Pe. Luiz Carlos de Oliveira CSsR
Com a cerimônia das cinzas entramos de cheio no tempo da Quaresma. As cinzas foram um sinal de que nos decidimos encetar um caminho que deve conduzir-nos à encruzilhada dos caminhos de Deus com os nossos caminhos. Podemos chamar a Quaresma de um tempo de Deus, mas é também o tempo dos homens, nosso tempo. Trata-se de um encontro das propostas de Deus e da nossa resposta. É o tempo das expectativas humanas e das realizações divinas. É muito animador para nós poder entrar no mistério de Deus com a familiaridade de um filho que entra na sua casa. Os mistérios de Deus são para nós e não para livros de teologia ou museus esotéricos.
Quais são os tempos de Deus? Isto nos é revelado pela Palavra de Deus. Neste sentido, os livros mais lido são o Êxodo e o Deuteronômio. A história do povo de Deus passa a ser paradigma da história do novo povo. O tempo de Deus é uma proposta de libertação de um Egito de escravidão. Tudo em Deus é misericórdia e libertação. A libertação que Deus oferece não é somente sair de uma situação, mas caminhar para uma terra prometida. É uma proposta de aliança em que Deus se faz parceiro de seu povo e o assume com todas suas riquezas e fraquezas. O tempo de Deus é um tempo de deserto. O deserto não é a aridez e a solidão, mas o tempo do amor de juventude entre Deus e o seu povo, como dirá o profeta Oséias: Tempo do amor primeiro. “Portanto, eis que eu a atrairei, e a levarei para o [deserto], e lhe falarei ao coração” (Os 2,14). É o tempo da educação da fé: por 40 anos Deus caminhou com este povo educando-o para entrar na terra prometida e viver com suas próprias forças: O maná não caiu mais do céu. Comeram os frutos da terra (Josué 5,12). O deserto é o tempo do aprendizado da lei que conduz à vida.
O tempo dos homens, é iniciado pelo tempo de Jesus. Jesus vai ao deserto onde fica 40 dias jejuando. Neste tempo Ele absorve do Espírito de Deus a riqueza de sua Palavra e de sua energia redentora. Ele sai fortalecido da tentação a ponto de pôr em fuga toda força do Mal. “Também de muitos saíam demônios, gritando” (Lc 4,41).
O tempo dos homens se faz no dia a dia do mundo em que vivemos. A religião corre o risco de ser uma coisa de igreja, de palavras, de ritos que não chega ao concreto da vida. Ao contrário, a vida do dia a dia é que deve dar sentido aos ritos e palavras. Então poderemos entende-las melhor. No tempo da Quaresma, toda pessoa é convidada a se retirar para dentro de si e refazer estes passos do caminho do deserto. É tempo de aprendizado da Palavra de Deus e dos gestos que sejam significativos para minha conversão. Quando me decido a trilhar os caminhos de Deus, encontro-me fortalecido e em condições de enfrentar todo tipo de mal.
Artigo (19.02.02)
Com a cerimônia das cinzas entramos de cheio no tempo da Quaresma. As cinzas foram um sinal de que nos decidimos encetar um caminho que deve conduzir-nos à encruzilhada dos caminhos de Deus com os nossos caminhos. Podemos chamar a Quaresma de um tempo de Deus, mas é também o tempo dos homens, nosso tempo. Trata-se de um encontro das propostas de Deus e da nossa resposta. É o tempo das expectativas humanas e das realizações divinas. É muito animador para nós poder entrar no mistério de Deus com a familiaridade de um filho que entra na sua casa. Os mistérios de Deus são para nós e não para livros de teologia ou museus esotéricos.
Quais são os tempos de Deus? Isto nos é revelado pela Palavra de Deus. Neste sentido, os livros mais lido são o Êxodo e o Deuteronômio. A história do povo de Deus passa a ser paradigma da história do novo povo. O tempo de Deus é uma proposta de libertação de um Egito de escravidão. Tudo em Deus é misericórdia e libertação. A libertação que Deus oferece não é somente sair de uma situação, mas caminhar para uma terra prometida. É uma proposta de aliança em que Deus se faz parceiro de seu povo e o assume com todas suas riquezas e fraquezas. O tempo de Deus é um tempo de deserto. O deserto não é a aridez e a solidão, mas o tempo do amor de juventude entre Deus e o seu povo, como dirá o profeta Oséias: Tempo do amor primeiro. “Portanto, eis que eu a atrairei, e a levarei para o [deserto], e lhe falarei ao coração” (Os 2,14). É o tempo da educação da fé: por 40 anos Deus caminhou com este povo educando-o para entrar na terra prometida e viver com suas próprias forças: O maná não caiu mais do céu. Comeram os frutos da terra (Josué 5,12). O deserto é o tempo do aprendizado da lei que conduz à vida.
O tempo dos homens, é iniciado pelo tempo de Jesus. Jesus vai ao deserto onde fica 40 dias jejuando. Neste tempo Ele absorve do Espírito de Deus a riqueza de sua Palavra e de sua energia redentora. Ele sai fortalecido da tentação a ponto de pôr em fuga toda força do Mal. “Também de muitos saíam demônios, gritando” (Lc 4,41).
O tempo dos homens se faz no dia a dia do mundo em que vivemos. A religião corre o risco de ser uma coisa de igreja, de palavras, de ritos que não chega ao concreto da vida. Ao contrário, a vida do dia a dia é que deve dar sentido aos ritos e palavras. Então poderemos entende-las melhor. No tempo da Quaresma, toda pessoa é convidada a se retirar para dentro de si e refazer estes passos do caminho do deserto. É tempo de aprendizado da Palavra de Deus e dos gestos que sejam significativos para minha conversão. Quando me decido a trilhar os caminhos de Deus, encontro-me fortalecido e em condições de enfrentar todo tipo de mal.
Artigo (19.02.02)
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