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“Buraco de entrar no Céu”
Somos ensinados que, para entrar no Céu temos que atravessar muitos obstáculos, fazer muitas rezas, sofrer muito. Acho que Jesus era muito simples e não complicava as coisas. Santa Teresinha dizia que ela não dava conta de fazer o que faziam os grandes santos, então encontrara um caminhozinho muito fácil e rápido: o amor. Penso também que devemos aprofundar um pouco mais o fundamento primeiro do caminho para ir para o céu. É muito simples: A vida de cada dia é o caminho mais fácil para realizar o caminho evangélico oferecido por Jesus e chegar a Deus.
Um dia na procissão da penitência, passávamos rezando o terço pelas ruas e havia muita gente nas paradas de ônibus. Eles não podiam rezar nem fazer penitência. Não podiam ir à missa, não podiam ler a bíblia, fazer reuniões, participar, pois voltavam para casa tarde. Quem fazia a penitência? Nós ou eles? Esta é a vida da maioria do povo, sem se falar da falta de formação e afastamento da Igreja. Será que todos estão perdidos? Quem pode realizar todas aquelas coisas está bem. Temos que encontrar uma solução para a maioria.
Partindo do prático: se não podemos fazer o que fazem os outros cristãos, qual é o nosso caminho? Uma escada tem muitos degraus. Temos que começar pelos primeiros, que aliás são tão importantes quanto os últimos. Se não se sobe os primeiros degraus, pode-se subir a escada? Este primeiro degrau, esta base é a vida cotidiana que tem dois sentidos. O primeiro é o sentido já cristão do bem praticado. O segundo é o caráter cristão que colocamos e infundimos no que fazemos cada dia. É o selo.
Como é que pode haver tanta gente boa, mesmo nas outras religiões se a vida já não é o primeiro cominho para Deus? Tudo o que fazemos de bem, já é cristão, é espiritual, é santificador. O trabalho, a vida familiar, a luta de cada dia, mesmo em meio às fragilidades, já é ação de Deus. Há uma religião fundamental que une todos em um só Deus e um só amor. Onde há amor, há Deus, há ação de Cristo e de seu Espírito, mesmo que não se saiba. Este é o primeiro sentido.
O segundo é a significação e o caráter cristão que damos às coisas: Por exemplo, quando se faz o ‘nome do Pai’ antes de uma atividade, procurar ver Deus e sua ação no que acontece, saber ver Jesus nas pessoas, fazer por amor de Deus o que se faz, acolher o outro como acolhendo Jesus. Outro modo é rezar espontaneamente durante o dia e enquanto se trabalha, se anda, espera nas filas, nos pontos de ônibus. Um terço não precisa ser rezado por inteiro, pode ser por mistérios e na ponta dos dedos. Reze o terço que Deus fez para você: suas mãos. Sobretudo, rezando pelos outros você santificará sua vida.
Agora vem o sentido de participar da vida da Igreja e das celebrações: trazemos nossa vida para enriquecer os irmãos e aprendemos deles. Trazemos a Deus nossa vida e somos fortificados nEle. A missão de evangelizar é dizer às pessoas que o bem que fazem já é ação de Deus. Depois vamos anunciar as outras verdades da fé.
(2002)
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