PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI CSsR
A não-violência é um conselho ou uma necessidade?
Hoje, como sempre, o homem busca o poder e mesmo qualquer revolução tem como objetivo atingir o poder e dominar os outros, quer como indivíduos, quer como grupos. Assim aparece a violência como via para atingir os objetivos.
Ao formular a não-violência podemo-nos enganar em sua formulação negativa. É melhor entendê-la como a força que recolhe, assume e convoca a força do amor corajoso, que de tudo serve para vencer o mal. Ela se opõe às tentações e tentativas da violência para obter o poder, sucessos e triunfos.
A não-violência nasce da fé e se projeta na sociedade como uma via de solução para uma sociedade violenta e desequilibrada. O último ato de violência na humanidade devia ser a cruz no alto do Calvário. Mas continuamos sem aceitar a mensagem dessa cruz que se radicaliza na solidariedade; enquanto vivermos uma desigualdade tão grande pagaremos um preço muito alto do qual a violência é a expressão mais forte. Será no ódio, na injustiça que a força da não-violência se revelará como solução, pois só “o amor tudo suporta, tudo crê, tudo espera”, nos diz Paulo.
A doutrina da não-violência faz parte do Sermão da Montanha (Mt 5,38-48): “Ouvistes o que foi dito: Olho por olho, dente por dente. Eu porém vos digo...” Para quem quer ser discípulo de Jesus o amor aos inimigos e a não-violência não são apenas um conselho, mas condição de seguimento e direção de vida. Em vez de ficarmos discutindo diversas soluções para os problemas da violência, porque não mostramos a força da não-violência despertando a todos para sua prática como forma de superação de todas essas situações críticas?
Devemo-nos prevenir contra o espírito da violência; é preferível sofrer que vencer pelo ódio. Temos também de examinar bem os limites do uso da força para nos defender da injustiça. Há pessoas que já conseguiram pela não-violência muito mais do que por outros métodos. O que falta para um mundo violento é uma legião de pessoas que sejam apóstolos da não-violência.
É preciso desarmar o mundo, as pessoas. É preciso iniciar dentro de si mesmo um esforço para não deixar a violência se aninhar no coração. Estamos, dia a dia, assimilando a violência através dos noticiários, das novelas, dos filmes, que são verdadeiras escolas do crime. Assusta-nos perceber esse gosto doentio por noticiários que só falam de desgraças e destruição. Já sabemos que a violência gera violência, a Bíblia no início mostra a escalada da violência iniciada pelo homem que resolve gerenciar sua vida. É preciso acreditar na força do amor. É na solidariedade que vamos perceber o milagre da não-violência. Tenha uma fé alegre, agradecida e não-violenta.
Do Livro:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE - VOLUME 3
EDITORA SANTUÁRIO
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
http://www.redemptor.com.br
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