PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI CSsR
Clonar gente é uma boa idéia?
A manipulação da pessoa e do mundo, na verdade, não sabemos se é um milagre que devemos agradecer ou uma forma abominável de tentar tomar o lugar de Deus. Em 1997 fomos surpreendidos com a revolução do caso da ovelha Dolly; a pessoa se torna então capaz de copiar, clonar indivíduos adultos. Começa a discussão sobre a tecnologia aplicada à clonagem de seres humanos gerando ao mesmo tempo euforia e pânico.
A discussão não respeita espaços e pessoas e a manipulação do povo é possível pela falta de informação. Qualquer pessoa pode ser entrevistada e dar sua opinião; todos devem participar dos debates. Mas onde estão as informações completas?
O processo de clonagem é ainda extremamente ineficiente. Dos embriões fecundados até hoje só 10% sobreviveram para serem implantados e só um vingou dando origem à Dolly. A pergunta é essa: "Estamos preparados para lidar com os subprodutos?" E o que é “dar certo" num caso desses?
Estamos manipulando uma bomba-relógio e o grande problema é a preservação da integridade do material genético a ser clonado. Podemos gerar clones aparentemente normais, mas que carregam em seus genes alterações que só se manifestarão mais tarde. Por sua vez, ao procriarem, esses clones estarão disseminando alterações genéticas que só vão aparecer mais tarde.
Cientificamente está claro que a clonagem humana reprodutiva é perigosa para a espécie humana. E uma técnica poderosa abandonada a si mesma.
Não podemos impedir a pesquisa. Podemos admitir experimentos em modelos animais voltados a aplicações científicas e terapêuticas, como a possibilidade de regenerar um rim ou tecidos danificados e nada mais.
A tentação de fazermos o que não podemos é grande. Mas as pessoas precisam lembrar-se que já sujamos a história com a bomba atômica, com a destruição da camada de ozônio, com as alterações do clima. E verdadeiramente um risco deturpar nosso patrimônio genético, riqueza que ainda não desvendamos totalmente. Podemos perder de vez o sentido da transcendência. Transformamo-nos em objeto de consumo. Morremos pelas nossas próprias mãos.
A vida não é qualquer coisa sobre a qual se possa opinar, manipular, alterar. Não podemos trair a vida.
A Torre de Babel, em sua grande lição, continua hoje em seu penúltimo capítulo, já não estamos mais nos entendendo. Assim como a torre acabou aqui, essa é também nossa esperança: que essa brincadeira irresponsável também termine logo.
Do Livro:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE - VOLUME 10
EDITORA SANTUÁRIO
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
http://www.redemptor.com.br
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