PADRE HÉLIO DE PESSATO LIBÁRDI CSsR
Posso comungar sem me confessar?
Devemos ter sempre um grande respeito pela comunhão, afinal é Jesus presente como alimento. Quanto mais estiver em estado de graça e com o coração purificado mais perfeita será a união com Deus através de Jesus e mais intenso o desejo de viver em fraternidade.A confissão é um dos caminhos de purificação. Não é o único caminho para se alcançar o perdão. São Pedro fala em sua carta que a caridade, o amor, cobre uma multidão de pecados. Jesus também disse aos apóstolos: “Vós estais limpos pela Palavra que vos anunciei”.Muita gente não está em pecado e não consegue comungar porque não se confessou. Ora, sabemos que o pecado grave impede a comunhão. Mas se não se está em pecado grave não há problemas, porque o pecado leve não nos impede da aproximação da comunhão. Uma pessoa que não está em pecado grave pode comungar muito tempo sem ter a preocupação da confissão.Temos de aprender que a obrigação da confissão só existe para os pecados graves. Essa confissão é necessária. Há, contudo, um conselho da Igreja para que as pessoas se confessem mais vezes procurando uma caminhada de conversão mais intensa. A confissão freqüente ajuda no crescimento espiritual, na transformação da pessoa e leva a uma união maior com Deus, mas não é obrigação.Houve um tempo na Igreja em que se exigiu muito das pessoas para que pudessem comungar, mas a própria Igreja rejeitou essas idéias. Por isso encontramos pessoas superpreocupadas que acabam confessando-se sem mesmo ter matéria para receberem a absolvição. Há também os escrupulosos, de consciência superdelicada, que vivem uma tensão grande cada vez que vão comungar. Temos de partir da prática de Jesus. Ele veio para os pecadores, para os doentes, por isso não se pode dar a comunhão somente aos santos. Quem mais precisa de Jesus são justamente os pecadores, os que têm problemas e dificuldades.Assim pode acontecer que uma pessoa chegue ao sacerdote e diga que está comungando sempre e sem se confessar, porque não tem pecado e sua consciência não a acusa de nada grave. A atitude do padre será de acolhida, respeitando a consciência dessa pessoa, podendo aproveitar a oportunidade para convidá-la a um crescimento através da confissão freqüente.Desse modo se vê que confissão e comunhão nem sempre andam juntas.
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
Pe. Hélio Libardi, C.Ss.R.
EDITORA SANTUÁRIO
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