Pe. Luiz Carlos de Oliveira - Redentorista A harmonia do ser humano
Todo o esforço da vida e da sociedade é dar condições de vida feliz a si mesmo a todas as pessoas. Mesmo que não consigamos verbalizar esta verdade, ela está presente. O próprio Deus, como diz S. Anselmo, tem sua glória na felicidade da pessoa. Não conseguiremos tudo nesta vida. Mas a meta é chegar ao máximo possível a um ser humano. A religião não acontece dentro das igrejas ou dos templos. Ali nós celebramos nossa fé. A fé acontece na vida. Por isso, ela tem muito de humano e jamais fará o homem menos homem e a mulher menos mulher. Quanto mais humanos formos, mais prontos estaremos para a graça de Deus. Jesus era tão humano, diz L.Boff, que os discípulos disseram: “Tão humano assim, só pode ser Deus”. A pessoa tem 3 dimensões: Deus, o outro e o mundo. Ele será completo e bem realizado, viverá em harmonia, quando estiver “de bem” com estas três dimensões. Como vai estar de bem com Deus? Quando tiver Deus como Pai, como aquele que dá origem e sustento a nossa vida. Quando O tivermos como Senhor e estivermos comungando com Ele, através do cumprimento dos mandamentos. Quando Deus for a meta e a fonte de nossa vida, estaremos bem com ele. Quando vamos estar de bem com o outro? Quando Eu o trato como um irmão; quando ele é importante na minha vida; quando eu o trato com respeito e lhe dou todos os direitos de pessoa humana e de filho de Deus; quando o sirvo com o amor que Jesus ensina, mas e a sociedade assume como filantropia. Quando estamos de bem com o mundo? Quando seguimos o mandamento de Deus na criação: “Crescei e multiplicai-vos, enchei a terra e dominai-a”! Dominar, não como quem pisa, mas como quem encaminha para o desenvolvimento. Assim estaremos em harmonia, seremos felizes e tudo irá bem.
A desarmonia do ser humano
O que foi dito é muito bonito. Mas a realidade que encontramos dentro de nós e no mundo que nos rodeia é a situação, às vezes caótica, da desarmonia e do sofrimento provenientes da situação da pessoa. A isso chamamos de pecado. O pecado é resultado das opções que fazemos. Ninguém peca sem querer. É sempre uma escolha. O que leva ao mal é escolher outro Deus. Aqui começa o mal. Se escolho um bem do mundo, o dinheiro, ou o prazer ou o poder, ou o egoísmo pessoal, provoco total desarmonia. Deus não será mais o Pai, mas um igual a mim, pois sou um deuzinho. Então passo a me servir do outro. Torna-se um escravo servidor. Quanta opressão no mundo por conta desse mal que chamamos pecado, seja espiritual, seja social, mas sempre pecado, porque rompe com a ordem natural e espiritual. O pecado não é algo que se faz escondido. É uma opção que rompe a harmonia do ser humano. Deixar-se levar por esse impulso, no mínimo é ignorância. Por que desmontar o ser humano desse jeito?
A conquista de si mesmo
O melhor caminho é ser dono de si mesmo. Somos conquistadores de nós mesmos. Quanto mais conseguirmos orientar a direção de nossas vidas nessas três direções, harmonicamente, seremos donos de nós mesmos e do mundo. Quanto mais deixamos nos dominar por deuses falsos, mais perdemos a nós mesmos. Deus é o Senhor que nos ama e nos conduz a construir a fraternidade. Essa fraternidade será a salvação do mundo de todos os males da destruição. A própria Igreja deve sempre tirar os deusinhos que vamos colocando ao lado do Deus amor que nos faz viver para que tudo e todos tenham vida e tenham em abundância.
http://www.ceresp.com.br/717.htm
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