
PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI CSsR
Pastoral, que palavra é essa?
Cada Igreja particular (diocese) pode escolher e determinar, em união com as demais Igrejas, um modo de trabalhar e de se organizar. E isso nós chamamos de pastoral ou plano de pastoral. É um plano que organiza, calcula e agiliza o trabalho e o modo de ser Igreja nessa realidade e nesse momento em determinado lugar.
Além disso cada paróquia pode, dentro das prioridades estabelecidas, escolher os pontos de insistência e a metodologia de trabalho que pode priorizar essa ou aquela escolha.
Uma comunidade não pode crescer desorganizada, aliás desorganizada nem cresce. E para que tudo funcione dentro de um conjunto, deve haver coordenação pastoral, uma pessoa ou grupo que conhece bem o plano e sabe onde deve, pode e quer chegar.
Essa pessoa ou grupo escolhido deve respeitar a opinião geral, mas deve também fazer acontecer o que ficou decidido com as devidas adaptações exigidas pelo tempo e pelas circunstâncias. Antigamente, o pároco resolvia tudo; hoje, para evitar o “vaivém”, criou-se o “Conselho de Pastoral” para auxiliar na execução do plano.
Acontece que nós, povo, precisamos ter flexibilidade para entender que nesses planos de pastoral há muitas coisas negociáveis que, mudada a coordenação, elas podem sofrer mudanças e modificações. Devemos saber nos adaptar. Mudou o pároco, naturalmente vem outra cabeça, outra ótica e certamente algumas coisas vão ser modificadas, assim como pessoas.
Mas vemos o contrário com pessoas que estavam na coordenação ou nos ministérios. Não aceitam mudanças, não aceitam deixar os cargos e criam dificuldades, levando a comunidade a ter piedade deles e a se revoltar contra o pároco. Os padres deveriam exigir das pessoas que trabalham na comunidade um contrato de “voluntário” assinado, para evitar complicações legais. Até nisso chegamos. Há ministro da eucaristia que saiu resmungando depois de 18 anos de serviço comunitário, querendo reservar para ele até os doentes que atendia. Certamente não estava servindo a comunidade, mas a si mesmo.
Essas revoltas de quem diz que não participa mais de Igreja revelam o que essas pessoas procuravam.
Temos de aprender a dar o lugar para outros que, mesmo que não sejam melhores do que nós, também são ou serão capazes. Temos de ajudar o pároco na coordenação pastoral e não ficar criando problemas com esses enjôos, infantilismos e megalomanias.
Se sofreu alguma injustiça ou exclusão indevida, carregue sua cruz. Mas acho que cada um deve perceber a hora de sair e sair com elegância e cavalheirismo, como quem tem consciência de que já serviu a comunidade e mais tarde poderá e terá prazer em retornar.
Do Livro:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE - VOLUME 9
EDITORA SANTUÁRIO
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
http://www.redemptor.com.br
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