PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI CSsR
Como posso saber se cometi pecado grave ou não?
A resposta dessa pergunta depende do ponto de partida. Se sou adepto das velhas listas de pecados leves e graves, fica fácil responder, pois basta ler a lista e encontrar entre os mencionados como graves. Mas onde ficam os três pontinhos da antiga catequese?
Ela ensinava que para haver pecado grave havia necessidade de se “ter matéria grave, pleno conhecimento e pleno consentimento”. Eram condições capazes de mostrar o que era um pecado grave e também limitava muito a possibilidade de se cometer um pecado grave. Nessas condições só os instruídos eram capazes de fazer um pecado grave.
Podemos hoje partir para outro ponto: a solidariedade da salvação e a opção fundamental.
Se nos esquecermos da solidariedade da salvação, o homem se inclinará para a solidariedade da condenação. Entra aqui o mistério da redenção abundante que jamais poderá esgotar-se. A conversão cristã jamais se reduzirá ao individualismo do antigo “Salva a tua alma”, ao legalismo, mas leva a pessoa a atuar solidária em todas as questões.
Por outro lado percebemos a necessidade de que aquele pecado signifique uma opção fundamental, uma decisão radical, uma mudança de rumo criando raízes no coração humano para um agir.
Assim fica fácil responder a quem nos pergunte se cometeu ou não um pecado grave. Basta ver o que aquilo significou e qual era o sentido da decisão tomada. Como basta ver o grau de consciência que a pessoa tinha no momento.
Se a pessoa tem boa vontade e quer viver realmente sua fé em vista do Reino de Deus, mas que, apesar da boa vontade, veio a falhar; e se, após a falta, ela mantém uma boa orientação fundamental de seguir seu caminho, sua aspiração, essa pessoa pode confiar de que está na graça de Deus.
Mais do que o ato em si, devemos ver e sentir o significado desse ato. Mais que a preocupação individualista, precisamos perceber a decisão constante e o esforço continuado no empenho em favor da paz, da justiça, o envolvimento pela não-violência e conservação da vida. Precisamos sentir que a pessoa não quis a maldade e nem se decidiu por ela.
Não se pode ter a presunção de definir as fronteiras entre pecado grave e leve, mas ver as motivações e o grau de responsabilidade no ato e a inserção na solidariedade da salvação.
Já passamos a época da preocupação com a salvação individual; hoje nos preocupa que todos se salvem e lutamos para que todos recebam a abundância da redenção. Bem que disse Jesus que o julgamento será na base da caridade: “Eu tive fome... Eu tive sede... Eu estive doente...”
Do Livro:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE - VOLUME 3
EDITORA SANTUÁRIO
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
http://www.redemptor.com.br
Como posso saber se cometi pecado grave ou não?
A resposta dessa pergunta depende do ponto de partida. Se sou adepto das velhas listas de pecados leves e graves, fica fácil responder, pois basta ler a lista e encontrar entre os mencionados como graves. Mas onde ficam os três pontinhos da antiga catequese?
Ela ensinava que para haver pecado grave havia necessidade de se “ter matéria grave, pleno conhecimento e pleno consentimento”. Eram condições capazes de mostrar o que era um pecado grave e também limitava muito a possibilidade de se cometer um pecado grave. Nessas condições só os instruídos eram capazes de fazer um pecado grave.
Podemos hoje partir para outro ponto: a solidariedade da salvação e a opção fundamental.
Se nos esquecermos da solidariedade da salvação, o homem se inclinará para a solidariedade da condenação. Entra aqui o mistério da redenção abundante que jamais poderá esgotar-se. A conversão cristã jamais se reduzirá ao individualismo do antigo “Salva a tua alma”, ao legalismo, mas leva a pessoa a atuar solidária em todas as questões.
Por outro lado percebemos a necessidade de que aquele pecado signifique uma opção fundamental, uma decisão radical, uma mudança de rumo criando raízes no coração humano para um agir.
Assim fica fácil responder a quem nos pergunte se cometeu ou não um pecado grave. Basta ver o que aquilo significou e qual era o sentido da decisão tomada. Como basta ver o grau de consciência que a pessoa tinha no momento.
Se a pessoa tem boa vontade e quer viver realmente sua fé em vista do Reino de Deus, mas que, apesar da boa vontade, veio a falhar; e se, após a falta, ela mantém uma boa orientação fundamental de seguir seu caminho, sua aspiração, essa pessoa pode confiar de que está na graça de Deus.
Mais do que o ato em si, devemos ver e sentir o significado desse ato. Mais que a preocupação individualista, precisamos perceber a decisão constante e o esforço continuado no empenho em favor da paz, da justiça, o envolvimento pela não-violência e conservação da vida. Precisamos sentir que a pessoa não quis a maldade e nem se decidiu por ela.
Não se pode ter a presunção de definir as fronteiras entre pecado grave e leve, mas ver as motivações e o grau de responsabilidade no ato e a inserção na solidariedade da salvação.
Já passamos a época da preocupação com a salvação individual; hoje nos preocupa que todos se salvem e lutamos para que todos recebam a abundância da redenção. Bem que disse Jesus que o julgamento será na base da caridade: “Eu tive fome... Eu tive sede... Eu estive doente...”
Do Livro:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE - VOLUME 3
EDITORA SANTUÁRIO
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
http://www.redemptor.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por comentar. Sua participação é muito importante para nós. Deixe seu e-mail para podermos lhe contatar.