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Maria Clara: Qual a importância da devoção em nossas vidas? Poderíamos apenas crer em Deus, Jesus Cristo e Nossa Senhora?
Minha amiga, a devoção é um modo de você aprofundar na fé. Quando eu olho para a vida de um santo, devo ver onde Deus agiu e onde a pessoa pisou. O santo é uma seta a nos indicar a possibilidade de, nós humanos, sujeitos ao pecado, alcançarmos a graça da conversão, da transformação de nossa vida. A devoção nos leva a isso, a perceber a grandeza de Deus que nos dá a graça da santidade. Nós cremos em Deus, e só Ele pode nos salvar, por meio de seu amado Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo. Como o próprio Jesus nos disse que ninguém chega ao Pai, senão por Ele. Mas nós, cristãos católicos, acreditamos na intercessão, dos santos, isso proclamado numa das orações mais antigas do cristianismo, o Credo. Repito, os santos, são setas a nos indicar o caminho da salvação que é Jesus Cristo, nosso Senhor.
Silvia Helena: Gostaria que o senhor me explicasse por que existe tanta maldade no coração humano, se todos fomos criados por Deus?
Deus nos criou para a santidade, pois a sua imagem e semelhança Ele nos criou, mas também nos dotou de liberdade, e isso é muito bom, mas a pessoa humana na sua ânsia de possuir cada vez mais, do prazer descontrolado e do poder, usa mal a liberdade que Deus lhe deu. É pela má utilização da liberdade que nasce a maldade no coração humano. Deus não quer isso, mas a humanidade na acolhe o querer de Deus, por isso sofre tanto, por isso tem tanta maldade no mundo. Perdemos os valores que Ele nos ensinou por meio de seu amado Filho.
Helder Kennedy: Existe algum caso em que um padre pode recusar-se batizar uma criança?
Existe sim, no caso de a família não acreditar no batismo como forma de inclusão na comunidade Igreja, de não professar a fé e quere batizar só por costume, sem acreditar profundamente no batismo. Também se pode recusar o batismo a pessoas que vivem contra os princípios da Igreja, que escandalizam os outros por uma forma de vida não condizente com os ensinamentos de Jesus Cristo.
Estelita Maria:Remorso e arrependimento têm semelhança? Ambos são necessários para que refaçamos dos nossos erros?
Deixo aqui a explicação de cada termo:
Remorso (que não é um sinônimo de arrependimento) é um sentimento experimentado por aqueles que acreditam que cometeram uma ação que infringe um código moral (pessoal ou não) que obedecem, tornaram-se (ou acreditam haverem se tornado), por isso, passíveis de alguma condenação e punição que será (ou acreditam que será) muito severa dada por terceiros, não querem sofrer tal punição e, então, se punem de alguma maneira mais suportável para fugir dessa condenação e punição. Quem sente remorso não está arrependido verdadeiramente do mal que causou a terceiros, está apenas (por vezes inconscientemente e instintivamente, outras vezes conscientemente), motivado pelo medo da punição, tentando aparentar arrependimento verdadeiro (em alguns casos até acreditando no próprio falso arrependimento), castigando a si mesmo de alguma maneira, por acreditar que um castigo auto-imposto (como forçar-se a se entristecer por exemplo, que é a manifestação mais comum do remorso) a redimiria de seu erro, permitindo-a conseguir fugir de uma punição que seria ainda mais severa vinda do meio social em que vive ou de uma entidade superior. O remorso pode também conduzir a extremos como ódio a si mesmo e auto-flagelação.
Arrependimento quer dizer mudança de atitude, ou seja, atitude contrária, ou oposta, àquela tomada anteriormente. Diferentemente do remorso, o arrependido verdadeiramente percebe e se sensibiliza das conseqüências ruins que seus atos causaram para outras pessoas (ou o mal que acredite haver causado a algum ser/entidade sobrenatural em que creia). Essa sensibilização à dor alheia leva o arrependido a uma tristeza verdadeira pelo dano sofrido pelos que prejudicou. E, como consequência, sempre faz o arrependido tomar uma firme decisão de não mais cometer o mesmo erro, para não mais causar mal a outros. O arrependimento pode assim, também, ser considerado como a dor sentida por causa da dor causada.
Lorena Almeida: Tenho me preocupado cada vez mais com a forma com que as pessoas se relacionam umas com as outras. Parece que tudo está se tornando descartável! Será que estou exagerando? As pessoas andam falsas. Está difícil confiar em alguém.
Você nao está exagerando, de fato vivemos tempos difíceis, em que os valores estão sendo colocados de lado. Nem tudo está perdido, ainda podemos confiar em muita gente, mas precisamos estar atentos para nao cairmos na hipocrisisa do mundo. É preciso vigilância e ensinar valores como a educação no relacionamento, o respeito às diferenças, a equilibrio, a paciência, a sinceridade e honestidade. Nao podemos deixar de ensinar tudo isso aos outros e dar exemplo, acima de tudo. Benedita
Correia: Há alguns anos atrás, via-se aquela figura linda do coroinha, geralmente crianças. Hoje nao os vejo mais. Por que? Era tão bonitinho vê-los ajudanrem a missa!
De fato era muito bonito, alías é muito bonito participar de uma liturgia bem preparada. Ainda temos a figura do “coroinha”, que chamamos de acólito, aquele que serve o altar e colabora no bom andamento da celebração. Nós na Matriz de Campinas ainda temos, só que aqui os acólitos são jovens que se dispõe a trabalhar nesse ministério (serviço). Sei que também que em muitas outras paróquias temos os chamados “coroinhas”, por exemplo na catedral e outras paróquias de Goiânia.
Nao identificada: Tenho uma prima que, se uniu a um rapaz sem religião, acabou deixando de ir à Igreja também. Ela era bastante atuante e agora a vida deles está toda bagunçada, ele é agressivo, ela está muito depirmida, se sentindo totalmente desvalorizada. Será que o fato de ela ter se afastado da Igreja contribuiu para que esta união fosse por água abaixo?
Por estes fatos se repetirem muito que eu digo, as pessoas precisam escolher melhor para se relacionar e constituir uma familia. Certamente nao foi o afastamento dela que trouxe essas consequencias desastrosas para sua vida, mas porque escolhe mal, nao foi consequente com o tipo de pessoa que se uniu. É preciso ter mais critério na hora de viver com o outro. Acho também uma lástima, uma pessoa deixar um valor tão grande, como o de ser atuante numa igreja, para viver com uma pessoa sem referência religiosa. Uma pessoa que nao tem religião, normalmente nao tem respeito pela outra.
Lourdes Souza: No Evangelho de Mateus Jesus diz assim: “As pessoas mais importantes no Reino dos céus são aquelas que se humilham e ficam iguais à uma criança”. O que Jesus quis dizer com “se humilhar”?
Jesus (Mt 18, 5-10) está ensinando sobre quem é o maior, o que significa maior. Maior, para Jesus, significa ser como uma criança. Em outras palavras Ele nos ensina a ser humilde, a ter humildade de reconhecer que somos todos iguais, ninguém é superior ao outro. Cristo destruiu os sonhos de grandeza cultivado pelos discípulos. Ele nos ensina que para ser seu discípulo é preciso fazer-se pequeno e humilde como uma criança. Nao é ser humilhado, mas sim, ser humilde.
http://www.matrizdecampinas.org.br/blog-dos-padres
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