chamar a atenção: “Censurou-lhes a incredulidade e a dureza de coração” (Mc 16,14). Eles ainda confundem a missão de Jesus: “É agora que ides restaurar o Reino de Israel?” (At 1,6). Entendemos que a ação do Espírito é nos recordar e explicar tudo o que Jesus ensinou (Jo 14,26). A fidelidade da Igreja a Jesus não vem de si mesma, mas do Espírito que a garante. Ele interpretará as palavras de Jesus para o tempo em que vivemos de modo que em todos os tempos não nos falte o conhecimento completo da Palavra. Podemos atrapalhar sua ação, mas não acabar com ela. Usar o Espírito para ter belos dons é perder o Dom que é Ele.
Fará morada
Para levar a efeito a missão de Jesus, o Espírito Santo faz morada em nós como em um templo: “Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?”(1Cor 3,16); “O Espírito da verdade... Vós o conheceis, porque permanece convosco e está em vós” (Jo 14,17). A presença do Espírito dá-nos a participação na vida de Deus. Ele vem para a purificação: “Aqueles a quem perdoardes os pecados, eles serão perdoados”(Jo 20,23). Ele é a força que nos faz resistir a todo mal e praticar o bem: “O Espírito descerá sobre vós e dele recebereis a força para” ... “e sereis minhas testemunhas ... até os confins da terra” (At 1,8). Em cada liturgia recebemos o Espírito para que esteja sempre conosco.
(MAIO - 2010)
“O Espírito dado sem medida”
A ser conhecido
Na Igreja Ocidental, no caso a nossa Romana, e mesmo entre os evangélicos, houve um desconhecimento bastante grande do Espírito Santo. Com o surgimento dos pentecostais, mesmo carismáticos católicos, cresceu um conhecimento maior e uma vivência mais clara do Espírito Santo. A teologia das Igrejas Orientais é muito mais pneumática (pneuma significa espírito), aprofunda muito mais a ação do Espírito Santo. Temos muito que aprender deles. Por que este desconhecimento? Imagino que o pensamento romano antigo sendo mais intelectualista dificultou conhecer o Espírito que, como o vento, não pode ser controlado. O oriental é mais aberto à poesia, ao misticismo e ao simbolismo. Não podemos, contudo, ter o Espírito Santo como “fazedor” de milagres, doador de dons especiais que satisfazem nossa vaidade espiritual. Jesus, ao prometer o Espírito indica-nos a missão: “Ele dará testemunho de mim” (Jo 15,26); “Ele arguirá o mundo a respeito do pecado, da justiça e do julgamento”(16,8); “Ele vos conduzirá à verdade plena” (16,8); “Ele me glorificará” (16,14). Nestas poucas palavras Jesus nos mostra sua missão: Conduzir ao conhecimento de Jesus, à vida no mundo, ao conhecimento da verdade. Esta não é um punhado de palavras, mas a vida por inteiro. Ele nos colocará em culto a Cristo, reconhecendo-o como Senhor. O Pai nos dá o Espírito em toda sua plenitude e não o divide, diminuindo sua “quantidade”. Em Pentecostes todos tinham o mesmo fogo (At 2,3). “Tal como o sol ilumina ao mesmo tempo os cedros e cada florinha como se ela fosse a única na terra, assim também Nosso Senhor se ocupa particularmente de cada alma, como se não houvesse outra semelhante a ela” (S.Terezinha). Cada um recebe-O em totalidade, mas cada um de modo diferente para uma obra diferente, assim como uma flor difere da outra. Cada uma tem sua missão para o bem comum. Podemos compará-lo com a chuva: a água é igual a todos e se produzem frutos e flores diferentes!
Ele vos ensinará
Se contemplarmos a ação de Jesus junto aos apóstolos, perceberemos que não teve sucesso, pois até depois da Ressurreição ainda tem que chamar a atenção: “Censurou-lhes a incredulidade e a dureza de coração” (Mc 16,14). Eles ainda confundem a missão de Jesus: “É agora que ides restaurar o Reino de Israel?” (At 1,6). Entendemos que a ação do Espírito é nos recordar e explicar tudo o que Jesus ensinou (Jo 14,26). A fidelidade da Igreja a Jesus não vem de si mesma, mas do Espírito que a garante. Ele interpretará as palavras de Jesus para o tempo em que vivemos de modo que em todos os tempos não nos falte o conhecimento completo da Palavra. Podemos atrapalhar sua ação, mas não acabar com ela. Usar o Espírito para ter belos dons é perder o Dom que é Ele.
Fará morada
Para levar a efeito a missão de Jesus, o Espírito Santo faz morada em nós como em um templo: “Não sabeis que sois templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?”(1Cor 3,16); “O Espírito da verdade... Vós o conheceis, porque permanece convosco e está em vós” (Jo 14,17). A presença do Espírito dá-nos a participação na vida de Deus. Ele vem para a purificação: “Aqueles a quem perdoardes os pecados, eles serão perdoados”(Jo 20,23). Ele é a força que nos faz resistir a todo mal e praticar o bem: “O Espírito descerá sobre vós e dele recebereis a força para” ... “e sereis minhas testemunhas ... até os confins da terra” (At 1,8). Em cada liturgia recebemos o Espírito para que esteja sempre conosco.
(MAIO - 2010)
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