
“EU SABIA QUE VOCÊ VINHA”
Foi durante a segunda guerra mundial. Tempo das batalhas em campo aberto. Tempo dos fuzis e baionetas. Tempo das trincheiras e do sibilar das bombas e granadas por cima da cabeça.
Dois soldados, muito amigos, foram escalados para patrulhar a redondeza. Saíram juntos, mas tiveram que separar-se obedecendo à escalação. As bombas inimigas não davam trégua.
Ao voltar para a trincheira no meio da noite, iluminada sinistramente pelo clarão das bombas, faltou um deles. O colega, preocupado, queria procurar o amigo. O comandante achou que seria muita temeridade. Finalmente cedeu, ante a insistência do soldado.
Ele saiu, rasgando a escuridão, agachando-se ou se arrastando para não ser notado. As granadas passavam zunindo.
Finalmente o encontrou. Estava prostrado no chão, mortalmente ferido e todo ensangüentado.
Abraçaram-se silenciosamente. O agonizante ainda conseguiu balbuciar estas palavras:
— Meu... amigo... João!... Eu sabia... que... você... vinha...
Quando se é amigo de verdade, um adivinha a precisão do outro.
Ninguém tem mais amor do que quem dá a vida pelos seus amigos (Jo 15,13).
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