PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI CSsR
Não julgueis: ainda vale esse mandamento?
Se as pessoas não julgassem os outros, muitas coisas na vida seriam diferentes. Não teríamos tantas brigas, mal-entendidos e evitaríamos situações desagradáveis, bem como certos sofrimentos e constrangimentos.
Jesus já falou que se o olho é mau, tudo passará a ser visto sob o ângulo da maldade. E não podemos nos esquecer que cada um usa no julgamento dos outros as próprias medidas. Quando alguém faz um julgamento para nós, ele nos passa as medidas, os valores, conteúdos que tem dentro de si, se é que os tem.
Vamos deixar de ser tão mesquinhos em querer padronizar tudo e em querer ser modelo de tudo: “O que não é feito como pensamos e queremos, automaticamente está errado”. Isso não quer dizer que cada um possa fazer o que der na cabeça. Há leis naturais, valores que Deus já plantou em nosso coração, pelo menos isso deve ser salvo.
O problema é colocar maldade em tudo. Não passamos para o outro lado para podermos analisar por outros ângulos. Não sabemos aceitar nem o diferente nem o novo.
Outro ponto que faz a diferença é a formação que tivemos, as chances na vida. Há gente que se tivesse família, educação, formação humana e cristã, as possibilidades que nós tivemos, seriam melhores do que nós. Se recebemos dez talentos, temos de multiplicar, duplicar. Quem recebeu apenas um talento não vai além do que produzir mais um talento. Essa é a parábola que Jesus contou.
É fácil julgar, condenar um seqüestrador, um drogado. Difícil é entrar dentro deles e analisar as causas para perceber que quem não recebeu, muito pouco pode dar. Aqui não valem os raciocínios e as comparações. Temos de ver os limites, antes de exigir.
Você que muito recebeu não fez mais que a obrigação de produzir mais.
Que dizer dessas velhas bisbilhoteiras que passam uma para a outra o jornal da cidade com os devidos comentários e apreciações? Que péssimo hábito de quem gasta uma manhã na satisfação de falar dos outros.
O evangelho já avisa que seremos medidos com a mesma medida com que medirmos os outros.
Que bom seria se houvesse contemplação para com aqueles que erram e estão sem maldade ou na ignorância. Melhor ainda se nos abstivéssemos de fazer juízo ou de, pelo menos, manifestar aos outros o mal que pensamos. Certamente vamos fazer nossas apreciações sobre pessoas e fatos, mas não temos o direito de formalizá-las e soltá-las aos quatro ventos. Que bom viver livres dessa praga do diz-que-diz e dos julgamentos.
Do Livro:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE - VOLUME 10
EDITORA SANTUÁRIO
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
http://www.redemptor.com.br
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