PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI CSsR
Internet é um ganho ou uma perda?
Não se nega o valor e nem se pode criar celeuma no caso da Internet. As distâncias são diminuídas, aparecem imensas facilidades de acesso ao mundo, à ciência, aos negócios, à informação. É uma conquista gloriosa e entusiasmante.
Aos poucos, porém, surgem também os problemas. Não há mais barreiras, cria-se um excessivo senso de liberdade, o proibido ninguém mais oculta. Como também surge o perigo da manipulação ideológica e moral. É possível coligar sem mostrar a verdadeira identidade, a sensação de bem-estar que se adquire não se encontra na realidade.
A Internet oferece válvula de escape para a satisfação dos desejos interiores, levando a pessoa a refugiar-se no virtual, voltando as costas para o real.
Mas a Internet em si é um instrumento neutro; coordenando-a existem pessoas capazes de opções sadias, escolhas enriquecedoras ou também opções destrutivas, sujeitas a deformações e doenças.
Quantos se queixam das doenças do computador? As pessoas fazem do computador seu interlocutor, usam-no para jogar, para se distrair, para navegar na Internet e para o trabalho. A doença está em quem dispensa o convívio social e se escraviza no computador, tornando-se uma pessoa taciturna, introvertida, fora do convívio da família e da sociedade.
Há quem hoje fale da nova tipologia de distúrbio da personalidade causado nos navegadores compulsivos, a IAD (Internet Addiction Disorder). Trata-se da mudança do humor produzida pelo uso desregulado da Rede; é como a droga; é como um amortecimento, um dopping da personalidade. A IAD não é causada pela Internet, mas pela falta de socialização, pela incapacidade de aceitação do próprio limite e das próprias características. Hoje a TV e a Internet impõem modelos, padrões de comportamento, os mais fracos procuram isso e encontram um jeito de ser sem na verdade ser na realidade.
É um ganho a Internet, mas com perigos incalculáveis. Não sabemos como a psicologia e a psiquiatria vão analisar e trabalhar as novas gerações da Internet. Não há mais limites nem idade, ela serve para equilibrados e desequilibrados, para sadios e doentes mentais portadores de síndromes. Não há mais responsáveis nem responsabilidade.
Nossa juventude e adolescência estão à mercê de navegar num mar de rosas e num mar de lama, e serão indubitavelmente influenciados por esse mundo de imagens sem seleção, por uma moral e uma ética destruidoras. O que fica no inconsciente? O que se grava pela propaganda subliminar? Esse é o novo paraíso que a ciência nos deixou em substituição ao trabalho de construir um novo paraíso, aquele que já vem pronto e não exige discernimento.
Do Livro:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE - VOLUME 10
EDITORA SANTUÁRIO
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
http://www.redemptor.com.br
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