PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI CSsR
Por que há padres que ensinam diferente dos outros?
Há questões na coordenação pastoral que saltam aos olhos dos mais desprevenidos. Assim aparecem as surpresas no remanejamento de padres e párocos. Comunidades que tinham um sacerdote mais aberto, recebem outro completamente diferente, trazendo confusão na cabeça dos fiéis e provocando afastamento de outros. A unidade de ensinamento e de pensamento é o que mais devíamos desejar, bem como o modo de conduzir e agir nas comunidades, evitando que um destrua o que o outro fez. Pertencemos ao mesmo Corpo Místico de Cristo, temos a mesma missão como sacerdotes e essa unidade de sentimentos e de ação já foi recomendada por Paulo (Rm 12,16; Fl 2,2). Devíamos ser solícitos em conservar a unidade (Ef 4,3) para chegarmos ao desejo de Cristo: que todos sejam um (Jo 17,21). Aqui entra, no entanto, o problema da pessoa humana, da sua formação, das deformações vindas da família e do seminário, e o ponto de vista de cada um. A diversidade de parecer e julgamento é uma prova da limitação que podia ou não podia ser superada por uma boa e razoável formação humano-cristã; são limites da faculdade humana, limites impostos por uma configuração genética ou limites não superados por uma boa formação e educação.Há também a problemática da visão teológica e do modelo de Igreja segundo o qual o sacerdote foi formado, que lhe dá segurança ou produz o fechamento. Mas também há a falta de sensibilidade e de educação que devia levar o sacerdote a respeitar a opinião dos outros, de outro sacerdote e o trabalho por ele realizado, sentindo que a verdade sua não é a única verdade. Nenhuma escola teológica é detentora da verdade que possui a plenitude do Espírito Santo. Aprendemos que a autoridade hierárquica é o princípio de unidade tanto para a doutrina como para a pastoral, mas o que pensar quando a mesma autoridade se fecha e não ouve ninguém e define a verdade e a pastoral segundo seus ditames? Não falamos de definições dogmáticas, onde não cabe discussão e não se define sem o consenso eclesial, mas do disciplinar, da pastoral, das diretrizes e exigências do momento. Resta para a Comunidade ter a maturidade que o sacerdote não teve e nem sempre tem, para assistir com serenidade à derrubada de tudo ou quase tudo o que, às duras penas, se construiu. Acreditar que alguns mudem de mentalidade e se abram para pensar com a comunidade, às vezes, é querer demais.Mais uma vez aqui vale o ditado: “quando dois elefantes brigam, quem sofre é a grama.”
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
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