A religião cristã parece às vezes desumana. Fala de renúncia, sacrifício, cruz. Não é justo o desejo que sentimos de viver e crescer?
Estou totalmente de acordo com sua última afirmação. O ser humano foi criado para viver e crescer. O nosso Deus não é um Deus dos mortos, mas dos vivos, como diz o próprio Jesus discutindo com aqueles que negavam a ressurreição dos mortos. A questão é que crescimento não significa simplesmente aumento de tamanho, mas trasnformação. O adulto não é uma criança gigante, a borboleta não é um casulo aumentado, a espiga de milho não é um grão enorme.Transformar-se significa morrer e renascer. A morte não é uma fatalidade, algo simplesmente negativo. É um momento necessário de todo crescimento. Não há colheita sem a morte do grão de milho. Não há verdadeiro crescimento sem opção, nem opção sem renúncia. Edificar uma vida conjugal no amor e na fidelidade significa renunciar à satisfação de muitos desejos espontâneos. Educar uma criança é querer que ela se torne responsável por sua vida e, portanto, renunciar a que fique dependente de mim. Colocar suas próprias energias e talentos a serviço de um mundo melhor é renunicar a colocá-los a serviço dos próprios interesses.Nada que vale a pena, se consegue sem sacrifício. Viver uma esperança, um ideal, implica morrer a um certo número de hábitos, de oportunidades, de alternativas. A renúncia e a morte, assumidas por amor, como fez Jesus e como ele nos convida a fazer, não têm nada de desumano. São a condição indispensável para o desenvolvimento de cada pessoa e de toda a humanidade. Jesus é o modelo do ser humano plenamente realizado. Ele não nos propõe uma vida triste, mutilada, sem garra nem satisfações profundas. Pelo contrário, a tarefa que ele nos confia é, dum modo ou doutro, humanizar: que cada um seja mais gente, o mundo seja mais humano, as relações entre as pessoas mais autênticas, i.e. mais justas e solidárias.Como Você vê a cruz de Jesus não é símbolo de fracasso, mas de vitória. Sua morte é libertadora. É expressão do amor e fonte de vida. As exigências do evangelho não são contrárias à felicidade e grandeza humana. São o único caminho que leva à vida verdadeira. "Quem quiser manter a própria vida, perdê-la-á; mas quem perder a sua vida, por amor, ganhá-la-á".
João A. Mac Dowell S.J.
Estou totalmente de acordo com sua última afirmação. O ser humano foi criado para viver e crescer. O nosso Deus não é um Deus dos mortos, mas dos vivos, como diz o próprio Jesus discutindo com aqueles que negavam a ressurreição dos mortos. A questão é que crescimento não significa simplesmente aumento de tamanho, mas trasnformação. O adulto não é uma criança gigante, a borboleta não é um casulo aumentado, a espiga de milho não é um grão enorme.Transformar-se significa morrer e renascer. A morte não é uma fatalidade, algo simplesmente negativo. É um momento necessário de todo crescimento. Não há colheita sem a morte do grão de milho. Não há verdadeiro crescimento sem opção, nem opção sem renúncia. Edificar uma vida conjugal no amor e na fidelidade significa renunciar à satisfação de muitos desejos espontâneos. Educar uma criança é querer que ela se torne responsável por sua vida e, portanto, renunciar a que fique dependente de mim. Colocar suas próprias energias e talentos a serviço de um mundo melhor é renunicar a colocá-los a serviço dos próprios interesses.Nada que vale a pena, se consegue sem sacrifício. Viver uma esperança, um ideal, implica morrer a um certo número de hábitos, de oportunidades, de alternativas. A renúncia e a morte, assumidas por amor, como fez Jesus e como ele nos convida a fazer, não têm nada de desumano. São a condição indispensável para o desenvolvimento de cada pessoa e de toda a humanidade. Jesus é o modelo do ser humano plenamente realizado. Ele não nos propõe uma vida triste, mutilada, sem garra nem satisfações profundas. Pelo contrário, a tarefa que ele nos confia é, dum modo ou doutro, humanizar: que cada um seja mais gente, o mundo seja mais humano, as relações entre as pessoas mais autênticas, i.e. mais justas e solidárias.Como Você vê a cruz de Jesus não é símbolo de fracasso, mas de vitória. Sua morte é libertadora. É expressão do amor e fonte de vida. As exigências do evangelho não são contrárias à felicidade e grandeza humana. São o único caminho que leva à vida verdadeira. "Quem quiser manter a própria vida, perdê-la-á; mas quem perder a sua vida, por amor, ganhá-la-á".
João A. Mac Dowell S.J.
EDITORA SANTUÁRIO
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