Pe. João A. Mac Dowell S.J.
É verdade que Jesus não nasceu no dia 25 de dezembro? Por que então a Igreja celebra o Natal nesta data?
Os evangelhos não dizem em que dia Jesus nasceu. Esta informação não era muito importante para os primeiros cristãos, nem deve ser também para nós. O mais importante é compreender e viver o verdadeiro significado do Natal, a comemoração do nascimento de Jesus. Por isso, quando a Igreja começou a celebrar esta festa, não se preocupou de colocá-la no dia exato do nascimento de Jesus, mas numa data que ajudasse a compreender o sentido deste mistério.
Isto aconteceu primeiramente em Roma uns 300 anos depois do nascimento de Jesus. Foi escolhido o dia 25 de dezembro, porque era a data da festa pagã do "Nascimento do Sol Invencível", declarada feriado universal pelo Imperador Aureliano no ano de 275. Era a celebração da vitória do sol, fonte de luz, calor e vida. Em muitos lugares, como Roma, durante o inverno os dias vão se tornando cada vez mais curtos e o sol parece que vai morrendo. Mas por volta de 25 de dezembro, coração do inverno no hemisfério norte, a duração dos dias recomeça a crescer e o sol brilha cada vez mais alto no céu.
Os cristãos adotaram esta data para comemorar o nascimento de Jesus, a fim de mostrar que ele, chamado na Bíblia "o Sol da Justiça" (Mal 3,20), é a luz verdadeira que, vindo ao mundo, ilumina toda a família humana e nos comunica a vida em plenitude. É verdade que no Brasil 25 de dezembro é verão: o simbolismo do sol, que renasce nesse dia, não vale para nós. Mas o importante é que conservemos o significado profundo desta festa. De fato, hoje pode ocorrer justamente o contrário do que aconteceu quando foi criado o Natal. Então a celebração de uma divindade pagã foi substituída pouco a pouco por uma festa cristã. Agora corremos o risco de transformar o Natal cristão numa festa pagã.
O espírito do Natal se expressa no presépio. Paulo o sintetiza, quando fala da generosidade de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por nossa causa, para nos enriquecer com sua pobreza (IICor 8,9). Em flagrante contradição com esta mensagem de simplicidade e comunhão o nosso Natal se caracteriza muitas vezes por um consumismo desenfreado em resposta aos apelos da propaganda comercial. O presente de Natal pode ser uma expressão autêntica de amizade. Mas a verdadeira alegria do Natal só pode experimentar quem tem o coração de pobre, quem é solidário com os que não têm dinheiro para comprar presentes. Como diz Jesus: "Quando deres um almoço ou jantar, não convides teus amigos (...) e teus vizinhos ricos, para não acontecer que por sua vez eles também te convidem e assim te retribuam. Pelo contrário, quando deres um banquete, convida os pobres, os estropiados, os coxos e os cegos. Serás então feliz porque não terão como te retribuir" (Lc 14,12-14).
Do Livro:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE - VOLUMES 1 E 2
EDITORA SANTUÁRIO
João A. Mac Dowell S.J.
http://www.redemptor.com.br
É verdade que Jesus não nasceu no dia 25 de dezembro? Por que então a Igreja celebra o Natal nesta data?
Os evangelhos não dizem em que dia Jesus nasceu. Esta informação não era muito importante para os primeiros cristãos, nem deve ser também para nós. O mais importante é compreender e viver o verdadeiro significado do Natal, a comemoração do nascimento de Jesus. Por isso, quando a Igreja começou a celebrar esta festa, não se preocupou de colocá-la no dia exato do nascimento de Jesus, mas numa data que ajudasse a compreender o sentido deste mistério.
Isto aconteceu primeiramente em Roma uns 300 anos depois do nascimento de Jesus. Foi escolhido o dia 25 de dezembro, porque era a data da festa pagã do "Nascimento do Sol Invencível", declarada feriado universal pelo Imperador Aureliano no ano de 275. Era a celebração da vitória do sol, fonte de luz, calor e vida. Em muitos lugares, como Roma, durante o inverno os dias vão se tornando cada vez mais curtos e o sol parece que vai morrendo. Mas por volta de 25 de dezembro, coração do inverno no hemisfério norte, a duração dos dias recomeça a crescer e o sol brilha cada vez mais alto no céu.
Os cristãos adotaram esta data para comemorar o nascimento de Jesus, a fim de mostrar que ele, chamado na Bíblia "o Sol da Justiça" (Mal 3,20), é a luz verdadeira que, vindo ao mundo, ilumina toda a família humana e nos comunica a vida em plenitude. É verdade que no Brasil 25 de dezembro é verão: o simbolismo do sol, que renasce nesse dia, não vale para nós. Mas o importante é que conservemos o significado profundo desta festa. De fato, hoje pode ocorrer justamente o contrário do que aconteceu quando foi criado o Natal. Então a celebração de uma divindade pagã foi substituída pouco a pouco por uma festa cristã. Agora corremos o risco de transformar o Natal cristão numa festa pagã.
O espírito do Natal se expressa no presépio. Paulo o sintetiza, quando fala da generosidade de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por nossa causa, para nos enriquecer com sua pobreza (IICor 8,9). Em flagrante contradição com esta mensagem de simplicidade e comunhão o nosso Natal se caracteriza muitas vezes por um consumismo desenfreado em resposta aos apelos da propaganda comercial. O presente de Natal pode ser uma expressão autêntica de amizade. Mas a verdadeira alegria do Natal só pode experimentar quem tem o coração de pobre, quem é solidário com os que não têm dinheiro para comprar presentes. Como diz Jesus: "Quando deres um almoço ou jantar, não convides teus amigos (...) e teus vizinhos ricos, para não acontecer que por sua vez eles também te convidem e assim te retribuam. Pelo contrário, quando deres um banquete, convida os pobres, os estropiados, os coxos e os cegos. Serás então feliz porque não terão como te retribuir" (Lc 14,12-14).
Do Livro:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE - VOLUMES 1 E 2
EDITORA SANTUÁRIO
João A. Mac Dowell S.J.
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