Quinta-feira, 1 de abril de 2010
Desde algum tempo têm aparecido com certa freqüência nos meios de comunicação social notícias sobre abusos sexuais contra crianças e adolescentes praticados por alguns membros do clero.
Recentemente, o Santo Padre publicou carta dirigida à Igreja na Irlanda manifestando profunda dor e mesmo vergonha pelos abusos sexuais de crianças cometidos por religiosos daquele país.
Ao ensejo da publicação de notícias sobre o assunto, alguns meios de comunicação têm procurado atingir indiretamente o Santo Padre.
Ao contrário do que alguns setores da imprensa têm publicado, a atitude do então Cardeal Ratzinger em relação a casos de abusos sexuais praticados por alguns membros do clero sempre foi muito firme, como o comprovam depoimentos de pessoas que com ele trabalharam, tendo demonstrado, nestes casos, sempre grande coragem ao enfrentá-los. Portanto, é falsa e caluniosa qualquer insinuação que se venha a fazer de que o atual Pontífice tenha, naquele período, ocultado casos de abusos sexuais ou tenha sido condescendente com seus autores.
Diante da repercussão de tais noticias infundadas, o Conselho Episcopal Latino-Americano – CELAM - manifesta solidariedade ao Santo Padre Bento XVI, unindo-se a ele em oração. O CELAM, nesta oportunidade, felicita sua Santidade pela Carta dirigida à Igreja irmã na Irlanda, na qual transmite - sobre as questões de que trata - clara, justa e exigente orientação, acompanhada de um apelo a uma confiança humilde na condução misericordiosa com a qual o Senhor dirige a Sua Igreja. O Conselho Episcopal Latino-Americano ressalta, por oportuno, que levará em conta as orientações de Sua Santidade, tornando-as tema de constante preocupação.
No contexto da Semana Santa que estamos vivendo, o CELAM se dirige ao Deus da História suplicando que Ele nos permita recordar e partilhar mais de perto o que o Senhor sofreu pelo pecado também do mundo contemporâneo, abrindo, para todos, por meio de Sua entrega única ao plano do Pai, a novidade da vida verdadeira e definitiva.
As agressões injustas que Sua Santidade tem sofrido nos levam à contemplação do Cristo, que morreu de forma tão incompreensível na Sexta-Feira Santa, e à união com a Virgem Maria, no silêncio de sua dor no Sábado Santo, na certeza da participação na Vida do Ressuscitado para sermos, cada vez mais, Seus fiéis discípulos missionários.
Asseguramos a Sua Santidade nossa comunhão e afeto.
Dom Raymundo Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida, SP
Presidente do CELAM
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