PADRE CLÓVIS DE JESUS BOVO CSsR
“Tudo está consumado” (Jo 19,28-30.41-42)
Hoje é Sexta Feira Santa. O dia do grande silêncio. Vamos recordar o que aconteceu com Jesus nesse dia: a condenação à morte na cruz; os açoites, a coroa de espinhos; a cruz nos ombros feridos; a caminhada até o Calvário; a crucifixão, a agonia cruel por três horas; o martírio da Mãe e a entrega da vida nas mãos do Pai.
– Tudo está realizado. Pai, em tuas mãos entrego a minha vida.
O evangelista São João, que estava junto da cruz com Maria Santíssima, descreve assim a morte de Jesus e seu sepultamento:
- Pilatos entregou Jesus aos algozes para que fosse pregado na cruz. Jesus caminhou para o Calvário, carregando a cruz. Chegando lá, crucificaram Jesus – e o suspenderam na cruz, entre dois ladrões.
– A Mãe de Jesus, a Maria de Cléofas e Maria Madalena, o João, discípulo amado, estavam assistindo Jesus. Jesus viu sua Mãe e o discípulo amado e disse:
– Mulher, eis aí o teu filho!
- Filho, eis aí a tua Mãe!
– Jesus, revendo toda a sua vida e sua missão, concluiu:
– Tudo está realizado! E inclinando a cabeça, entregou o espirito.
Nós vos adoramos e vos bendizemos porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.
– No lugar onde Jesus fora crucificado havia um túmulo onde ninguém ainda tinha sido sepultado. Ali colocaram o corpo de Jesus. - Palavra da Salvação!
Jesus viveu há dois mil anos, na região quase desconhecida da Palestina. Mas continua, até hoje, atraindo milhares e milhões de corações.
Durante esses dois mil anos, a História nos fala de muitos heróis, muitos líderes e personagens importantes na ciência, nas artes, no esporte, no teatro, na música etc. Todos eles passaram. Pouco ou nada se fala deles. Mas Jesus continua sempre em cartaz. Continua sempre lembrando e sempre falado. "Seu reino não terá fim".
Por que? Porque não foi um simples homem. Foi Homem e Deus. Era o Verbo Encarnado, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade. Viera a este mundo para cumprir a mais nobre das missões: salvar os homens e abrir novamente o céu.
Ele poderia salvar-nos de maneira muito mais simples e mais cômoda. Entretanto, escolheu o caminho mais sangrento. Sua vida inteira foi um testemunho de quanto nos amava: desde a gruta de Belém até o martírio da cruz. As raposas tinham suas tocas, e os passarinhos tinham seus ninhos. Ele não teve onde reclinar a cabeça cansada, conforme disse uma vez. Não teve cama para nascer e nem para morrer.
Em seu coração aninharam-se os mais nobres sentimentos: o amor, a amizade, a ternura, a compaixão, a bondade, o perdão. Compadeceu-se dos pobres, socorreu os doentes, acolheu os pecadores, perdoou os assassinos.
Por isso milhões de pessoas foram atraídas por ele durante esses dois mil anos. Quantos seguiram os seus passos, seguiram seus exemplos e deram a própria vida por seu amor. Assim fizeram os santos e os mártires.
Reflexão e Preces
– Diante da imagem de Jesus Crucificado, morto por amor de nós, vamos pedir perdão de nossos pecados, e prometer que vamos melhorar a nossa vida.
– Pai Eterno, em vosso infinito amor, nos destes vosso Filho amado, para ser nosso Redentor e Salvador. Arrependidos, pedimos perdão.
– Senhor Jesus, que morrestes e fostes ressuscitado para nos reconciliar com o Pai, tende piedade de nós!
– Espírito Santo de Deus, que destes aos apóstolos o poder de perdoar os pecados, tende piedade de nós!
– Maria Santíssima, Senhora das Dores, que tanto sofrestes junto com Jesus, intercedei por nós junto ao vosso amado Filho.
– Santa Mãe de Deus, rogai por nós!
– Pai do céu, bom e misericordioso, olhai para nós, vossos filhos e filhas, que cheios de arrependimento e compaixão, vos pedimos perdão de nossos pecados! Perdoai-nos e salvai-nos!
NOSSA VIDA É COMO UM COLCHÃO DE DOENTE
Será que alguém de nós nunca sofreu na vida? Se alguém disser que não, pense um pouco. Nossa vida está entre duas lágrimas: quando nascemos e quando morremos. Existem os sofrimentos do corpo e da alma. Existem os grandes e os pequenos sofrimentos. Alguns sofrem na infância, outros quando jovens e outros na velhice. Mas ninguém escapa. Nem os ricos e nem os pobres.
Vejam o que nunca falta ou não pode faltar numa cidade: hospitais, santas casas, sanatórios, orfanatos, creches, cadeias, asilos, reformatórios, centros de recuperação. Quantas filas nos consultórios médicos, nas farmácias, na sala do dentista, nos centros sociais e nos postos de saúde. É a fila do sofrimento. Dizem que nossa vida é como um colchão de doente: Vira pra cá, vira pra lá, a gente nunca está satisfeito.
Depois, quanta pobreza, quanta miséria, quantas injustiças sociais, quantas perseguições, violências, inimizades e antipatias.
Já que temos de carregar uma cruz, vamos carregá-la como Jesus carregou. Como cristãos:
1. Com paciência e resignação cristãs. Uma vez, confortando um doente, apontei-lhe o crucifixo dizendo: "Jesus também sofreu". Então o doente respondeu: "E muito mais do que eu"
2. Com alegria mesmo. "Não me esqueço nunca do sorriso com que uma jovem paralítica me recebeu, quando lhe fiz uma visita."
3. Para expiar nossos pecados e os pecados dos outros que não sabem sofrer. Quantos se converteram para Deus, quando Deus atirou-os numa cama.
4. Ajudando os outros a carregarem a sua.
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