Pe. Luiz Carlos de Oliveira CSsR
Valor do passado
A reflexão sobre as virtudes, no seu envolvimento espiritual e humano, leva-nos a nos confrontarmos com a relação sobre o presente e o passado, o antigo e o novo. Uns dizem ‘No meu tempo é que era bom!’ Outros dizem: ‘Isso é do tempo de amarrar cachorro com lingüiça!’. Como a Palavra de Jesus nos orienta? O passado tem um valor que não se pode subestimar. Homens e mulheres refletiram, realizaram e construíram respondendo às necessidades de seu tempo. Tanto na Igreja, como na sociedade havia estruturas que, para serem mantidas, exigiam certos procedimentos. Justificavam estes procedimentos com fundamentos filosóficos e teológicos. Galileu foi perseguido porque discordava da concepção bíblica de criação do mundo. E assim tantas outras coisas. Isso não nega o valor da Tradição e das verdades que são o esteio da humanidade, há milênios. A sabedoria é tomar o que é antigo e ver o que o sustenta e saber porquê surgiram essa atitude e esse pensamento. Nada se pode perder daquilo que é valor perene. Quem vai julgar se é perene? O estudo da História e a necessidade do momento. Os que apelam excessivamente para a tradição estão a dizer que só o que é antigo é bom. Mas, um dia, aquilo foi novo. Quando a missa passou do grego para o latim, deu problema na Igreja. Se é para pegar o mais antigo, busquemos o aramaico, língua de Jesus! Jesus é modelo. Ele dizia que nenhum pingo de i seria deixado de lado (Mt 5,18). Mas não deixa de modificar a observância do sábado (Mt 12,8). O respeito ao passado, às pessoas que o construíram, é um bom sinal.
Experiência do novo
Estamos sempre descobrindo coisas novas. Os homens de ciência, os pensadores e os pesquisadores vão sempre à frente em busca de caminhos novos. Não podemos ficar parados, pois a vida e a história caminham. Ouvi pessoalmente do Pe. Vitor Coelho que a Igreja não é de bronze, pois este enferruja. Ela é uma árvore que tem cerne e galhos novos. Sem estes o tronco não cresce. Muitos galhos podem secar e cair, mas fizeram o tronco crescer. A Tradição é viva, não é museu. Ela cresce e se renova. É a seiva do Espírito que perpassa todo o corpo da Igreja e do mundo. Temos um exemplo doloroso. A evangelização da China ia muito bem nas mãos dos Jesuítas que estavam inculturando a celebração da Missa, da língua etc... A China poderia ser cristã hoje. Mas, por ciúmes de outros religiosos e apego à “tradição”, o Papa Bento XIV, no século XVII, proibiu tudo. Sem o novo, não vamos responder ao momento presente. Jesus foi a total novidade e continua sendo. Não perdeu o sentido do Antigo Testamento, mas trouxe a Boa Nova. Levou adiante o projeto de Deus.
Coisas antigas e novas
Jesus ensina: “O escriba que se torna discípulo do Reino dos Céus é semelhante a um pai de família que, do seu tesouro, tira coisa novas e velhas” (Mt 13,52). A fidelidade ao passado inclui necessariamente a criatividade para responder ao momento presente. Não podemos nos fixar em formas exteriores, mas na verdade da fé que, no amor, nos dá a esperança de viver e anunciar o evangelho, guiados pelo Espírito de Deus. “O Espírito sopra onde quer” (Jo 3,8). Onde está o discernimento dos espíritos? Na caridade vivida no coração da Igreja na busca da verdade do evangelho.
http://www.ceresp.com.br/749.htm
Setembro - 2008
Valor do passado
A reflexão sobre as virtudes, no seu envolvimento espiritual e humano, leva-nos a nos confrontarmos com a relação sobre o presente e o passado, o antigo e o novo. Uns dizem ‘No meu tempo é que era bom!’ Outros dizem: ‘Isso é do tempo de amarrar cachorro com lingüiça!’. Como a Palavra de Jesus nos orienta? O passado tem um valor que não se pode subestimar. Homens e mulheres refletiram, realizaram e construíram respondendo às necessidades de seu tempo. Tanto na Igreja, como na sociedade havia estruturas que, para serem mantidas, exigiam certos procedimentos. Justificavam estes procedimentos com fundamentos filosóficos e teológicos. Galileu foi perseguido porque discordava da concepção bíblica de criação do mundo. E assim tantas outras coisas. Isso não nega o valor da Tradição e das verdades que são o esteio da humanidade, há milênios. A sabedoria é tomar o que é antigo e ver o que o sustenta e saber porquê surgiram essa atitude e esse pensamento. Nada se pode perder daquilo que é valor perene. Quem vai julgar se é perene? O estudo da História e a necessidade do momento. Os que apelam excessivamente para a tradição estão a dizer que só o que é antigo é bom. Mas, um dia, aquilo foi novo. Quando a missa passou do grego para o latim, deu problema na Igreja. Se é para pegar o mais antigo, busquemos o aramaico, língua de Jesus! Jesus é modelo. Ele dizia que nenhum pingo de i seria deixado de lado (Mt 5,18). Mas não deixa de modificar a observância do sábado (Mt 12,8). O respeito ao passado, às pessoas que o construíram, é um bom sinal.
Experiência do novo
Estamos sempre descobrindo coisas novas. Os homens de ciência, os pensadores e os pesquisadores vão sempre à frente em busca de caminhos novos. Não podemos ficar parados, pois a vida e a história caminham. Ouvi pessoalmente do Pe. Vitor Coelho que a Igreja não é de bronze, pois este enferruja. Ela é uma árvore que tem cerne e galhos novos. Sem estes o tronco não cresce. Muitos galhos podem secar e cair, mas fizeram o tronco crescer. A Tradição é viva, não é museu. Ela cresce e se renova. É a seiva do Espírito que perpassa todo o corpo da Igreja e do mundo. Temos um exemplo doloroso. A evangelização da China ia muito bem nas mãos dos Jesuítas que estavam inculturando a celebração da Missa, da língua etc... A China poderia ser cristã hoje. Mas, por ciúmes de outros religiosos e apego à “tradição”, o Papa Bento XIV, no século XVII, proibiu tudo. Sem o novo, não vamos responder ao momento presente. Jesus foi a total novidade e continua sendo. Não perdeu o sentido do Antigo Testamento, mas trouxe a Boa Nova. Levou adiante o projeto de Deus.
Coisas antigas e novas
Jesus ensina: “O escriba que se torna discípulo do Reino dos Céus é semelhante a um pai de família que, do seu tesouro, tira coisa novas e velhas” (Mt 13,52). A fidelidade ao passado inclui necessariamente a criatividade para responder ao momento presente. Não podemos nos fixar em formas exteriores, mas na verdade da fé que, no amor, nos dá a esperança de viver e anunciar o evangelho, guiados pelo Espírito de Deus. “O Espírito sopra onde quer” (Jo 3,8). Onde está o discernimento dos espíritos? Na caridade vivida no coração da Igreja na busca da verdade do evangelho.
http://www.ceresp.com.br/749.htm
Setembro - 2008
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