Pe. João A. Mac Dowell S.J.
Israel continua sendo hoje o povo eleito de Deus, de acordo com o Antigo Testamento?
Para entender a minha resposta, é preciso ter presente que não me situo no plano político, mas religioso. Quando falo de Israel, não se trata do país que ocupa hoje parte da antiga Palestina. Refiro-me ao destino do povo judeu, formado pelos descendentes de Abraão, Isaque e Jacó, que vive atualmente tanto no Estado de Israel como em muitos outros países, inclusive no Brasil.
Segundo a Bíblia, Deus escolheu Israel, entre todas as nações da terra, para revelar nele e por ele o seu plano de salvação da humanidade. Fez com ele uma aliança por meio de Moisés, confiou-lhe seus mandamentos e colocou-o sob sua proteção especial. A história do amor de Deus por Israel está contada nos livros do Antigo Testamento. Apesar das infidelidades do seu povo, Deus manteve a promessa de libertá-lo um dia de todos os inimigos. Mas, quando chegou o tempo da salvação definitiva, a maioria dos judeus não reconheceu Jesus como o Messias.
Falando justamente dessa rejeição de Jesus pelo povo escolhido, S. Paulo explica que "Deus não retira os seus dons nem o convite que fez" (11,29). De sua parte, ele não anulou a aliança com Israel. O povo judeu continua sendo amado de modo especial por Deus, que se comprometeu com Abraão e sua descendência para sempre. Por isso a Igreja espera que um dia, que só Deus conhece, os judeus, junto com todos os povos, invocarão o Senhor Jesus, como Salvador.
De fato, a nova aliança, selada com o sangue de Jesus, veio estender a salvação a todos os povos. Os cristãos são filhos de Abraão, quanto à fé, e herdeiros da promessa que Deus lhe fez e que se realizou plenamente em Jesus Cristo. O novo povo de Deus é a Igreja, formada por todos os que creem em Cristo.
A nova aliança, fundada na encarnação, morte e ressurreição do Filho de Deus, é eterna e universal, comunicando ao povo fiel o dom da própria vida divina. Mas não prescinde da antiga. É o seu aprofundamento e alargamento. A Igreja prolonga a mesma história da salvação. Está em continuidade com o povo de Israel. Foi por meio dele que recebemos a revelação do Antigo Testamento, os escritos dos profetas, as orações dos salmos, que formaram a consciência religiosa de Jesus e continuam a alimentar a nossa fé. Jesus não veio abolir a lei dada por Deus através de Moisés, mas conferir-lhe o seu sentido pleno, como lei do amor e do perdão.
Em suma, Israel não foi rejeitado por Deus. Mas o papel singular que tinha na história da salvação, como povo eleito, passou à Igreja, comunidade da nova aliança.
Do Livro:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE - VOLUMES 1 E 2
EDITORA SANTUÁRIO
João A. Mac Dowell S.J.
Israel continua sendo hoje o povo eleito de Deus, de acordo com o Antigo Testamento?
Para entender a minha resposta, é preciso ter presente que não me situo no plano político, mas religioso. Quando falo de Israel, não se trata do país que ocupa hoje parte da antiga Palestina. Refiro-me ao destino do povo judeu, formado pelos descendentes de Abraão, Isaque e Jacó, que vive atualmente tanto no Estado de Israel como em muitos outros países, inclusive no Brasil.
Segundo a Bíblia, Deus escolheu Israel, entre todas as nações da terra, para revelar nele e por ele o seu plano de salvação da humanidade. Fez com ele uma aliança por meio de Moisés, confiou-lhe seus mandamentos e colocou-o sob sua proteção especial. A história do amor de Deus por Israel está contada nos livros do Antigo Testamento. Apesar das infidelidades do seu povo, Deus manteve a promessa de libertá-lo um dia de todos os inimigos. Mas, quando chegou o tempo da salvação definitiva, a maioria dos judeus não reconheceu Jesus como o Messias.
Falando justamente dessa rejeição de Jesus pelo povo escolhido, S. Paulo explica que "Deus não retira os seus dons nem o convite que fez" (11,29). De sua parte, ele não anulou a aliança com Israel. O povo judeu continua sendo amado de modo especial por Deus, que se comprometeu com Abraão e sua descendência para sempre. Por isso a Igreja espera que um dia, que só Deus conhece, os judeus, junto com todos os povos, invocarão o Senhor Jesus, como Salvador.
De fato, a nova aliança, selada com o sangue de Jesus, veio estender a salvação a todos os povos. Os cristãos são filhos de Abraão, quanto à fé, e herdeiros da promessa que Deus lhe fez e que se realizou plenamente em Jesus Cristo. O novo povo de Deus é a Igreja, formada por todos os que creem em Cristo.
A nova aliança, fundada na encarnação, morte e ressurreição do Filho de Deus, é eterna e universal, comunicando ao povo fiel o dom da própria vida divina. Mas não prescinde da antiga. É o seu aprofundamento e alargamento. A Igreja prolonga a mesma história da salvação. Está em continuidade com o povo de Israel. Foi por meio dele que recebemos a revelação do Antigo Testamento, os escritos dos profetas, as orações dos salmos, que formaram a consciência religiosa de Jesus e continuam a alimentar a nossa fé. Jesus não veio abolir a lei dada por Deus através de Moisés, mas conferir-lhe o seu sentido pleno, como lei do amor e do perdão.
Em suma, Israel não foi rejeitado por Deus. Mas o papel singular que tinha na história da salvação, como povo eleito, passou à Igreja, comunidade da nova aliança.
Do Livro:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE - VOLUMES 1 E 2
EDITORA SANTUÁRIO
João A. Mac Dowell S.J.
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