PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI CSsR
Limitação de filhos: até aonde chegar?
Ninguém pode negar que no matrimônio é o local abençoado para gerar filhos; aqui eles serão bem-vindos e vão multiplicar as bênçãos do casamento e vão encontrar o amor e carinho que necessitam. Por outro lado está cada vez mais difícil entender aqueles que fixam a finalidade do matrimônio na procriação. Como justificar a vida dos que se casam sabendo que não podem ter filhos pela sua própria natureza!Quantas brigas com os confessores porque as pessoas se acusavam de evitar filhos. E quantas pessoas afastaram-se dos sacramentos, quer proibidas pelos seus confessores, quer desgostosas com as exigências da Igreja.Entendemos bem que o egoísmo seja o único pecado nessa história. Não querer ter filhos, porque filhos dão trabalho ou trazem muitos problemas e dificuldades é negar a vida que de graça e bondosamente receberam. Pessoas cheias de condições para gerarem e educarem filhos, não os querem. Estão longe de descobrirem sua vocação.Entendemos também que é preciso respeitar as consciências e permitir que os pais programem sua vida, planejem seus filhos exercendo uma paternidade e maternidade responsáveis. Não se pode ingenuamente dizer que se devem colocar no mundo os filhos que Deus enviar. Por que levar a esse extremo desrespeitando o poder decisório e a consciência dos pais? Uma catequese sobre o valor de gerar e criar filhos era bem mais eficiente do que as exigências de uma moral fechada.Cada qual tem o direito de planejar seus filhos, decidir a oportunidade e escolher método de evitar que mais se adapte às suas necessidades e situações, salvando o valor da vida e evitando o egoísmo. Podemos e devemos orientar sobre os perigos e complicações de certos métodos que são abortivos ou trazem mais problemas de saúde. Podemos alertar para métodos naturais, mas não podemos decidir para ninguém e muito menos condenar.Nas aulas do Pe. Bernard Häring sobre a “Moral para o terceiro milênio” dizia com firmeza: “No quarto do casal ninguém entre, nem sequer o padre”, pretendendo dizer que se respeitasse a consciência do casal.Ajudar formar a consciência, orientar para os valores evangélicos é o trabalho carinhoso da Igreja; decidir pertencer ao casal que, bem ou mal formado, vai desenhar sua vida.Na pastoral, sentimos que é melhor ter os casais na comunidade ainda que tenhamos de fazer concessões do que afastá-los e manter um rigorismo legalístico.
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
EDITORA SANTUÁRIO
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por comentar. Sua participação é muito importante para nós. Deixe seu e-mail para podermos lhe contatar.