PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI CSsR
Por que não podemos julgar os outros?
Cada um de nós julga-se capaz de muitas coisas. Temos inteligência; somos capacitados para analisar fatos, acontecimentos. Mas há muitas pessoas que deviam perceber o limite de suas capacidades. Não sabemos tudo, nem temos condições de julgar e opinar sobre tudo.
Quando se trata de julgamento, temos de saber que ele impõe o conhecimento dos fatos, das intenções das pessoas, de sua capacidade e liberdade para fazer desse ou de outro modo.
Ninguém pode julgar os outros, porque, mesmo vivendo a vida inteira com alguém, não podemos dizer que conhecemos essa pessoa. Dentro de cada um há um mundo maravilhoso e, às vezes, desconhecido até do próprio indivíduo.
É um mundo feito pela visão de cada um, pelos dons e qualidades, pelos condicionamentos e riquezas genéticas, pelos traumas e percepções pessoais. Quem conhece bem esse mundo que acompanha a pessoa em todas as suas ações e opções?
Podemos observar — de dentro ou através de nossa ótica — até dizer que tal coisa está errada, mas julgar não podemos. Estaremos julgando a intenção, a visão, a consciência da pessoa.
Por isso mesmo que desde o Êxodo, Deus já proibiu o julgamento das pessoas, e Jesus volta a nos ensinar, através do incidente da mulher adúltera, que ninguém deve julgar ninguém: “Nem eu te condeno...”
Acontece que, ao ver certos posicionamentos e atitudes de alguns, dentro de nós, sempre vamos emitir um parecer. Mas isso é interno e quanto menos fizermos um julgamento da pessoa, melhor para nós. É essa atitude de respeito pelo outro que devemos ter.
Uma pessoa faz certas coisas que nos assustam, nos entristecem ou nos causam revolta. Vamos julgar e condenar?
Se essas pessoas tivessem a mesma formação, as mesmas oportunidades que tivemos, até poderíamos arriscar um palpite. Mas talvez fossem melhores e fizessem coisas muito mais bem-feitas que nós.
Jesus falou mesmo na Bíblia “os pecadores públicos e as meretrizes nos precederão no Reino dos Céus”.
Ninguém foi constituído juiz. O amor deve levar-nos a um grande respeito pelo outro. Esse respeito pela dignidade de cada pessoa nos faz acolhê-la com paciência, compreensão e carinho.
Matar pelo juízo que fazemos é uma forma sutil do mandamento: “Não matarás”.
Do Livro:
RELIGIÃO TAMBÉM SE APRENDE - VOLUME 6
EDITORA SANTUÁRIO
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
http://www.redemptor.com.br
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