
Todas as teologias são iguais?
Falamos que a doutrina da Igreja é uma só, mas na verdade encontramos tantas diferenças de conceitos, modos de entender e de expressar, de apresentação e de conteúdo. Às vezes ficamos perdidos e sem saber no que acreditar.
Teologia quer ser a palavra do homem sobre Deus, com suas diversas especificações: teologia fundamental, bíblica, teologia da história, teologia moral etc... Há todo um trabalho de discernimento através do qual se percebe a presença de Deus em todos os lugares, tempo e situações.
Todos os conceitos estão sujeitos ao que chamamos de antropomorfismo. Nossa linguagem é humana, nossos conceitos são baseados na realidade e dela são retirados; não podemos esquecer que Deus está fora das duas coordenadas do universo que são tempo e espaço. A realidade de Deus em si é simples e ao mesmo tempo vasta, que supera a nossa capacidade de compreensão. Tudo se torna frágil, porque depende de linguagem humana, conceitos, contexto, figuras.
A partir dessa colocação facilmente podemos concluir que nenhuma linguagem, em se tratando de Deus, é definitiva. A pesquisa vai continuar descobrindo termos mais exatos, conceitos mais próximos da realidade e de melhor compreensão; por mais que a Igreja defina, estaremos sempre descobrindo algo novo, modos mais precisos de expressar uma verdade.
Temos a orientação da Igreja que também passa pela mesma problemática. Hoje já estudamos o que o Concílio Vaticano II quis dizer e ensinar à Igreja, e não estamos longe dele.
Quem não tem possibilidade de um estudo mais profundo, deve mesmo ficar atento e aberto. Muita gente se assustou com os ensinamentos da Gaudium et Spes ou da Lumen Gentium. Eu mesmo tive um professor que chegou na classe e disse que não tinha condições de ensinar dadas as modificações do Concílio.
Nada justifica uma posição radical em teologia, pois é certo que as tais “sementes do Verbo” podem aparecer em diferentes culturas e serem expressas em linguagem e formas a que nossos ouvidos não se habituaram. Temos que acreditar que nenhuma linguagem humana é capaz de exprimir a experiência de Deus; Ele se encontra necessariamente além das imagens, figuras e metáforas que consigamos criar.
O Espírito conduz aqueles que permanecem abertos e na docilidade de coração, mas há caminhos para aqueles que radicalizam posições em teologia. A própria história da Igreja é um manancial rico de informações sobre mudanças dentro da teologia.
DO LIVRO:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE-VOLUME 9
EDITORA SANTUÁRIO
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
http://www.redemptor.com.br
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