
PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI CSsR
O que é melhor: criar uma criança ou um cão?
O censo mostra atualmente como há países, onde a taxa de nascimento é zero. Cada vez mais as pessoas limitam filhos e se negam a gerar a vida. Alguns o fazem por dificuldades econômicas e psicológicas; outros o fazem por comodismo e por ser mais prático não ter filhos; outros por impossibilidade, incapacidade pessoal em assumir e criar filhos. Assim podemos elencar uma série de motivos válidos.
O que temos de reprovar é a motivação egoísta que leve tanta gente capaz a não querer gerar a vida. As vezes não o querem simplesmente porque filho dá trabalho.
O mais lamentável é a inversão que se produz. Não querem filhos, nem adotam uma criança, mas enchem a vida com a criação de animais aos quais se apegam de modo irracional. Há pouco uma senhora me perguntava se, depois da morte, iria rever o seu cão de estimação.
Ter animais de estimação não é aberração, e já que tem, é preciso cuidar mesmo. Mas tudo tem seu limite. Lamentável é ver cães e gatos substituindo filhos e sendo tratados como se fossem filhos e talvez até com mais regalias que as crianças. Levadas pelo sentimento, as pessoas perdem o bom senso e o equilíbrio da mente e chegam ao exagero.
O exagero começa com as casas especializadas em fornecer conforto aos animais, hospitais para atendê-los, hotéis para os receber nas oportunidades de viagens e ausências. Coisas que fazem falta para as crianças. É muito triste olhar as crianças de rua ou de famílias pobres que não encontram a mesma atenção da sociedade.
E não são só crianças que sofrem, os idosos passam pela mesma carência. Hoje não me assusta ver a violência praticada por menores de rua ou menores a quem a sociedade negou o direito fundamental à vida.
Sabemos que há a indústria atrás de tudo isso, mas sabemos também que há uma indústria nada lucrativa da violência que trabalha em cima da desigualdade social. Perdemos a sensibilidade e trocamos os valores. As pessoas não querem ver, não querem perceber o que é um valor fundamental.
Não discutimos aqui a terapia ou o prazer que a criação nos traz; discutimos o exagero e a disparidade de tratamento. Continua ou não em pé o que Jesus falou: o sábado para o homem e não o homem para o sábado?
A humanidade é dialética: vamos criar cães para nos defenderem, em vez de ajudar alguém a ter uma vida digna e não se marginalizar.
Precisamos ter abertos os olhos e o coração. O correto não é o que vale para mim, mas aquilo que ajuda os outros a serem melhores.
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
http://www.redemptor.com.br
EDITORA SANTUÁRIO
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